A vida com Deus é algo maravilhoso, mas, nunca nos foi escondido ser necessário renúncia, “E aquele que não toma a sua cruz e não me segue, também não é digno de mim” (Mateus 10: 38), assim como também não nos foi prometido que seria um mar de rosas, “Eu vos preveni sobre esses acontecimentos para que em mim, tenhais paz. Neste mundo sofrereis tribulações; mas tende fé e coragem! Eu venci o mundo.” (João 16: 33). Através desses versículos e tantos outros, Jesus, nos ensinava a respeito da vida no Reino.
A vida de um discípulo, de alguém que entendeu o que é o Reino de Deus e deseja ser um trabalhador dele, custa muito. Não que devemos pagar o ingresso para entrar ou uma mensalidade de membro, mas, é necessário avaliar todas as implicações atreladas a essa escolha. Se estivermos mais preocupados com o nosso bem-estar e de nossa família, carreira profissional, realizações pessoais ou qualquer outra coisa acima do Reino, é sinal que não estamos aptos para a função.
Os versículos 59 e 60 por um bom tempo me geraram dúvidas, afinal, porquê Jesus não permitiu que aquele rapaz sepultasse o seu próprio pai? Será que para seguir Jesus é necessário romper vínculos com a própria família? E o luto?
Conforme as tradições e rituais fúnebres observados no judaísmo, se o pai daquele homem já estivesse morto, ele não poderia estar ali no meio do caminho, deveria estar se ocupando de todos os detalhes e cerimônias que envolviam um sepultamento judaico naqueles dias. O que o homem pede, na verdade, é um tempo para ficar em casa até que seu pai morra, para depois, mais maduro e livre de certas obrigações, poder avaliar com calma as vantagens e desvantagens de aceitar o convite de Cristo.
Uma vida de lamento pela escolha feita, de servir a Cristo, também não cabe ao discípulo, imaginando como seria a vida “se não fosse crente” e seus diversos desdobramentos. Precisamos ter a mesma postura do apóstolo Paulo quando diz no capítulo 3 de Filipenses:
“8. Mais do que isso, compreendo que tudo é uma completa perda, quando comparado à superioridade do valor do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem decidi perder todos esses valores, os quais considero como esterco, a fim de ganhar Cristo, 7. Todavia, o que para mim era lucro, passei a considerar como prejuízo por Cristo.”
Para compreendermos tamanha importância e o custo de seguir Jesus, irei ler outra passagem aqui do evangelho de Lucas.
Não podemos ter nada mais preciso do que Cristo e seu Reino, “Também o reino dos céus é como um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.” (Mateus 13: 44.)
Mas então o chamado para ser discípulo é um convite ao sofrimento? De forma alguma, o Evangelho é uma boa notícia, são as boas novas de salvação, é sim um convite para a morte, do pecado, das paixões carnais, do próprio eu, mas, sobretudo a única possibilidade à verdadeira vida.
Quero te encorajar e a mim também, a entregar tudo para Deus, anos atrás perguntei para Deus o que Ele queria de mim, e Ele me respondeu: “Tudo”, fiquei paralisado, algo diferente aconteceu e temi dizer: “Ok Deus, te entrego tudo”, então eu disse: “Deus, não sei se consigo entregar tudo, não quero prometer algo e não cumprir”, a minha resposta foi sincera, porém ingênua, na minha cabeça dizer sim, para Deus naquele momento, eu teria que ter a certeza que nunca mais erraria em minha vida ou que jamais colocaria minha vontade à frente da vontade de Deus. Arrependo-me de ter dado aquela resposta, talvez o sim, me faria caminhar em direção a Deus e ir a lugares mais profundos, mas tenho prosseguido para isso. O pastor Mike Willians compartilhou que uma vez o que Deus disse para ele: "Mike! Ou eu tenho tudo de você, ou eu não tenho nada. Entregue tudo!".
Pare, pense, tome decisões conscientes, calcule o preço de ser um discípulo, mas uma coisa te adianto, vale a pena!