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Neste episódio falamos sobre o app Celular Seguro do governo, os riscos das redes sociais para adolescentes e o impacto da Inteligência Artificial no trabalho. Você irá descobrir como a tecnologia afeta sua segurança e bem-estar.
Guilherme Goulart e Vinícius Serafim analisam o app Celular Seguro e a responsabilidade dos bancos em fraudes. Aprofundam-se em como as Big Techs, como a Meta, exploram a saúde mental de jovens e o baixo número de moderadores de conteúdo no Twitter. A discussão abrange a Inteligência Artificial, o impacto do ChatGPT e da OpenAI no mercado de trabalho e a nova função de privacidade no WhatsApp. Eles também comentam a correção de vulnerabilidades de segurança zero-day, reforçando a necessidade da segurança de celulares e da regulação de IA para a proteção de dados. Se você gosta de debates sobre segurança digital, siga, assine e avalie nosso podcast.
ShowNotes
Foto do Episódio gerada pelo Dall-E via ChatGPT
Transcrição do Episódio
(00:02) Bem-vindos e bem-vindas ao Café Segurança Legal, episódio 355, gravado em primeiro de dezembro de 2023. Eu sou o Guilherme Goulart e, junto com Vinícius Serafim, vamos trazer para vocês um pouco do que ocorreu no último período. E aí, Vinícius, tudo bem? E aí, Guilherme, tudo bem? Olá aos nossos ouvintes e aos internautas que nos assistem no YouTube. Você sabe que o primeiro de dezembro é conhecido mundialmente pela sexta-feira. É o mês que é uma sexta-feira, porque está todo mundo naquela vibe de final de ano, perto do Natal, perto do Ano Novo, perto das férias. Então, entramos em dezembro, o mês que é a sexta-feira do ano.
(00:42) Para mim é o mês da correria agora. Tem apresentação de Natal de um filho, apresentação de Natal de outro, apresentação de Natal de outro, verdade. Festinha, festinha e não sei o quê. Mas este é o nosso momento de conversarmos sobre algumas notícias e acontecimentos que nos chamaram a atenção, tomando um café de verdade. Então, pegue o seu café e venha conosco. Eu estou aqui hoje tomando, de fato, um café e uma água também. Para entrar em contato conosco, enviar suas críticas e sugestões, é muito fácil: basta enviar uma mensagem para [email protected] ou, se preferir, também pelo @segurancalegal no Twitter e no Mastodon @[email protected]. Já pensou em apoiar o projeto Segurança Legal? Acesse o site picpay.me/barssegurancalegal ou apoia.se/barssegurancalegal, escolha uma das modalidades de apoio e, entre os benefícios recebidos, você terá acesso ao nosso grupo exclusivo de apoiadores lá no Telegram. E sempre lembrando, Vinícius, apoiar é importante para nós. Considere apoiar, se não for o Segurança Legal, claro que a gente quer que seja, mas também um projeto independente de divulgação e compartilhamento de conhecimento, que é algo muito importante, sobretudo hoje em dia.
(02:12) Com tantas notícias falsas, com tanto problema na divulgação do conhecimento, conhecimento de baixa qualidade. Ajude podcasts que estão interessados com a verdade, com a ciência e com o conhecimento. Se não for o Segurança Legal, que seja outro que você escuta e curte o conteúdo, porque o pessoal trabalha para caramba. E tem gente que só faz isso. Nós não fazemos só o podcast, mas quem trabalha fazendo só o podcast dá um pouco de trabalho. Deixa eu, antes da gente começar, Vinícius.
(02:51) Eu estava até buscando aqui que lá no Mastodon, a gente fala do Mastodon aqui, recebemos uma mensagem. Tu falas do Mastodon, é uma rede mais… Daqui a um tempo tu pode esfregar na minha cara quando o Mastodon crescer, viu? Eu disse, não sei o quê, tu pode esfregar na minha cara, não tem problema. Mas acho que não é nem isso, acho que está ligado um pouco com a nossa primeira notícia, que os ouvintes vão ouvir depois, sobre como essas redes sociais lidam com o nosso bem-estar. E o Mastodon, por enquanto, e eu espero que seja assim para sempre, ele não explora as nossas vulnerabilidades mentais para nos deixar viciados. Então eu gosto de uma interação mais leve. O Leocádio Melo mandou aqui uma mensagem no episódio 352, da ABIN e monitoramento estatal, e ele disse: “Os professores Guilherme e Vinícius, permitam-me chamá-los assim, dão uma verdadeira aula sobre este tema. As notas são um manancial para estudar situações como esta e propor medidas de mitigação. Sugiro que abordem sobre como melhorar a segurança de nossos dispositivos móveis”. Leocádio, obrigado pela mensagem, um abração. Ele indicou ali para os seguidores dele também o podcast. Sobre essa questão de segurança dos dispositivos, eu até me lembrei, Vinícius, eu vi uma notícia ontem, acabei não guardando, que o governo federal estaria desenvolvendo um aplicativo junto com os bancos. Agora estou dando a informação sem a fonte, uma pena, mas vou ver se acho enquanto você fala.
(04:36) Vamos lá, mandou um aplicativo de segurança para melhorar a segurança dos celulares. Achei, olha só. Você vê que aqui no Segurança Legal, às vezes a notícia vem de improviso. Eu achei no Olhar Digital: 11/10, deve ser 11, atualizado em 11/10. Será que é isso aqui? “Governo criará um app para proteger seu celular contra roubo”. Será que é isso? Acho que é isso aí. Ministério da Justiça, Celular Seguro. Será que é isso aqui? Vou botar a notícia, acho que é. Lê para nós aí. É: “O governo criará app para proteger seu celular contra roubo. Ministério da Justiça e Segurança Pública planeja lançar ainda em outubro uma plataforma para bloquear celulares em caso de furto ou roubo”. Eu não sei se foi lançado, foi a primeira que eu encontrei.
(05:11) O Ministério da Justiça e Segurança Pública pretende lançar o Celular Seguro, plataforma para bloquear celulares em caso de furto ou roubo. A informação foi divulgada inicialmente pela Folha de S. Paulo e depois confirmada pela Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel. É essa aqui. Só que essa aqui já é passada, já faz um tempinho. Deixa eu ver se acho alguma outra coisa aqui. Mas acho que é essa notícia mesmo, Vinícius, que eu vi eventualmente requentada ou era antiga.
(05:39) Porque de fato é um problema. Você tem aqui um problema de como os fraudadores e os criminosos evoluíram, sobretudo no desbloqueio do celular. E eles acabam… é aquela história, como certas proteções se voltam contra o próprio usuário. Aquela velha história da chave do carro. Ou seja, quando os carros tinham chaves normais, o sujeito conseguia furtar o carro. Ele arrombava o carro, levava o carro quando você estava longe. Isso quando não tinha chave de carro que abria outro carro que não era o seu.
(06:19) Acho que todo mundo tem essa história do pai abrindo o carro errado. Exatamente. Meu pai tinha uma Brasília e eu vi isso, ele abrindo, e abria. Com as chaves de carro ficando mais tecnológicas, ou seja, você precisa da chave dentro do carro, o ladrão precisa pegar a chave de você. Você se expõe mais. É um problema de segurança, porque você precisa estar presente para abrir o teu carro. Em vez de furto, ele pratica roubos. Com a questão dos celulares, alguns querem somente roubar o celular.
(06:59) Em São Paulo, isso é uma realidade terrível. Mas ao mesmo tempo, você pode ficar exposto a situações em que o ladrão quer ter acesso à tua conta, então ele vai ficar contigo, ele vai te obrigar a abrir o celular, abrir o aplicativo de banco e, com um revólver ou uma pistola apontada para sua cabeça, você fará evidentemente o que ele mandar. Então você tem esse aspecto. Os bancos, claro, transferem também um pouco do risco de insegurança para o usuário.
(07:35) Inclusive, tivemos uma decisão agora, nesta semana ou na semana passada, está lá no nosso blog, depois vou botar no show notes aqui também, do STJ reconhecendo a responsabilidade do banco na devolução de PIX feitos, de PIX realizados quando você avisa o banco que houve o furto ou o roubo e, depois desse aviso, eles ainda permitem que as operações sejam realizadas. Eu disse tudo isso, Vinícius, para dizer que, diante de todo esse cenário, diante do próprio cenário das empresas que fabricam sistemas operacionais, como Apple e o Google pelo Android,
(08:17) Samsung e tal, e toda a tecnologia que elas têm, me permita aqui um pouco de ceticismo, Vinícius, mas eu tenho minhas dúvidas se o governo brasileiro teria tecnologia… posso e quero estar enganado, tomara que eu esteja enganado, mas que se tenha um aplicativo para realizar essas funções de forma satisfatória. A gente não tinha falado sobre isso antes, isso veio de improviso. É novo para mim, inclusive. Então fale no café, mas a ideia do café é essa. A ideia do café, só lembrando, a gente já explicou, mas talvez para quem caia de paraquedas aqui,
(08:55) achando que o café é o antigo resumo de notícias que o Fábio Assolini fazia com a gente, a ideia não é essa. A ideia é que seja efetivamente uma conversa em que a gente troca algumas ideias e vê algumas notícias. Não são as notícias mais importantes, não é tudo que está acontecendo, mas é aquilo que a gente julgou… nem é o mais recente, às vezes. Mas é aquilo que a gente julgou interessante para trazer e conversar.
