Share Cai Neve - Pensamentos de um careca com caspa
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By Bruno Gouveia
The podcast currently has 23 episodes available.
Para ter assunto de conversa, inventei um super-herói capaz de revolucionar o cinema.
Hoje falo sobre grandes superfícies e religião. Dois grandes temas da actualidade.
Proponho a criação de uma palavra para um conceito ainda pouco conhecido.
Nem era para lançar um episódio novo, mas estava aborrecido e quis comentar notícias do dia. Até gravei um jingle na casa de banho, ora ouçam:
Disclaimer: poderão ouvir barulhos de um bebé ao fundo. É o meu filho, nasceu e agora faz beatbox para este podcast.
E aquela cena do ataque à Vodafone? Sem comunicações desde as 9 da noite de ontem. Bombeiros sem telefones, máquinas multibanco sem funcionar, ainda não consigo fazer chamadas. Mas pior, é que sem dados móveis não dá para ver pornografia na casa de banho do escritório. É que a mim não apanham a ir ao XVideos pelo wifi da empresa.
E o Macron? A tentar apaziguar as merdas lá na Ucrânia. A defender a Rússia e tal. Lembram-se quando eram putos e queriam andar à porrada e vinha sempre um amigo separar? Que irritante o gajo, deixa a malta andar ao soco! Se há vontade, vamos embora. Qual é a pior coisa que pode acontecer? Acabar o mundo? Se correr mal, há aí tanto planeta azulinho pra emigrar a raça humana. Desde que tenha internet e água quente, pra mim serve.
Não sei se ouviram esta. O Facebook, ou Meta ou lá o raio, quer colocar um perímetro de segurança à volta dos avatares digitais nas realidades virtuais lá deles. Os bonecos não vão poder aproximar-se mais do que 1 metro e pouco uns dos outros. Isto, segundo eles, para evitar apalpões virtuais. Pá, nunca tive pixeis a apalpar-me o rabo, mas de certeza que é melhor que dançar com viúvas numa danceteria.
Esta época natalícia faz-me questionar a natureza dos presentes. Por mais que tente não consigo encontrar uma razão para as pessoas trocarem prendas. Porque é que alguém deseja passar por isso? Ter de encontrar alguma coisa para oferecer com base em dicas vagas proferidas ao longo do ano. É uma ansiedade que passava bem sem.
“Adoro dar prendas, nem me importo de não receber, eu gosto mesmo é de dar.” Bullshit. Ninguém gosta de não ser recompensado por ter gasto horas a pensar, a varrer lojas online, a ver promoções, a sondar amigos próximos para no fim não ter qualquer prémio para além de um “muito obrigado”. E mais, porquê arriscar dar algo a alguém se não tiver já combinado que se vai receber algo em troca? A pessoa que recebe sem ter nada para dar vai-se sentir uma merda por ser colocada nessa posição.
E mesmo no caso de já se saber que vai existir uma troca... Qual a razão para se fazer isso? Há sempre a atenção para dar algo com o mesmo valor que se recebe, ninguém quer trocar uma garrafa de vinho de 3 euros por uma coleção de ultra hd blu rays de todos os filmes do James Bond. O problema surge quando não se tem informação a priori da prenda da outra pessoa, é necessário fazer uma média do valor dos preços dos anos anteriores para se chegar a um valor aceitável. E depois ter em conta a inflação, a desvalorização dos produtos, toda uma matemática desgraçada. Porquê passar por isto?! Ideia revolucionária: cada um compra o que quiser para si próprio. Não precisa de receber coisas que não quer ou não precisa, não tem de ir para shoppings trocar merdas e ter de levar talões e recibos e papéis e faturas.
Há também a conversa do “A intenção é que conta”. Outra merda sem sentido. A intenção conta para quê? Em que outra situação, para além da oferta de presentes, é que a intenção conta para alguma coisa? Um médico que vai operar um paciente para lhe tirar um pedaço de intestino com cancro mas deixa a mão escorregar e saca-lhe metade do tubo. A intenção era óptima mas a pobre vítima vai ter de cagar num saco para o resto da vida.
