Há vários anos que se fala da instalação do Tribunal Judicial da Nazaré na antiga Casa da Câmara, uma medida que, além de fazer todo o sentido, pode ajudar a trazer um novo fôlego e vivências à Pederneira, que, nas últimas décadas, está muito carecida de investimentos e de movimento. O encerramento de alguns espaços comerciais muito antigos na localidade é mais um sinal que não deve ser encarado de ânimo leve. Além disso, é quase incompreensível que, passadas três décadas da instalação do tribunal na nossa terra, pela mão do então ministro Álvaro Laborinho Lúcio, que os serviços judiciais continuem no mesmo espaço exíguo, sem acessos condizentes com uma casa da justiça e com poucas condições de trabalho para os magistrados e funcionários. É por isso que esta medida vem com muitos anos de atraso. Mas, como diz o povo, mais vale tarde que nunca. As origens do nosso concelho estão na Pederneira, que foi sede de concelho, foi um dos Coutos de Alcobaça, tem uma relevância histórica que ninguém coloca em causa, mas está muito necessitada de uma nova dinâmica. A instalação do Tribunal não resolve todos os problemas, mas é, sem dúvidas, um bom tónico para uma terra que merece mais e que, pelos vistos, não conseguiu sequer tirar partido da existência do Caminho Real.