(09:24) Essa é a ideia do Café Segurança Legal, a gente bater um papo mesmo. Então, às vezes a gente traz coisas que não tinha planejado. É bem interessante, eu não sabia dessa questão desse aplicativo. Mas é um tanto delicado quando começa a proteger o celular. Vai chegar uma hora que a régua vai aumentando. Enquanto eu não preciso de ti para mexer na tua conta, eu só levo o teu celular. A partir do momento que eu preciso de ti para mexer na tua conta, eu te levo junto com o celular. Claro.
(09:57) E aí tem aquelas soluções tipo Nubank, tem aquele esquema do “na rua” ou “estou na rua”, aquela proteção lá que, logo que saiu, eu acionei e me arrependi. Aquilo deu um problemão, me travou inclusive em casa, aquela porcaria. Aí eu desativei. Acho que agora recebi mais uma mensagem que estaria novo e não sei o quê. Mas daqui a pouco o cara vai te pegar, ele já sabe que “na rua” não funciona. Então, além de pegar o celular, além de me abordar, ele vai me fazer voltar para casa, entende? Ou vai me pegar em casa. É mais difícil.
(10:29) Aquele criminoso eventual que vai bater uma carteira na rua, uma bolsa, uma coisa assim, não vai ter muito o que fazer, verdade. Mas ao mesmo tempo, acaba aumentando um pouco talvez a violência de quem está determinado a obter dinheiro da conta de alguém por meio do celular, e sabe que tem essas proteções, e vão ficar sabendo, é óbvio. Lembrando que a gente já falou inclusive aqui do caso da SuperSim, aquela empresa que fazia empréstimo com garantia de celular. Foi contestado na Justiça e tal.
(11:06) Discutimos sobre os problemas desse aplicativo. Eles… depois a gente descobriu que há uma nova solução da Samsung que permite o bloqueio remoto de celular também, que foi feita junto com o pessoal lá da SuperSim. Lá no site você consegue ver que a ferramenta é feita junto com eles. Ou seja, já existem ferramentas, no caso da Samsung, da Apple também. Mas aqui na Folha de S. Paulo ainda diz, pra gente já terminar, Vinícius, que a ideia é que o usuário cadastre duas pessoas de confiança para bloquear o aparelho e suas funções assim que o assalto ocorrer.
(11:44) Eu já estou vendo fraudadores enganando as pessoas para que elas cadastrem o telefone do fraudador para bloquear o celular. O cara bloqueia o celular. Não é assim. Esse recurso de ter um outro dispositivo para bloquear, uma vez roubado, é um recurso que já existe. Ele é mais chato de usar. Quem usa iPhone tem lá o aplicativo “Buscar”. Se tu tens um outro dispositivo ou acesso na web mesmo, tu bloqueia o telefone. Eu não lembro, mas acho que o Android também tem uns lances de
(12:13) bloqueio remoto, só que é mais difícil para as pessoas usarem. Como tu só vais usar isso quando der uma caca, quando alguém te roubar, às vezes tu nem lembras como acionar. Eu, inclusive, quando tive um iPhone há muito tempo, eu morava em Porto Alegre, inclusive, lembro disso. Teve um daqueles casos do “homem-aranha”, que o pessoal chamava. O cara escalou por fora, subiu no terceiro andar. Tu olhas por fora e dizes: “não, ninguém vai subir isso aqui”. Mas o cara subiu, entrou
(12:44) no meu apartamento às 5:30 da manhã, mais ou menos, nos acordou, nos tirou da cama e levou os celulares. Só que ele levou os celulares, e um deles, eram dois iPhones, e os dois estavam com o rastreamento ligado. Isso nós estamos falando em 2011. E aí eu consegui rastrear, eu consegui acionar a polícia. Eu estava dizendo: “Olha, eu sei onde os caras estão, eu sei onde o cara está”. E aí eu fui dizendo onde o cara estava. A polícia veio, chegou na frente do prédio. Um vizinho que não morava no prédio, um outro cara ali, esses vizinhos metidos, sabe?
(13:21) Ele disse: “Não, parece que não foi aqui, foi ali adiante”. E eu conhecia o cara. E aí a polícia ficou… até a chave, eu disse: “Não, é no endereço tal”. Nós estávamos trancados no apartamento, o cara levou a chave e tudo mais. Bom, resultado: o cara conseguiu fugir, abandonou um dos aparelhos quando eu fiz o aparelho fazer um barulho para a polícia ver, e o outro aparelho a polícia não quis ir recuperar porque, na localização que ele estava, eles não entravam. Eles não iam. Hoje os bandidos estão bem mais ligados em como lidar com telefones celulares. Conseguem
(14:05) desbloquear, até algumas vezes. Tem ferramentas. Então, esse lance de ter outros telefones para bloquear e tal, outras pessoas que possam bloquear para ti, eu acho que é bem interessante. É um recurso que a gente já tem, não é um recurso novo, só que ele é mais chato de usar. Não está tão fácil de usar para o usuário normal. A preocupação é o Estado oferecendo um aplicativo que permite fazer coisas muito invasivas no teu celular.
(14:41) E aí eu digo o Estado de maneira geral, não esse Estado com esse presidente ou com aquele outro, o Estado, qualquer Estado, entendeu? O Estado fazendo isso, eu me preocupo um pouco pelo histórico e por como é sedutor para o Estado também invadir ou abusar desse tipo de controle que ele vai ter nos celulares de, potencialmente, todo mundo. Aí o banco vai obrigar tu teres esse negócio instalado. Percebe os potenciais problemas? Bom, vamos lá. Quer ir? A gente rompeu a ordem que a gente tinha aqui, Vinícius. A primeira era envolvendo a Meta de novo.
(15:16) E na verdade, essa notícia não é uma novidade. As pessoas, os estudiosos, os acadêmicos já vêm falando sobre esse potencial da Meta, não só da Meta em si, mas das redes sociais em geral e como elas contribuem negativamente para a saúde mental das pessoas. Isso qualquer pessoa que use redes sociais, que seja um heavy user, vai saber se olhar para si um pouquinho. Ela vai perceber como isso afeta a sua saúde mental. E o que se descobriu agora, o que já se suspeitava, mas está se revelando por meio de documentos que estão sendo revelados em uma ação contra a Meta, esses documentos indicaram que
(16:01) os produtos foram projetados para explorar as vulnerabilidades mentais de adolescentes. Então, esses documentos vieram à tona. Eles voluntariamente fizeram isso. E essas práticas de viciar os adolescentes nessas redes envolviam a exploração de uma predisposição natural do adolescente de atender e responder muito aos impulsos e também reagir muito acerca da pressão feita pelos seus próprios pares, pelos seus próprios colegas, por outros adolescentes também.