Tudo isto me leva a imaginar o gajo que inventou a troca de prendas. Que condições levaram a raça humana a praticar tal acto vil? Foi provavelmente um primata macho, podemos chamá-lo Augusto, nosso antepassado, que ofereceu uma pedra bem bicuda a uma fêmea, Aurora, para a ajudar a cortar a carne crua e, ao mesmo tempo, impressioná-la de maneira a acasalar com ela. A Aurora sentiu-se logo na obrigação de pagar na mesma moeda, então retribuiu com um casaco de mamute que não lhe assentava nada bem. O que ela não sabia é que o Augusto era alérgico ao pelo, mas ele não podia dizer nada, para não lhe ferir os sentimentos. Optou então por despachar aquilo para o seu tio Júlio que andava sempre constipado e iria beneficiar de um melhor agasalho. E assim começou o efeito dominó que arruinou a raça humana. Raios partam o Augusto.
Estou sem ideias para este episódio. Vou apenas enumerar coisas que me irritam:
Pré aqueça o forno a 280 graus. Se o seu forno não der para tanto pense momentaneamente em adquirir outro, veja os preços e desista da receita. Enquanto espera que aqueça, retire gomas de um pacote e coloque-as numa taça com leite de soja para tirar o açúcar. Pode usar qualquer tipo de goma, menos daquelas Coca-Cola amargas. Essas são só nojentas. Verifique a temperatura do forno e note que ainda falta muito tempo para estar à temperatura ideal. Faça qualquer coisa útil enquanto espera, tipo por a roupa a lavar. Repare que o quadro da luz foi abaixo por ter dois eletrodomésticos de grande consumo ligados em simultâneo. Chame-se de burro a si próprio por não ter pensado nisso. Ligue a lanterna do telemóvel para se deslocar até ao quadro sem partir um mindinho. Volte a ligar o quadro e corra para a máquina de lavar, de modo a desligá-la antes que volte a trabalhar e a mandar novamente o quadro abaixo. Entretanto, perca a paciência com a temperatura do forno e pense que não é assim tão importante estar pré-aquecido.
Coloque as gomas num recipiente de vidro pequeno e reavalie a sua seleção. Escolha um de barro para não arriscar partir. Perceba que saltou um passo da receita e não escorreu as gomas, escorra as gomas. Programe o temporizador do forno para 40 minutos e vá para uma divisão em que não ouça o alarme, veja televisão e aproveite para tirar um cochilo no sofá. Acorde 50 minutos depois com o cheiro a queimado. Corra para o forno, retire o preparado e pense que não está assim tão queimado e que até gosta de sabores fumados. Regue o resultado com água espremida de uns calções de banho que levou a uma piscina cheia de cloro e está pronto a servir. Pode acompanhar com um vinho que tenha sido oferecido pelo Pingo Doce e ao provar mude de ideias e vá buscar um Compal.
Sabem aquela cena de vender ar de Fátima? Fui eu que inventei. Era puto e fingia que vendia frascos de ar. Às vezes fechava puns lá dentro. Não obstante, fui percursor do ar de Fátima. Os meus gases cheiram a Nossa Senhora.
Quando deduzi que por esta razão sou quase um pastorinho reencarnado, fui procurar mais informação sobre o pastorinho Francisco. Na Wikipédia, logo percebi pelo que este miúdo passou. Citação: "De acordo com as memórias de Lúcia, Francisco era um rapaz muito dado, mas calmo, e gostava de música, o qual mostrava habilidade no pífaro". Já na altura os padres promoviam instrumentos de sopro nas camadas jovens.
Outra coisa interessante da vida do Chiquinho. Citando a wikipedia:
"Contudo, como penitência, Francisco deixara de ir à escola e escondia-se para fazer reparação pelos pecadores". Esta era a derradeira desculpa para faltar às aulas de ginástica. Ao quarto esquecimento do equipamento o professor começa a desconfiar mas se usarmos o trunfo do "a nossa senhora para me castigar disse para não vir à aula" está a situação resolvida.
