
Sign up to save your podcasts
Or
Para saber demais informações e participar do clube de conversação depois do expediente, siga o link: https://portuguesewitheli.com/cah
If you’d like to help our podcast, consider leaving us a review (Apple and Spotify). Or, alternatively, you can also make a small donation that will be used to cover costs and buy more books for me to research for the podcast 😊 https://buymeacoffee.com/elisousa
Now, here is the monologue for your benefit!
Quando criança, era rechonchudinho. E meus pais sempre me faziam jogar futebol todos os dias. E quando não era futebol, era basquete, beisebol ou outro esporte com alguma bola. Assim, mantive o peso sob controle.
Mas o tempo passou e a gente se acomodou. Fiz faculdade de Direito e de lá saí direto para uma cadeira de escritório. E da cadeira de escritório saía para a cadeira dos restaurantes aonde levava a minha então namorada e atual esposa.
Trocando em miúdos, com uma vida sedentária, o peso voltou com tudo. Os louros do passado foram todos perdidos.
Minha esposa sempre foi compreensiva, mas dava uma alfinetada aqui e ali comentando o meu peso. “Vamos pelo elevador porque o Luiz não tem fôlego para as escadas.” “Tem como ir de carro? Porque o Luiz vai suar a camisa e não é trabalhando.”
Sei que ela não fazia isso por mal, mas sentia uma pontada de raiva quando ela jogava o meu peso na minha cara. Porém, decidi usar essa raiva para dar a volta por cima. Como sempre fiz algum esporte, podia retomar o hábito. E como lá no escritório um dos associados jogava golfe, pensei em jogar com ele.
Mas passei tanto tempo sedentário que pensei estar assinando a minha derrocada quando assinei a minha matrícula.
Comprei toda a parafernália de golfe, incluindo um bonezinho que disseram que ia me deixar a cara do Tiger Woods. Agora, com as devidas vestimentas, entrei em campo para minha primeira aula.
No campo, o treinador me perscrutou. Então ele me mostrou como era um swing grande e um swing pequeno e disse que íamos começar com o pequeno.
Agora deu. Eu podia estar alguns anos longe dos esportes, mas sabia que ainda era capaz. Eu dava conta do recado.
Levantei o taco e joguei meu peso com toda força para dar uma tacada daquelas num swing grande. Mas o taco passou direto, acabei perdendo o equilíbrio e, de uma pirueta, caí no chão.
No chão, foi que me apercebi de que meu corpo estava um pouco mais pesado do que estava antes.
Mas o mico foi ainda maior. Quando me levantei do chão e tirei a poeira dos ombros, vi o chefe de um escritório concorrente. Ele deu um sorrisinho maroto e comentou:
— Eita, colega. Ainda bem que do chão não passa, né? Mas é assim mesmo. Quem tá começando sempre quebra a cara.
Eu entendi a indireta... e senti uma raiva crescer em mim.
Mas aí pensei na minha esposa e nos comentários dela e no fato de sempre terem duvidado da minhas capacidades e senti uma vontade tão grande de me vingar. Engoli o choro e bolei um plano.
Pedi ao treinador para me mostrar de novo como fazer o swing pequeno e prestei atenção. Quando chegou a minha vez, dei uma tacada com o mesmo cuidado que ele teve e lá se foi a bola voando e voando e desaparecendo no horizonte.
Agora sim.
Desde aquele dia, tenho praticado com o treinador todos os dias na hora do almoço. Como pulo o almoço e fico caminhando para cima e para baixo no campo, perdi uns bons 40 Kg e já estou me preparando para competir no primeiro torneio neste fim de semana.
E sabendo que um dos favoritos é aquele concorrente que riu de mim, quando eu ganhar vou fazê-lo engolir a taça.
A vingança é um prato que se come frio.