(16:46) Ou seja, incentivando, até algumas vezes, comportamentos arriscados e nocivos. E a ideia, basicamente, era viciar os jovens, visto que eles levavam em consideração o fato de que os adolescentes, quando confrontados com os efeitos da dopamina, seriam insaciáveis. Os adultos já são também, mas os jovens, os adolescentes, mais ainda. Isso estava em um documento de 2020. E basicamente, essa reportagem do Wall Street Journal traz essas conclusões aqui. Ainda aponta que, na verdade, como eu disse, isso
(17:29) não é uma novidade, confirma o que todo mundo já suspeitava. Mas acadêmicos, pais, pesquisadores já vêm há muito tempo falando sobre os efeitos negativos do uso dessas ferramentas. Pois bem. Eu acho que a notícia, na verdade, o ponto aqui é como cada vez mais a gente vê que somente apostar no compromisso ético e social das big techs vai nos deixar na mão, eu diria que quase sempre. Hoje, um dos debates, por exemplo, da regulação da Inteligência Artificial, é um modelo híbrido, um modelo misto de autorregulação versus regulação
(18:11) estatal. E aí você teria que, sim, claro, contar com essa predisposição das empresas para contribuir eticamente ou fazer serviços seguros, porque elas teriam um compromisso social de fazer um bem para a sociedade. Isso, na verdade, não deixa de ser um problema e uma das contradições do próprio capitalismo, Vinícius. Porque não é só com redes sociais e com tecnologia que isso ocorre. Se você for olhar, por exemplo, a indústria de alimentos, que eu sempre comento aqui, ela intencionalmente tem feito, ao longo dos
(18:49) últimos anos, alimentos que fazem mal para a saúde, que vão fazer as pessoas engordarem, que vão fazer as pessoas terem uma série de doenças, com excesso de sal e tal. Hoje a gente já nota uma reação do Estado. Para quem consome, quem vai no supermercado já deve ter visto, você tem uma nova lei que aplicou uma modalidade de rotulagem. Você precisa ver lá os produtos “alto em açúcar” e tal. E para mim tem um efeito, sabe? Eu acabo tentando levar uma vida um pouco mais saudável, então você presta atenção naquilo. Ou seja, é o Estado
(19:24) tentando interferir em práticas de empresas que funcionam licitamente, mas que voluntariamente fazem alimentos que elas sabem que vão fazer mal para as pessoas. Tem todo o esquema dos hiperprocessados. Claro. E o aumento… eu estava lendo um livro sobre cidade caminhável, sobre a ligação da arquitetura nas cidades, e um dos aspectos que se nota muito, que também contribui para a obesidade das pessoas, é como as cidades deixaram de ser caminháveis. Você precisa usar mais carro, você trabalha mais sentado, mas também tem um componente do peso das pessoas
(20:01) aumentar muito nos últimos 40, 50 anos por esse consumo excessivo. Então, só para fazer essa analogia e fechar, é como se a gente colocasse esse tipo de problema aqui. Ou seja, a empresa voluntariamente está trabalhando para viciar jovens na sua plataforma, sabendo que isso vai causar danos muito graves e psicológicos nessas pessoas. Veja, a gente está falando de vulneráveis, mais vulneráveis ainda. O sujeito que usa a rede já é vulnerável por ser consumidor, e o adolescente, a criança, mais vulnerável ainda. Então, agora, transponhamos isso para
(20:37) como as empresas de IA estão atuando no mercado. A gente vê aqui que o Mark Zuckerberg instruiu seus subordinados a dar prioridade ao aumento do uso de suas plataformas acima do bem-estar dos usuários. Ou seja, imaginemos como essas práticas já estabelecidas vão sendo descobertas. Cada ano tem uma que se descobre do Facebook, por exemplo, e que nos surpreende. Às vezes a gente até já imaginava, mas a gente fica ainda surpreso. Agora vamos transportar isso para a Inteligência Artificial. Se essas
(21:16) práticas que já estão consolidadas nesse mercado também forem replicadas no ambiente de Inteligência Artificial, o cenário parece que vai ser muito desolador nos próximos anos. Inclusive, Vinícius, a próxima notícia aqui, que é a do Twitter, essa é bem curtinha, do desinformante.com.br.
(21:43) Eles divulgaram, por conta das normas americanas, o número de moderadores que eles têm por língua. Enquanto o número de pessoas moderadoras na língua inglesa é de 2.294 pessoas, em português são 41 pessoas, italiano tem duas pessoas, alemão 81 e francês 52. E tem vários com um, doze. Em espanhol… português 41. Então, o que isso significa? Ora, significa que as empresas estão dedicando muito menos esforços do que deveriam e poderiam para
(22:35) realizar o controle do conteúdo, sobretudo no Twitter. E aí, claro, quando a gente vê a chegada do Elon Musk, que vem se posicionando nessa questão da liberdade… mandou agora recentemente os anunciantes que caíram fora do Twitter se… E aí você começa a ver discursos… aquela coisa que a gente fala, o Twitter realmente se tornou um lugar absurdamente tóxico, inclusive com anúncios. Os anúncios estão ficando cada vez mais bizarros, cara. Parece que sim, eu percebi uma clara mudança aí
(23:07) nos últimos meses. Para mim ficou bem, um negócio inacreditável. O meu Twitter eu uso muito pouco e limpo muito, tiro muita coisa que eu não… vou bloqueando e vou tirando. Só que isso funcionava até o Elon Musk comprar o Twitter e mudar a história. Então, agora, querendo ou não, eu recebo uns anúncios lá que não me interessam nenhum pouco e algumas coisas muito estranhas, sabe? Algumas coisas muito fora da casinha. Mas enfim, está lá. Vai uma tua aí.
(23:40) Vai uma minha. Deixa eu escolher bem aqui, porque nós estamos com um horário meio… não, mas acho que acaba dando. Vou pegar uma de utilidade pública aqui, talvez, que é do WhatsApp. O WhatsApp lançou uma nova feature, que não está disponível ainda, pelo menos não no WhatsApp comercial, que é o que a gente usa. No nosso aqui não estava. Fique atento aí no seu para ver se vai estar disponível ou não, mas é uma nova feature que permite que você proteja chats específicos com um código, com uma senha. Então, mesmo que alguém
(24:19) pegue o seu celular, desbloqueie, etc., certos chats você pode ter uma senha que bloqueia o acesso. Então é um recurso interessante, um recurso adicional. Lembrando, e até puxando um pouco e voltando para aquilo que tu comentaste no início, Guilherme, é tu usar uma boa senha no celular e cuidar da questão da cifragem do próprio celular. Isso agora, mais recentemente, já vem meio por default, mas não custa nada olhar no Android, principalmente. No iOS sempre foi default, no Android nem sempre foi, dependendo do fabricante. Lá nos ajustes,
(24:55) nas configurações do dispositivo, você tem a opção de habilitar a criptografia do dispositivo e mesmo da memória, do cartão de memória, se você usa, ou coisa parecida no celular. Então, assim, além de usar uma boa senha, se for usar um padrão de desbloqueio, tentar usar alguma coisa um pouco mais complexa do que um “L” ou as coisas mais simples que desbloqueiam fácil. Se tiver a opção de apagar o celular depois de tantas tentativas erradas, é uma opção, se você tem backup do celular na nuvem. Mas, além dessas situações, você tem agora
(25:28) o WhatsApp lançando essa nova possibilidade de você botar senha em chats específicos. Ele fica escondido também, né? Ele, na verdade, tem uma pastinha lá de “chats secretos”, não sei o que lá, e tu terias que, para entrar nessa pastinha para ver o que tem de chat, botar uma senha. Eu não consegui testar ainda, porque não instalei em outro celular aqui para ver se no WhatsApp normal tem. No Business não tem ainda. Fui ver até se tinha alguma atualização para ele, não saiu. Então eu não pude eu mesmo testar isso, mas
(26:03) fiquem atentos. Isso aqui pode ser interessante. A gente sabe muito bem que às vezes vocês têm um celular compartilhado dentro da empresa para o WhatsApp. Então tu tens lá um celular para diversos setores, tem um setor só com pessoas fazendo coisas diferentes e usando os chats. Quem sabe pode ser uma… não é o ideal, mas a gente sabe que de fato isso acontece. Então, de repente, dá para um chat ou outro, com a senha, compartilhando o celular etc., pode ser uma coisa útil nesse sentido. E mesmo como uma segurança adicional,
(26:37) caso você perca o celular e alguém… você perde o celular e a pessoa que encontrou não é muito honesta e começa a olhar os chats e vai nos chats que você tem com pessoas mais próximas para tentar aplicar algum tipo de golpe. Talvez aí você possa botar uma proteção a mais. Então eu acho que é um recurso interessante, tu poderes bloquear algumas conversas no teu celular, principalmente se tu tens um esquema de compartilhar o celular ou ter que eventualmente emprestar o celular para alguém, ou se tu esqueces o celular
(27:06) desbloqueado. Uma camada a mais de segurança. Então é algo interessante, pode ser útil dependendo do cenário. Tá com mais duas aqui, rapidinha. Pode ir, faz mais uma. Vou mais uma bem rápida aqui também, que me chamou a atenção. Não precisa ser tão rápida, pode falar na velocidade… Isso aqui eu acho interessante para a gente se manter ligado com relação à atualização de segurança, problemas de segurança. Algumas eu até parei de trazer,
(27:37) aquelas que a gente trouxe seguido no Café, que foram os repositórios de bibliotecas, de pacotes, etc., com pacotes maliciosos. Cara, está acontecendo direto, acontecendo direto. Então, assim, Python, Node, o JavaScript, a gente tem um monte dessas situações. Até parei de trazer isso porque está ficando chato já de tanto ver. Então, fique antenado de onde você traz, se você programa, de onde você pega os pacotes, as bibliotecas, os crates e tudo mais que você usa para
(28:14) fazer a programação, criar os seus sistemas. Mas aqui eu vou trazer duas rápidas envolvendo vulnerabilidades. Zero-days. A Apple corrigiu mais dois, corrigiu emergencialmente. Essa notícia é do dia 30. Mais dois zero-days em atualizações emergenciais. Quem tem iOS com 17.1.2… aqui depende se é um iPad, se é um Mac, se é um iPhone, porque muda a versão vulnerável, mas está aqui na notícia, vai estar no show notes. Mas deem uma olhada, se você tem um iPhone que aceita atualização ainda de sistema operacional, corra e atualize.