Além disso, o gajo morreu muito novo, provavelmente por malnutrição devido aos castigos da nossa senhora. Já curto mais a gaja, a matar putos para baixar a idade da reforma.
Num à parte, já procuraram regra 34 da nossa senhora? Eu experimentei. Encontrei um desenho dela a ser sodomizada pelo carinhoso burrinho do presépio em que o seu esperma enchia o espaço vago do ventre deixado pelo menino Jesus, escorria até ao chão,e formava uma cruz. Só quis partilhar o trauma, vão lá à vossa vida.
Fui passar uma noite num hotel.
Chegámos ao quarto e os empregados deixaram uma mensagem escrita à mão a desejar-nos uma boa estadia. O meu primeiro pensamento foi imaginar um pobre coitado preso numa masmorra a escrever dezenas de bilhetinhos todos os dias, para todos os hóspedes. Depois pensei que está a ser pago para escrever, e isso é fixe.
E quando tiramos o cartão da ranhura e a luz vai abaixo? Fico sempre em pânico a pensar que me vai descongelar a carne.
Outra coisa que reparei, eles serviam água em pacote. Pacote. Dos do leite mas com água. Tetrapak. Quando abri o minibar pensei que tinha sido transportado para uma realidade alternativa. E se calhar fui, porque quando contei isto a um amigo, ele disse-me que no Canadá vendem leite em sacos. Leite. Em. Sacos!
A primeira imagem mental que tive foi de um gajo no supermercado a encher o saco das compras com leite. Bolachas, batatas, shampoos e uma poça de leite. Chega-se a casa e verte aquilo para um funil para encher uma garrafa. Mas afinal não é assim. São pequenos sacos pré-embalados cheios de leite. Eles não podem comprar ovos e leite no mesmo dia, não conseguem ter cautela com tudo numa só ida ao supermercado. Ter leite em sacos é o mesmo que usar papel vegetal como preservativo, demasiado arriscado.
Não odeiam quando as pessoas são simpáticas no trânsito? Prefiro mil vezes mais que me insultem por fazer mal um cruzamento ou entrar à papo-seco numa rotunda do que sejam simpáticos. O pior cenário é quando estamos numa faixa de acesso a uma auto-estrada ou via-rápida e quem já lá está, a circular pela faixa da direita, abranda a marcha para nos deixar passar. Odeio isso. Não me meto porque nunca sei se realmente me vão deixar passar ou se só estão a abrandar por receio que me enfie para lá á bruta. E mesmo quando percebem que não me vou meter, quase que param e fazem sinal de luzes para eu entrar. SE ELES TIVESSEM SEGUIDO SEMPRE NA VIDINHA DELES EU JÁ TINHA ENTRADO E ESCUSAVA-SE ESTE “Não, você primeiro. Não, por favor, você primeiro. Deixe estar, entre entre. Nã nã, você chegou primeiro”.
Já me enervei desnecessariamente. Só por falar de trânsito. Irrita-me tanto. Gostava que toda a gente fosse previsível em vez de quererem fazer boas ações. Malta que é porreira no trânsito, de que é que estão à espera? De uma absolvição quando morrerem? Chegam ao céu, está lá o S. Pedro à vossa espera e pergunta:
- Então, portou-se bem o menino? Deixe cá ver o seu histórico. Ah bom, você sempre foi uma besta mas deixava peões atravessar mesmo que estivessem fora da passadeira. Tome lá a pulseira, tem direito a 1 bebida branca e 3 cervejas.
Não vai acontecer, guardem a vossa simpatia para ocasiões em que realmente faça falta. Pá, sei lá, para quando estiverem a visitar um parente demente num lar ou assim. Se bem que aí até pode ser giro ser uma ganda besta, só para ver se o velho se passa e bate num enfermeiro.
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