A censura de costumes ou de fundo religioso levou a alteração dos versos de alguns boleros que tiveram grande êxito internacional. “Palabras de mujer”, de Agustín Lara, de 1944, é um desses casos. Ouçamos duas interpretações de “Palabras de mujer”: a gravação original, de Fernando Fernández e a da cantora mexicana Lila Downs, já do século XXI, com os versos alterados em razão da censura.

Ouçamos três interpretações de Bola de Nieve: “Aquellos ojos verdes”, de Nilo Menéndez e Adolfo Utrera, “El manisero”, de Moisés Simons, e “Os quindins de Yayá”, de Ary Barroso.

O tango nasce por volta de 1880, possivelmente nos conventillos de Buenos Aires. Nenhum historiador arrisca-se a identificar o primeiro tango, mas há consenso de que foi “El entreriano”, de Rosendo Mendizabal, do ano de 1897, o primeiro tango que foi transcrito para a pauta e assim sobreviveu ao tempo. Ouçamos, de Rosendo Mendizabal, com Horácio Salgán e Ubaldo de Lío, “El Entrerriano” e, de Samuel Castriota e Pascual Contursi, “Mi noche triste”, com Gardel.

Onde exatamente nasceram os gêneros musicais? Essa é uma questão que raramente se sabe com exatidão e o berço de nascimento de um gênero, ou permanece desconhecido ou é consensuado, mesmo que não exista certeza para tal. Ouçamos, de Noel Rosa e Vadico, “Feitio de oração”, com Elizeth Cardoso, e, de Miguel Matamoros, “Son de la loma”, com o Trio Matamoros.

Voltamos ao tema das canções homônimas. Mais de 50 anos separam os dois temas que escutaremos hoje. Ambos têm por título “Ausência”. Ouçamos, com Omara Portuondo, de Jaime Prats, “Ausencia”; e, com Marina de la Riva, de Marília Medalha e Vinícius de Moraes, “Ausência”.

Ouçamos de Astor Piazzolla e Fernando Pino Solanas, “Solo”, com Roberto Goyeneche, e “Vuelvo al sur”, com María Volonté.

Cantora, atriz e animadora de programas de TV, Annia Linares nasceu em Maracaibo, Venezuela, em 1950. A família mudou-se para Cuba em 1963. Em 1985, Annia grava um Lp inteiramente dedicado à obra de Giraldo Piloto e Alberto Vera. Entre as faixas desse Lp, duas escutaremos hoje: “De noche” e “Y deja”. Ouçamos.

Os irmãos Orestes López, o Macho, e Israel López, o Cachao, deixaram uma vasta obra musical, boa parte dela com qualidade destacada. O danzón que escutaremos hoje, em interpretação de Dagoberto Quintana e seu Combo, é da autoria exclusiva de Cachao, em seus tempos iniciais de Cuba. Tem por título “Pueblo nuevo”, nome de um pequeno bairro no centro de Havana.

O repertório da cantora Áurea Martins, que, em 2020, completou 8 décadas de vida. Seu repertório, sempre cheio de novidades e raridades, geralmente nos traz belas surpresas. Quando acho que ela já esgotou os coelhos de sua cartola, eis que ela tira de lá algo notável.

Ouvimos, com Áurea Martins, de Valzinho e Ronaldo Bastos, “Iluminado sentimento” e, de Ivor Lancellotti e Márcio Proença, “A voz rouca da crooner”.

A musa maior do tango não são as mulheres, mas a cidade de Buenos Aires. A relação entre o tango e Buenos Aires é provavelmente a ligação mais forte que existe entre um gênero musical e uma cidade. Mas, deixemos os tangos falarem de seu pertencimento a Buenos Aires. Comecemos com “Tango Porteño”, melodia de Francisco Pracanico e versos de Manuel Romero, gravação de Carlos Gardel, de 1925; sigamos com “Alguién le dije al tango”, de Piazzolla e Jorge Luis Borges, de 1965, com Liliana Barrios e terminemos com “La voz de Buenos Aires”, de Eladia Blázquez, com Débora Russ.