(29:07) Dá uma olhadinha lá no “Geral” e atualiza rápido. O que chama a atenção nesses zero-days é que eles são daquele tipo que aquelas empresas, como a que desenvolve o Pegasus e aqueles outros softwares de espionagem, adoram comprar e não informar para ninguém corrigir. São aqueles zero-days que permitem a execução remota de código. Então, dependendo, se tu acessares um site vulnerável ou clicares num link vulnerável ou instalares um malware, um site malicioso, um link malicioso, ou mesmo instalar
(29:42) uma aplicação maliciosa, eventualmente pode explorar essa vulnerabilidade no teu celular e tomar controle do celular inteiro. É o tipo de bug perfeito para isso. Então, saiu, é recente. Já são, segundo a Bleeping Computer, 20 zero-days em 2023 envolvendo iOS, envolvendo a Apple, na real. Então fiquem ligados. E obviamente, não tem só para a Apple. Zero-days a gente tem para o Chrome também. Recentemente a gente comentou em outro café sobre uma biblioteca de codec de vídeo, de processamento de vídeo, que estava
(30:23) com problema, e todo mundo que usava essa biblioteca estava vulnerável. Aí até se discutiu, a Google gerou um CVE para ela. Até se discutiu se deveria ser assim ou não, está lembrado? Porque o problema é na biblioteca e tem muita gente usando a biblioteca. Então saiu todo mundo corrigindo, atualizando seus navegadores e tudo mais. Mas sim, de novo, saiu mais uma atualização de emergência para o Google Chrome, que a gente sabe que acho que quase todo mundo usa. Zero-day, mesma coisa. Então saiu a atualização, é bom quem está usando se ligar de atualizar. Ele atualiza automático, mas é bom ficar
(31:01) antenado aí se está sendo atualizado mesmo. Só para a gente ficar ligado que zero-days aparecem todos os dias. A gente tem esses dois casos aqui. E esse tipo de vulnerabilidade é o pior que tem, porque até que seja corrigido, dependendo do site que você acessa, do aplicativo que você instala, você acaba se expondo. E aí junto vai cartão de crédito, acesso à conta bancária e aquelas outras coisas mais. Tu, Guilherme, me canta qual que eu jogo na tela para nós. Eu inclusive estou atualizando o telefone.
(31:43) Você falou aqui e ele sei lá, apagou, não liga mais. Deu pau na atualização, bricou o telefone. Porque ele mostra de manhã, toda vez que eu ligo o telefone, ele lembra que tem que atualizar. Só que daí você não atualiza. Então, agora com esse aviso do Vinícius, se você estiver ouvindo este podcast no seu celular, pare e atualize o seu celular. Mas não reclame se der problema. Se der qualquer problema na atualização, a responsabilidade é limitada.
(32:18) Nós temos aqui um artigo recente que analisou os efeitos dos LLMs, da IA de maneira geral, dos modelos generativos, no mercado de trabalho. Claro, é um trabalho, é um artigo aqui que envolve justamente essa avaliação empírica, de fato, inclusive com o apontamento de evidências de como a inteligência artificial já está influenciando no mercado de trabalho. Também é algo que nós sempre suspeitávamos. E não só nós, todo mundo fala.
(33:02) Muita gente, sim. E alguns vão dizer que não, que não tem impacto. Mas parece que sim, é uma questão de um grande impacto que veremos ainda. Então eles fizeram aqui… os autores são Ziang Hui, Oren Etzioni e Liu Feng Zhu. Está aparecendo na tela aqui as universidades de cada um. Basicamente, o que eles fizeram: eles analisaram dados de uma plataforma online que eu até não conhecia, chamada Upwork. É tipo um marketplace de freelancers. E eles conseguiram verificar as evidências, enfim, eles tiveram acesso a alguns dados dessa
(33:43) plataforma e viram que as ocupações mais afetadas aqui experimentaram uma diminuição de 2% nos trabalhos mensais e também uma diminuição de 5.2% nos ganhos mensais após o lançamento do ChatGPT. E eles também fizeram essa avaliação de como os impactos do DALL-E, do Midjourney nessas plataformas… porque você tem, até o lançamento dessas plataformas de geração de imagens, você teve, e ainda tem, claro, o trabalho de todos os ilustradores. Tem muita gente que trabalha como ilustrador freelancer.
(34:27) Tem o caso da minha amiga, não vou dizer o sobrenome, vou dizer só o primeiro nome, a Júlia. Ela desenha já há muito tempo, ela desenha mangá, principalmente, e desenha muito bem. Ela vende há muito tempo, publica e vende os desenhos dela numa plataforma, não lembro agora o nome da plataforma, em que ela publica e vende os desenhos. E há um tempo atrás, a gente estava conversando, e ela me falou que recebeu um aviso da plataforma de que os desenhos que lá estavam iriam ser utilizados para treinar uma IA
(35:03) deles. E esta IA ia começar a gerar desenhos. Ela e mais um monte de gente caíram fora da plataforma. Só que meio tarde demais, né? Porque quando o cara te avisa, ele tem backup, tem acesso, tem tudo. Por mais que tu apagues… E aí? A gente teve um bate-papo bem interessante, que isso, olha, dava um episódio, sabe? Trazer alguém dessa área de ilustração e tal. Porque ela tem todo um trabalho de ter aprendido a desenhar naquele estilo. Tem o estilo dela, tem o estilo dos outros. Daqui a pouco tu
(35:43) jogas isso numa ferramenta que, entre aspas, aprende com teu estilo. Ela consegue não só reproduzir o teu estilo, mas ela consegue reproduzir novos estilos que inclusive vão concorrer contigo. Então, além de gerar exatamente o que tu fazes, com o teu estilo, que é uma baita sacanagem, ela ainda vai gerar conteúdo que vai concorrer contigo. É a mesma coisa de um jornal… eu penso aqui em Três de Maio, por exemplo, é uma cidade de menos de 25.000 habitantes, pelo último censo.
(36:19) Não chegamos a 25.000 habitantes. Tem um jornal aqui na cidade. E esse jornal se vira para ter anunciante, para conseguir se manter. E, cara, uma IA da vida substitui as pessoas que estão escrevendo ali, saca? Substitui com um custo lá embaixo. O próprio GPT já faria isso. Então, em vez de ter lá dois, três jornalistas, por exemplo, ter um só fazendo uma curadoria do que o GPT gera, orientando o ChatGPT e gerando o artigo com o estilo que ele quiser, no tamanho que ele quer, com o viés que ele quer. E a mesma coisa a gente está
(36:59) vendo acontecer para desenho já há algum tempo. E essa minha amiga, a Júlia, ficou bem brava com a plataforma, porque ela tinha uma relação já de muito tempo com essa plataforma. E o pessoal, do nada, resolve fazer uma coisa dessas, sabe? Pegar uma IA… E ainda que seja pago, imagina que tu compras a arte das pessoas para treinar a IA. Tudo bem, eu não vou pegar de graça, eu vou comprar. Mas no momento que eu comprei e treinei, o custo dali em diante é praticamente zero.
(37:33) O custo de reprodução… tem aquele livro que a gente gosta, faz tempo que a gente não cita, do Shapiro, “Information Rules”. Acho que é esse o nome. Que ele fala dessa questão do mercado, do valor das coisas. Uma vez que tu crias um produto, tu tens o custo de criar e depois o de reprodução, o custo é praticamente zero. Digitalizado. Então, com a IA, é uma coisa muito parecida. Tu tens um custo para obter acesso às fontes de dados, que no caso, se eles usarem a
(38:09) internet, é de graça, desconsiderando direitos autorais. Pegando o que está público na internet. Mas tu poderias ter até o custo de estar comprando acesso a certas bases, ou talvez tenham comprado acesso a certas bases para conseguir treinar ainda melhor os seus modelos. Tem o custo de treinamento, do recurso para o treinamento, processamento, energia, etc.