5
2929 ratings
Para saber demais informações e participar do clube de conversação depois do expediente, siga o link: https://portuguesewitheli.com/cah
If you’d like to help our podcast, consider leaving us a review (Apple and Spotify). Or, alternatively, you can also make a small donation that will be used to cover costs and buy more books for me to research for the podcast 😊 https://buymeacoffee.com/elisousa
Now, here is the monologue for your benefit!
Quando criança, era rechonchudinho. E meus pais sempre me faziam jogar futebol todos os dias. E quando não era futebol, era basquete, beisebol ou outro esporte com alguma bola. Assim, mantive o peso sob controle.
Mas o tempo passou e a gente se acomodou. Fiz faculdade de Direito e de lá saí direto para uma cadeira de escritório. E da cadeira de escritório saía para a cadeira dos restaurantes aonde levava a minha então namorada e atual esposa.
Trocando em miúdos, com uma vida sedentária, o peso voltou com tudo. Os louros do passado foram todos perdidos.
Minha esposa sempre foi compreensiva, mas dava uma alfinetada aqui e ali comentando o meu peso. “Vamos pelo elevador porque o Luiz não tem fôlego para as escadas.” “Tem como ir de carro? Porque o Luiz vai suar a camisa e não é trabalhando.”
Sei que ela não fazia isso por mal, mas sentia uma pontada de raiva quando ela jogava o meu peso na minha cara. Porém, decidi usar essa raiva para dar a volta por cima. Como sempre fiz algum esporte, podia retomar o hábito. E como lá no escritório um dos associados jogava golfe, pensei em jogar com ele.
Mas passei tanto tempo sedentário que pensei estar assinando a minha derrocada quando assinei a minha matrícula.
Comprei toda a parafernália de golfe, incluindo um bonezinho que disseram que ia me deixar a cara do Tiger Woods. Agora, com as devidas vestimentas, entrei em campo para minha primeira aula.
No campo, o treinador me perscrutou. Então ele me mostrou como era um swing grande e um swing pequeno e disse que íamos começar com o pequeno.
Agora deu. Eu podia estar alguns anos longe dos esportes, mas sabia que ainda era capaz. Eu dava conta do recado.
Levantei o taco e joguei meu peso com toda força para dar uma tacada daquelas num swing grande. Mas o taco passou direto, acabei perdendo o equilíbrio e, de uma pirueta, caí no chão.
No chão, foi que me apercebi de que meu corpo estava um pouco mais pesado do que estava antes.
Mas o mico foi ainda maior. Quando me levantei do chão e tirei a poeira dos ombros, vi o chefe de um escritório concorrente. Ele deu um sorrisinho maroto e comentou:
— Eita, colega. Ainda bem que do chão não passa, né? Mas é assim mesmo. Quem tá começando sempre quebra a cara.
Eu entendi a indireta... e senti uma raiva crescer em mim.
Mas aí pensei na minha esposa e nos comentários dela e no fato de sempre terem duvidado da minhas capacidades e senti uma vontade tão grande de me vingar. Engoli o choro e bolei um plano.
Pedi ao treinador para me mostrar de novo como fazer o swing pequeno e prestei atenção. Quando chegou a minha vez, dei uma tacada com o mesmo cuidado que ele teve e lá se foi a bola voando e voando e desaparecendo no horizonte.
Agora sim.
Desde aquele dia, tenho praticado com o treinador todos os dias na hora do almoço. Como pulo o almoço e fico caminhando para cima e para baixo no campo, perdi uns bons 40 Kg e já estou me preparando para competir no primeiro torneio neste fim de semana.
E sabendo que um dos favoritos é aquele concorrente que riu de mim, quando eu ganhar vou fazê-lo engolir a taça.
A vingança é um prato que se come frio.
38,782 Listeners
172 Listeners
56,490 Listeners
174 Listeners
111 Listeners
429 Listeners
189 Listeners
167 Listeners
45 Listeners
23 Listeners
101 Listeners
31 Listeners
17 Listeners
14 Listeners
29 Listeners