A história é bem conhecida. Piazzolla estava decidido a abandonar a música popular e tornar-se exclusivamente um compositor clássico, trilha que já estava percorrendo com criações recentes. Ouvimos “Tango porteño”, de Francisco Pracanico e Manuel Romero, com Carlos Gardel; “Alguién le dije al tango”, de Piazzolla e Jorge Luis Borges, com Liliana Barrios; e “La voz de Buenos Aires”, de Eladia Blázquez, com Débora Russ.

Pouca gente sabe dessa história, mas, nos anos de 1950, não era raro que compositores dividissem parcerias. O que era isso? Compositores amigos e parceiros acertavam entre eles que uma canção, mesmo que composta apenas por um deles, seria atribuída aos dois.

Um dos adeptos dessa prática foi Antônio Maria, que compartilhou canções pelo menos com Fernando Lobo. Ouvimos, com Marisa Gata Mansa e Reinaldo Gonzaga, “Ninguém me ama”, de Antônio Maria e, com Mariza Gata Mansa, “Preconceito”, de Fernando Lobo.

Já apresentamos em nosso programa o curioso e fantástico conjunto Clássico Latino, liderado pelo pianista colombiano Ivan Guevara. Ouvimos, com o Clássico Latino, de Lucho Bermudez, “Colombia tierra querida” e “Danza negra”, a última com vocal da grega Andria Antonoiou.

A cantora mexicana Avelina Landim, nascida em 1918 e falecida em 1991, é considerada uma das destacadas vozes femininas do bolero no México. Para a apresentação de hoje, selecionamos 3 faixas deste Lp: “Gris”, de José Sabre Marroquín e Ricardo López Méndez, “Tú donde estás”, de Gabriel Ruiz e López Mendez e “No me olvides nunca”, de Federico Baena. Ouçamos.

Aída Cuevas, cantora mexicana nascida em 1963, faz enorme sucesso em seu país. Selecionamos para o programa de hoje duas das canções do álbum que poderiam ser inéditas quando gravadas por Aída: “Miedo de querer” e “Amor de mis amores”. Esta última não deve ser confundida com bolero homônimo de Agustín Lara, bem mais conhecido.

A música argentina tem um conjunto de ritmos englobados sob a denominação de folklore, geralmente escrito com k. São ritmos cuja origem é muitas vezes anterior ao tango e geralmente envolve a música dos povos originários com alguma contribuição africana. Entre os rimos do folklore encontram-se a zamba, a chacarera, a tonada, a vidala e o chamamé. Ouvimos, com Mercedes Sosa, de Antonio Tarragó Ros. “María vá” e “canción para carito”.

Cacho Castana.

O pianista Johnny Alf, nascido em 1929 e falecido em 2010, foi daqueles personagens cuja fama e prestígio ficaram devendo muito à contribuição que ele legou à MPB. Ouvimos, com Mary Gonçalves, de Johnny Alf, “Estamos sós”, “O que é amar” e “Podem falar”.

Voltamos hoje a José Alfredo Jiménez um dos grandes nomes do folclore mexicano, uma música que inclui diversos gêneros. Ouvimos de José Alfredo Jiménez, com Plácido Domingo, “Amanecí en tus brazos” e, com Concha Buika, “Las Ciudades”.

Até o início do século XX o transporte de mercadorias, e também o público, se realizava em Buenos Aires com veículos de tração animal, denominados carros ou carretas. Na boleia, pescante em espanhol, geralmente estava um negro que guiava o veículo puxado por uma parelha de burros. Com o tempo, o condutor também passou a ser referido como pescante. Ouvimos, de Homero Manzi e Sebastián Pinaa, “El pescante”, com Ariel Ardit, e, de Homero Manzi e Antonio De Biasi, “Mano Blanca”, com Karina Beorlogui.