(38:39) Mas depois que tu treinou, é muito parecido com essa questão que o Shapiro coloca lá no “Information Rules”. É praticamente de graça, saca? E aí, precisa aprimorar. Deve ser o DeviantArt a plataforma que ela usa, uma plataforma usada por vários. Eu realmente não lembro qual plataforma ela falou. Mas, enfim, essa parte que eu estava dizendo antes, que você tem esse estudo… e eu acho que estava falando sobre a questão dos ilustradores.
(39:17) Sobre como você tem certas operações ou certas atividades que vão ser mais ou menos afetadas. Em geral, costuma-se dizer que elas seriam mais ou menos afetadas, sobretudo quando a gente se depara com essas atividades que poderíamos chamar de “knowledge workers”, pessoas que lidam com o conhecimento. Então, nós costumamos afirmar que a IA iria interferir com mais intensidade nesse tipo de trabalhadores, como o advogado,
(40:00) o médico, sei lá, o professor, o jornalista, pessoas que lidam com conhecimento. E aí eu estava lendo esses dias, naquela coisa de você começar a ler um monte de coisas e só começar, terminar que é bom… mas tudo bem, estamos lendo algumas coisas por aí. E esse livro, que chama “The Social History of Artificial Intelligence”, do italiano Matteo Pasquinelli. E ele faz uma análise também um pouco até marxista da história e do próprio trabalho.
(40:44) É difícil falar também sobre o trabalho sem essa abordagem, mas tudo bem, é preciso dizer que ele segue essa linha. Mas ele acaba dizendo que todo trabalho é o que ele chama de “trabalho lógico”, todo trabalho é de conhecimento. Ele usa o próprio exemplo do motorista. Olha, o motorista também tem um trabalho de conhecimento, da experiência dele, um motorista de caminhão, motorista de carro profissional. Imagina, o cara é profissional. Você tem uma intensa atividade, embora
(41:18) muito seja internalizado, sobretudo quando a gente dirige, você nem pensa mais. Mas assim, você tem um trabalho intelectual ali incorporado, ou às vezes aparentemente invisível, que é feito e que a inteligência artificial… e que todos os trabalhos teriam potenciais, mais ou menos, de um trabalho lógico. Eu achei super interessante, porque a gente tende a achar que outros vão ser mais afetados, mas no fundo, acho que todos os trabalhos vão ser afetados. E aí, claro, ele acaba dizendo que a história, até onde eu cheguei,
(41:50) da própria Inteligência Artificial, da própria tecnologia relacionada ao trabalho, nesse caso agora, é uma forma, e o que estamos fazendo hoje, é uma forma de ensinar máquinas a fazer trabalhos. Eu achei super interessante. É meio óbvio depois que você lê, mas assim, eu achei interessante. Você sempre estará pedindo coisas para a Inteligência Artificial que seriam feitas por outras pessoas e que seriam trabalhos. Por exemplo, eu estava usando o ChatGPT para traduzir algumas coisas aqui automaticamente. Ora, esse é um trabalho de um
(42:28) tradutor. Eu vou pedir uma imagem, ora, isso é um trabalho de um… as imagens dos episódios, algumas a gente tem gerado com o ChatGPT e o DALL-E. É o DALL-E dentro do ChatGPT, que até ficou melhor, que o DALL-E fora era horroroso. “Resuma para mim tal notícia”, trabalho de um redator. “Resuma não sei quê”, um professor poderia fazer isso. Então é interessante olhar para a Inteligência Artificial como uma plataforma de realizar trabalhos. E a partir dessa visão, as consequências e a forma de
(43:10) ver. O que ele traz é uma nova forma de você olhar. Não sei se é uma nova forma, esse autor, mas se conecta um pouco com este estudo aqui. Fica a referência também. A coisa vai facilitar, porque está melhorando a interface homem-máquina. Se algum tempo atrás para tu fazeres uma máquina para fazer alguma coisa, tu tinhas que trabalhar com engrenagem, fazer uma coisa mais mecânica, inclusive os
(43:42) primeiros computadores eram assim. E aí tu passas para um momento em que tu passas a ter microcontroladores, microprocessadores, e aí tu tens a possibilidade de programar. Programação é uma coisa muito fechada, muito limitada. Daí tu começas a avançar, aí a programação visual, tu começas a ter outras formas de programar em que podes ter pessoas que não são da área da Ciência da Computação, por exemplo, e programam. E tem muita gente que faz isso. Mas ainda
(44:11) assim, tem que programar. Ainda existe uma barreira para tu fazeres certas coisas. De repente eu tenho uma ideia que quero implementar, mas não sei programar, ou não tenho acesso a isso, e aí eu não consigo implementar isso ou isso nunca sai do papel. Ou eu tenho que passar para alguém que vai fazer para mim. E a gente está indo para um ponto em que cada vez mais a gente pode explicar para uma IA o que a gente quer fazer. E a IA, inclusive, pode nos perguntar mais: “mas tem essas opções aqui, o que tu queres?
(44:42) Qual é a ideia? Ah, não, mais isso… ah, seria mais isso aqui”. Então tu consegues interagir de uma maneira mais natural. E eu não duvido, eu acredito na real, que com uma interface cada vez melhorada para a gente lidar com a máquina, ou seja, a gente poder conversar com a máquina e ser compreendido, entre aspas, e ela nos ajudar a chegar num ponto que a gente quer, exatamente, ela vai programar uma solução.
(45:15) “Não, isso aqui não, mas ó, eu quero uma tela assim, desse jeito. Ah, não, isso aqui um pouco… não, eu quero uma coisa um pouco mais limpa. Eu quero que isso seja armazenado num banco de dados, eu quero que tenha uma autenticação feita por não sei o quê”. Tu vais descrever o que tu queres, cara. E eu estou falando em programação, pode ser em qualquer coisa, assim como a gente faz para imagem. Então a gente está dando os primeiros passos. Claro, há quem diga que os primeiros passos na IA já foram dados há muito tempo. Sim, ok, é uma área que existe
(45:46) já há muito tempo, uma área de estudo, de pesquisa. Mas agora que está chegando num ponto em que ela está acessível para todo mundo, não para um cara enfiado num laboratório não sei aonde. Qualquer pessoa que quiser pode usar o ChatGPT de graça. Então, está acessível. E o poder do que está acessível está aumentando cada vez mais. E aí posso puxar aquela bagunça do GPT que a gente estava discutindo antes, fora do ar?
(46:19) Pode, pode. Já vamos terminando também, acho que é a última. É o seguinte: a gente comentou a notícia de que o CEO da OpenAI, que desenvolve o ChatGPT, DALL-E, etc., ele foi afastado pelo board da empresa. Pelo comitê lá da OpenAI. E teve uma reviravolta aí nas últimas semanas em que os funcionários da OpenAI ameaçaram, disseram que iam parar, não sei o quê, mas eles meio que pressionaram o board da empresa: “Não, não, não, pode trazer o cara de
(47:04) volta”. E o cara voltou. Trouxeram ele de volta, o CEO da empresa da OpenAI voltou. A primeira coisa que a gente tinha ficado sabendo, quando a gente falou inclusive no nosso outro café, é que o CEO foi desligado pelo board porque ele não estaria sendo transparente, ele estaria ocultando coisas ou não sendo muito claro com relação a algumas ações dele. E para nós, naquele momento, tinha parado por aí. O que aconteceu agora, recentemente, ficou-se sabendo então que há uma tensão
(47:42) entre esse CEO e esse board da empresa com relação à velocidade em que as coisas devem ser feitas. E, ao que parece, o board, que tem mais gente da academia, o pessoal que quer pensar um pouco mais antes de simplesmente sair vendendo um produto, eles querem ser mais cautelosos, eles querem mais cautela no avanço dos produtos da OpenAI. Eles querem um pouco mais de cautela, e o CEO não, ele quer fazer a OpenAI continuar na frente. Ela está muito à frente dos seus concorrentes. Olha o Bard do Google até agora… o Bard está
(48:18) chupando bico lá, enquanto a OpenAI está andando. E aí teve mais uma informação que eu ouvi no podcast Petit Journal, agora nesta semana. Não lembro o episódio, mas o Daniel Souza, que é um dos hosts do podcast, ele trouxe uma informação interessante, que é o seguinte, e é uma visão também interessante: os funcionários da OpenAI, não sei se todos ou em sua maioria, eles são acionistas da OpenAI. E eles, obviamente, sendo acionistas, e a OpenAI tem um potencial…
(49:01) ela bateu o recorde de adesão de usuários de qualquer outra solução no mundo quando saiu o ChatGPT. Lembra? Foram 100 milhões de usuários de uma hora para outra. E a OpenAI tem uma perspectiva de ganhar ainda muito mais dinheiro, valorizar muito mais. Só que essa perspectiva só se sustenta se ela se manter à frente dos concorrentes. E para ela se manter à frente dos concorrentes, ela tem que continuar desenvolvendo os produtos na velocidade que ela vinha desenvolvendo, sem paradinhas para pensar. Porque se ela começar a parar, os outros vão
(49:32) alcançar. Então, aí, repito, lá no podcast Petit Journal, o Daniel Souza comentou essa informação. Não é porque os funcionários amam, quer dizer, podem até gostar também, mas não é por uma coisa assim: “ai, foi injusto com o CEO”. Não, é por buscar ganho mesmo. Eles têm todo interesse que as ações deles se valorizem. E para isso, a OpenAI tem que continuar correndo na frente. É uma visão interessante. E aí, de novo, a gente chegou a fazer um episódio sobre aqueles princípios, tu consegues puxar o episódio rapidinho aí, Guilherme?
