A crítica recente da presidente do PT, Gleise Hoffmann, sobre a necessidade de uma justiça eleitoral no Brasil gera mal-estar e é infundada já que esse ramo do judiciário não só regula o processo eleitoral, como tem a função atípica de organizar diversas eleições em um país continental. Em entrevista a Marco Antonio Soalheiro no Mundo Político, a professora do IDB- Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa, Anna Paula Mendes, coordenadora acadêmica do Abradep, explica que esse amplo papel tem origem na história de fraudes eleitorais do país, antes da constituição de 1988. A professora avalia que se há em algum momento exorbitância nas decisões da justiça eleitoral, o sistema de freios e contra pesos pode ser usado tanto pelo controle de constitucionalidade, quanto pela atuação do legislador. Anna Mendes também comenta a decisão do TSE de excluir as Forças Armadas da fiscalização das zonas eleitorais e o enfrentamento da desinformação e das fake news nos processos eleitorais.