(50:10) Fizemos um episódio sobre aqueles princípios que deveriam nortear a IA. E nós comentamos, inclusive, naquele episódio, que no final das contas, o que ia pesar mesmo era a grana, o poder econômico. Se tem grana envolvida… “Ah, tu para aí”. “Tá bom, eu aqui dentro é outra história”. Então, quem tem dinheiro vai botar para desenvolver, vai avançar com isso e ponto. Mesmo a OpenAI, que entre aspas, iniciou como o Google, com “don’t be evil”,
(50:50) e depois sumiu lá dos termos deles, parece que a gente está vendo a mesma coisa acontecer com a OpenAI, que é: vamos avançar. Aquela coisa do Mark Zuckerberg: “move fast and break things” ou “fix later”, uma coisa assim. Vá rápido, quebre coisas e corrija depois. Parece que é meio esse o mote, o mantra que a galera que desenvolve gosta. Pouco importa o impacto dessas coisas depois. O episódio 340, “Princípios de Inteligência Artificial”. Antes de irmos, Vinícius, rapidinho para o café expresso e café frio, se você chegou até aqui, não se esqueça também de visitar o site da empresa que mantém o
(51:37) podcast Segurança Legal, a Brown Pipe Consultoria. É a empresa da qual nós somos sócios. Não sei se isso é claro para todo mundo. E por muitos e muitos anos, hoje ainda, parte dos recursos aqui dedicados a fazer todo esse podcast chegar até você são recursos da Brown Pipe também. Então, além do apoio que a gente pede para você aqui no podcast, também visite lá o site da Brown Pipe, veja os serviços, veja o que a Brown Pipe pode fazer por você. www.brownpipe.com.br ou brp.com.br. Está aqui embaixo, para
(52:20) quem está assistindo no YouTube, está ali embaixo o logotipozinho. Café expresso, café frio. Cara, o meu café frio vai para o Mr. Elon Musk. Eu gosto muito da SpaceX, mas não gosto do que ele está fazendo no Twitter. E agora ele mandou os caras… tudo. Eu defendo as empresas também que estavam anunciando lá. Eu não sei quais, eu sei que a IBM foi uma que saiu. Não lembro das outras agora. Mas não pelas empresas em si, mas por esse comportamento arrogante que ele tem com as pessoas. E o pessoal acha lindo.
(53:03) O vídeo que o Elon Musk demite o funcionário online, não sei o quê. Ah, tomar banho, cara. Se isso é o teu modelo de vida, meu amigo, está na hora de procurar referências melhores, viu? Então o café frio vai para ele. Podemos inclusive fazer um café frio, eu diria, sempre para ele. Não, sempre não, porque eu quero dar para outros também. Mas a gente sempre dá um café frio, e aí para outra deixa um separado. Mas aí tem um monte de gente que eu quero botar nessa lista do café frio permanente. A gente pode preparar então um
(53:42) episódio especial só de cafés frios. E dizendo o porquê. Café frio para fulano, por quê? Ah, porque não sei o quê, e comenta a notícia. E o teu frio vai para quem? O meu vai para a Meta, de maneira geral, por conta dessa questão deles voluntariamente modelarem e arquitetarem suas redes sociais para explorar vulnerabilidades de adolescentes. Porque, no final das contas, essa é uma escolha econômica, mas ela também é uma escolha ética muito, mas assim, muito condenável, sabe?
(54:23) Muito condenável, é inadmissível. Você quer viciar os adultos? Beleza, tudo bem. As pessoas, os adultos, fumam, eles sabem, ou deveriam saber, no que estão se viciando. Agora, fazer isso com crianças e adolescentes é de uma… é algo muito, muito canalha. É muita canalhice. É uma canalhice, é muita canalhice. Agora nós também temos o café expresso. Para quem nunca escutou o Segurança Legal e chegou até aqui, o que pode acontecer.
(55:00) Nós escolhemos um café frio, que seria um café não gelado que você toma no Starbucks, enfim, é um café frio mesmo que você dá para alguém que te deixou bravo com algo recente, a nosso juízo, que pode estar completamente errado, inclusive. Não tem problema nenhum em mudar de ideia, em ser corrigido, bem pelo contrário, eu gosto quando isso acontece, você melhora. Agora, o meu café expresso, Vinícius.
(55:38) O meu café expresso… não sei. Tem alguma chance… O que eu tinha pensado, o café expresso facinho, considerando só o que a gente comentou hoje, sem pensar muito: o WhatsApp, por ter posto mais um recurso de segurança, de proteger chat. Talvez. Mas eu te digo que é um café expresso meio morno, sabe? Não é uma coisa que eu esteja muito a fim. Eu estou meio sem café expresso hoje, cara. Eu também, não tem problema. Eu vou dar um café expresso.
(56:11) Eles não nos escutam, não vão nos ouvir, mas vou dar um café expresso para o Petit Journal, que eu curto muito, gosto muito de ouvir. E já que a gente citou eles hoje, o café expresso vai para eles, até pela informação que eles deram lá, que foi bem interessante, que explica um pouco da questão lá da OpenAI. Então meu café expresso vai especificamente para o Petit Journal, para o Daniel Souza que deu a notícia. Já que você também… a gente falou sobre a Brown Pipe, a gente está com uma área que a gente vem dedicando um certo esforço ali para manter atualizada,
(56:46) que é o blog da Brown Pipe. Se você puder conseguir colocar no ar aí, Vinícius, talvez. Deixa eu ver aqui. Ali a gente vai trazendo algumas notícias também traduzidas, algumas são traduções, outras são escritas por nós, de coisas que a gente acha interessante nesse universo da segurança, da proteção de dados, de até questões envolvendo segurança bancária, monitoramento no âmbito do trabalho e tal, algumas coisas envolvendo a própria ANPD. Então, sempre que sai alguma coisa ali de proteção de dados envolvendo a ANPD, decisões que
(57:25) que envolvem a LGPD, a gente traz ali. Então, visitem também. A gente sempre tenta manter atualizadinha, sempre tem alguma coisa nova ali toda semana sobre notícias importantes desse mundo que a gente trata aqui. Acho que dessa vez a Camila, que é a pessoa do nosso comercial lá da Brown Pipe, vai ficar feliz com a gente, que a gente falou mais. Então, clique ali no menuzinho. Eu estou com um problema nesse navegador que eu estou usando na apresentação, que está sem JavaScript.
(57:54) Então está dando… tudo bem. Mas tem um menuzinho ali, “menu blog”, que ele vai mostrar isso aí. Bom, Vinícius e ouvintes, então agradecemos a todos aqueles e aquelas que nos acompanharam até aqui. Nos encontraremos no próximo episódio do podcast Segurança Legal. Até a próxima. Até a próxima.
By Guilherme Goulart e Vinícius Serafim4
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Neste episódio falamos sobre o app Celular Seguro do governo, os riscos das redes sociais para adolescentes e o impacto da Inteligência Artificial no trabalho. Você irá descobrir como a tecnologia afeta sua segurança e bem-estar.
Guilherme Goulart e Vinícius Serafim analisam o app Celular Seguro e a responsabilidade dos bancos em fraudes. Aprofundam-se em como as Big Techs, como a Meta, exploram a saúde mental de jovens e o baixo número de moderadores de conteúdo no Twitter. A discussão abrange a Inteligência Artificial, o impacto do ChatGPT e da OpenAI no mercado de trabalho e a nova função de privacidade no WhatsApp. Eles também comentam a correção de vulnerabilidades de segurança zero-day, reforçando a necessidade da segurança de celulares e da regulação de IA para a proteção de dados. Se você gosta de debates sobre segurança digital, siga, assine e avalie nosso podcast.
ShowNotes
Foto do Episódio gerada pelo Dall-E via ChatGPT
Transcrição do Episódio
(00:02) Bem-vindos e bem-vindas ao Café Segurança Legal, episódio 355, gravado em primeiro de dezembro de 2023. Eu sou o Guilherme Goulart e, junto com Vinícius Serafim, vamos trazer para vocês um pouco do que ocorreu no último período. E aí, Vinícius, tudo bem? E aí, Guilherme, tudo bem? Olá aos nossos ouvintes e aos internautas que nos assistem no YouTube. Você sabe que o primeiro de dezembro é conhecido mundialmente pela sexta-feira. É o mês que é uma sexta-feira, porque está todo mundo naquela vibe de final de ano, perto do Natal, perto do Ano Novo, perto das férias. Então, entramos em dezembro, o mês que é a sexta-feira do ano.
(00:42) Para mim é o mês da correria agora. Tem apresentação de Natal de um filho, apresentação de Natal de outro, apresentação de Natal de outro, verdade. Festinha, festinha e não sei o quê. Mas este é o nosso momento de conversarmos sobre algumas notícias e acontecimentos que nos chamaram a atenção, tomando um café de verdade. Então, pegue o seu café e venha conosco. Eu estou aqui hoje tomando, de fato, um café e uma água também. Para entrar em contato conosco, enviar suas críticas e sugestões, é muito fácil: basta enviar uma mensagem para [email protected] ou, se preferir, também pelo @segurancalegal no Twitter e no Mastodon @[email protected]. Já pensou em apoiar o projeto Segurança Legal? Acesse o site picpay.me/barssegurancalegal ou apoia.se/barssegurancalegal, escolha uma das modalidades de apoio e, entre os benefícios recebidos, você terá acesso ao nosso grupo exclusivo de apoiadores lá no Telegram. E sempre lembrando, Vinícius, apoiar é importante para nós. Considere apoiar, se não for o Segurança Legal, claro que a gente quer que seja, mas também um projeto independente de divulgação e compartilhamento de conhecimento, que é algo muito importante, sobretudo hoje em dia.
(02:12) Com tantas notícias falsas, com tanto problema na divulgação do conhecimento, conhecimento de baixa qualidade. Ajude podcasts que estão interessados com a verdade, com a ciência e com o conhecimento. Se não for o Segurança Legal, que seja outro que você escuta e curte o conteúdo, porque o pessoal trabalha para caramba. E tem gente que só faz isso. Nós não fazemos só o podcast, mas quem trabalha fazendo só o podcast dá um pouco de trabalho. Deixa eu, antes da gente começar, Vinícius.
(02:51) Eu estava até buscando aqui que lá no Mastodon, a gente fala do Mastodon aqui, recebemos uma mensagem. Tu falas do Mastodon, é uma rede mais… Daqui a um tempo tu pode esfregar na minha cara quando o Mastodon crescer, viu? Eu disse, não sei o quê, tu pode esfregar na minha cara, não tem problema. Mas acho que não é nem isso, acho que está ligado um pouco com a nossa primeira notícia, que os ouvintes vão ouvir depois, sobre como essas redes sociais lidam com o nosso bem-estar. E o Mastodon, por enquanto, e eu espero que seja assim para sempre, ele não explora as nossas vulnerabilidades mentais para nos deixar viciados. Então eu gosto de uma interação mais leve. O Leocádio Melo mandou aqui uma mensagem no episódio 352, da ABIN e monitoramento estatal, e ele disse: “Os professores Guilherme e Vinícius, permitam-me chamá-los assim, dão uma verdadeira aula sobre este tema. As notas são um manancial para estudar situações como esta e propor medidas de mitigação. Sugiro que abordem sobre como melhorar a segurança de nossos dispositivos móveis”. Leocádio, obrigado pela mensagem, um abração. Ele indicou ali para os seguidores dele também o podcast. Sobre essa questão de segurança dos dispositivos, eu até me lembrei, Vinícius, eu vi uma notícia ontem, acabei não guardando, que o governo federal estaria desenvolvendo um aplicativo junto com os bancos. Agora estou dando a informação sem a fonte, uma pena, mas vou ver se acho enquanto você fala.
(04:36) Vamos lá, mandou um aplicativo de segurança para melhorar a segurança dos celulares. Achei, olha só. Você vê que aqui no Segurança Legal, às vezes a notícia vem de improviso. Eu achei no Olhar Digital: 11/10, deve ser 11, atualizado em 11/10. Será que é isso aqui? “Governo criará um app para proteger seu celular contra roubo”. Será que é isso? Acho que é isso aí. Ministério da Justiça, Celular Seguro. Será que é isso aqui? Vou botar a notícia, acho que é. Lê para nós aí. É: “O governo criará app para proteger seu celular contra roubo. Ministério da Justiça e Segurança Pública planeja lançar ainda em outubro uma plataforma para bloquear celulares em caso de furto ou roubo”. Eu não sei se foi lançado, foi a primeira que eu encontrei.
(05:11) O Ministério da Justiça e Segurança Pública pretende lançar o Celular Seguro, plataforma para bloquear celulares em caso de furto ou roubo. A informação foi divulgada inicialmente pela Folha de S. Paulo e depois confirmada pela Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel. É essa aqui. Só que essa aqui já é passada, já faz um tempinho. Deixa eu ver se acho alguma outra coisa aqui. Mas acho que é essa notícia mesmo, Vinícius, que eu vi eventualmente requentada ou era antiga.
(05:39) Porque de fato é um problema. Você tem aqui um problema de como os fraudadores e os criminosos evoluíram, sobretudo no desbloqueio do celular. E eles acabam… é aquela história, como certas proteções se voltam contra o próprio usuário. Aquela velha história da chave do carro. Ou seja, quando os carros tinham chaves normais, o sujeito conseguia furtar o carro. Ele arrombava o carro, levava o carro quando você estava longe. Isso quando não tinha chave de carro que abria outro carro que não era o seu.
(06:19) Acho que todo mundo tem essa história do pai abrindo o carro errado. Exatamente. Meu pai tinha uma Brasília e eu vi isso, ele abrindo, e abria. Com as chaves de carro ficando mais tecnológicas, ou seja, você precisa da chave dentro do carro, o ladrão precisa pegar a chave de você. Você se expõe mais. É um problema de segurança, porque você precisa estar presente para abrir o teu carro. Em vez de furto, ele pratica roubos. Com a questão dos celulares, alguns querem somente roubar o celular.
(06:59) Em São Paulo, isso é uma realidade terrível. Mas ao mesmo tempo, você pode ficar exposto a situações em que o ladrão quer ter acesso à tua conta, então ele vai ficar contigo, ele vai te obrigar a abrir o celular, abrir o aplicativo de banco e, com um revólver ou uma pistola apontada para sua cabeça, você fará evidentemente o que ele mandar. Então você tem esse aspecto. Os bancos, claro, transferem também um pouco do risco de insegurança para o usuário.
(07:35) Inclusive, tivemos uma decisão agora, nesta semana ou na semana passada, está lá no nosso blog, depois vou botar no show notes aqui também, do STJ reconhecendo a responsabilidade do banco na devolução de PIX feitos, de PIX realizados quando você avisa o banco que houve o furto ou o roubo e, depois desse aviso, eles ainda permitem que as operações sejam realizadas. Eu disse tudo isso, Vinícius, para dizer que, diante de todo esse cenário, diante do próprio cenário das empresas que fabricam sistemas operacionais, como Apple e o Google pelo Android,
(08:17) Samsung e tal, e toda a tecnologia que elas têm, me permita aqui um pouco de ceticismo, Vinícius, mas eu tenho minhas dúvidas se o governo brasileiro teria tecnologia… posso e quero estar enganado, tomara que eu esteja enganado, mas que se tenha um aplicativo para realizar essas funções de forma satisfatória. A gente não tinha falado sobre isso antes, isso veio de improviso. É novo para mim, inclusive. Então fale no café, mas a ideia do café é essa. A ideia do café, só lembrando, a gente já explicou, mas talvez para quem caia de paraquedas aqui,
(08:55) achando que o café é o antigo resumo de notícias que o Fábio Assolini fazia com a gente, a ideia não é essa. A ideia é que seja efetivamente uma conversa em que a gente troca algumas ideias e vê algumas notícias. Não são as notícias mais importantes, não é tudo que está acontecendo, mas é aquilo que a gente julgou… nem é o mais recente, às vezes. Mas é aquilo que a gente julgou interessante para trazer e conversar.
(09:24) Essa é a ideia do Café Segurança Legal, a gente bater um papo mesmo. Então, às vezes a gente traz coisas que não tinha planejado. É bem interessante, eu não sabia dessa questão desse aplicativo. Mas é um tanto delicado quando começa a proteger o celular. Vai chegar uma hora que a régua vai aumentando. Enquanto eu não preciso de ti para mexer na tua conta, eu só levo o teu celular. A partir do momento que eu preciso de ti para mexer na tua conta, eu te levo junto com o celular. Claro.
(09:57) E aí tem aquelas soluções tipo Nubank, tem aquele esquema do “na rua” ou “estou na rua”, aquela proteção lá que, logo que saiu, eu acionei e me arrependi. Aquilo deu um problemão, me travou inclusive em casa, aquela porcaria. Aí eu desativei. Acho que agora recebi mais uma mensagem que estaria novo e não sei o quê. Mas daqui a pouco o cara vai te pegar, ele já sabe que “na rua” não funciona. Então, além de pegar o celular, além de me abordar, ele vai me fazer voltar para casa, entende? Ou vai me pegar em casa. É mais difícil.
(10:29) Aquele criminoso eventual que vai bater uma carteira na rua, uma bolsa, uma coisa assim, não vai ter muito o que fazer, verdade. Mas ao mesmo tempo, acaba aumentando um pouco talvez a violência de quem está determinado a obter dinheiro da conta de alguém por meio do celular, e sabe que tem essas proteções, e vão ficar sabendo, é óbvio. Lembrando que a gente já falou inclusive aqui do caso da SuperSim, aquela empresa que fazia empréstimo com garantia de celular. Foi contestado na Justiça e tal.
(11:06) Discutimos sobre os problemas desse aplicativo. Eles… depois a gente descobriu que há uma nova solução da Samsung que permite o bloqueio remoto de celular também, que foi feita junto com o pessoal lá da SuperSim. Lá no site você consegue ver que a ferramenta é feita junto com eles. Ou seja, já existem ferramentas, no caso da Samsung, da Apple também. Mas aqui na Folha de S. Paulo ainda diz, pra gente já terminar, Vinícius, que a ideia é que o usuário cadastre duas pessoas de confiança para bloquear o aparelho e suas funções assim que o assalto ocorrer.
(11:44) Eu já estou vendo fraudadores enganando as pessoas para que elas cadastrem o telefone do fraudador para bloquear o celular. O cara bloqueia o celular. Não é assim. Esse recurso de ter um outro dispositivo para bloquear, uma vez roubado, é um recurso que já existe. Ele é mais chato de usar. Quem usa iPhone tem lá o aplicativo “Buscar”. Se tu tens um outro dispositivo ou acesso na web mesmo, tu bloqueia o telefone. Eu não lembro, mas acho que o Android também tem uns lances de
(12:13) bloqueio remoto, só que é mais difícil para as pessoas usarem. Como tu só vais usar isso quando der uma caca, quando alguém te roubar, às vezes tu nem lembras como acionar. Eu, inclusive, quando tive um iPhone há muito tempo, eu morava em Porto Alegre, inclusive, lembro disso. Teve um daqueles casos do “homem-aranha”, que o pessoal chamava. O cara escalou por fora, subiu no terceiro andar. Tu olhas por fora e dizes: “não, ninguém vai subir isso aqui”. Mas o cara subiu, entrou
(12:44) no meu apartamento às 5:30 da manhã, mais ou menos, nos acordou, nos tirou da cama e levou os celulares. Só que ele levou os celulares, e um deles, eram dois iPhones, e os dois estavam com o rastreamento ligado. Isso nós estamos falando em 2011. E aí eu consegui rastrear, eu consegui acionar a polícia. Eu estava dizendo: “Olha, eu sei onde os caras estão, eu sei onde o cara está”. E aí eu fui dizendo onde o cara estava. A polícia veio, chegou na frente do prédio. Um vizinho que não morava no prédio, um outro cara ali, esses vizinhos metidos, sabe?
(13:21) Ele disse: “Não, parece que não foi aqui, foi ali adiante”. E eu conhecia o cara. E aí a polícia ficou… até a chave, eu disse: “Não, é no endereço tal”. Nós estávamos trancados no apartamento, o cara levou a chave e tudo mais. Bom, resultado: o cara conseguiu fugir, abandonou um dos aparelhos quando eu fiz o aparelho fazer um barulho para a polícia ver, e o outro aparelho a polícia não quis ir recuperar porque, na localização que ele estava, eles não entravam. Eles não iam. Hoje os bandidos estão bem mais ligados em como lidar com telefones celulares. Conseguem
(14:05) desbloquear, até algumas vezes. Tem ferramentas. Então, esse lance de ter outros telefones para bloquear e tal, outras pessoas que possam bloquear para ti, eu acho que é bem interessante. É um recurso que a gente já tem, não é um recurso novo, só que ele é mais chato de usar. Não está tão fácil de usar para o usuário normal. A preocupação é o Estado oferecendo um aplicativo que permite fazer coisas muito invasivas no teu celular.
(14:41) E aí eu digo o Estado de maneira geral, não esse Estado com esse presidente ou com aquele outro, o Estado, qualquer Estado, entendeu? O Estado fazendo isso, eu me preocupo um pouco pelo histórico e por como é sedutor para o Estado também invadir ou abusar desse tipo de controle que ele vai ter nos celulares de, potencialmente, todo mundo. Aí o banco vai obrigar tu teres esse negócio instalado. Percebe os potenciais problemas? Bom, vamos lá. Quer ir? A gente rompeu a ordem que a gente tinha aqui, Vinícius. A primeira era envolvendo a Meta de novo.
(15:16) E na verdade, essa notícia não é uma novidade. As pessoas, os estudiosos, os acadêmicos já vêm falando sobre esse potencial da Meta, não só da Meta em si, mas das redes sociais em geral e como elas contribuem negativamente para a saúde mental das pessoas. Isso qualquer pessoa que use redes sociais, que seja um heavy user, vai saber se olhar para si um pouquinho. Ela vai perceber como isso afeta a sua saúde mental. E o que se descobriu agora, o que já se suspeitava, mas está se revelando por meio de documentos que estão sendo revelados em uma ação contra a Meta, esses documentos indicaram que
(16:01) os produtos foram projetados para explorar as vulnerabilidades mentais de adolescentes. Então, esses documentos vieram à tona. Eles voluntariamente fizeram isso. E essas práticas de viciar os adolescentes nessas redes envolviam a exploração de uma predisposição natural do adolescente de atender e responder muito aos impulsos e também reagir muito acerca da pressão feita pelos seus próprios pares, pelos seus próprios colegas, por outros adolescentes também.
(16:46) Ou seja, incentivando, até algumas vezes, comportamentos arriscados e nocivos. E a ideia, basicamente, era viciar os jovens, visto que eles levavam em consideração o fato de que os adolescentes, quando confrontados com os efeitos da dopamina, seriam insaciáveis. Os adultos já são também, mas os jovens, os adolescentes, mais ainda. Isso estava em um documento de 2020. E basicamente, essa reportagem do Wall Street Journal traz essas conclusões aqui. Ainda aponta que, na verdade, como eu disse, isso
(17:29) não é uma novidade, confirma o que todo mundo já suspeitava. Mas acadêmicos, pais, pesquisadores já vêm há muito tempo falando sobre os efeitos negativos do uso dessas ferramentas. Pois bem. Eu acho que a notícia, na verdade, o ponto aqui é como cada vez mais a gente vê que somente apostar no compromisso ético e social das big techs vai nos deixar na mão, eu diria que quase sempre. Hoje, um dos debates, por exemplo, da regulação da Inteligência Artificial, é um modelo híbrido, um modelo misto de autorregulação versus regulação
(18:11) estatal. E aí você teria que, sim, claro, contar com essa predisposição das empresas para contribuir eticamente ou fazer serviços seguros, porque elas teriam um compromisso social de fazer um bem para a sociedade. Isso, na verdade, não deixa de ser um problema e uma das contradições do próprio capitalismo, Vinícius. Porque não é só com redes sociais e com tecnologia que isso ocorre. Se você for olhar, por exemplo, a indústria de alimentos, que eu sempre comento aqui, ela intencionalmente tem feito, ao longo dos
(18:49) últimos anos, alimentos que fazem mal para a saúde, que vão fazer as pessoas engordarem, que vão fazer as pessoas terem uma série de doenças, com excesso de sal e tal. Hoje a gente já nota uma reação do Estado. Para quem consome, quem vai no supermercado já deve ter visto, você tem uma nova lei que aplicou uma modalidade de rotulagem. Você precisa ver lá os produtos “alto em açúcar” e tal. E para mim tem um efeito, sabe? Eu acabo tentando levar uma vida um pouco mais saudável, então você presta atenção naquilo. Ou seja, é o Estado
(19:24) tentando interferir em práticas de empresas que funcionam licitamente, mas que voluntariamente fazem alimentos que elas sabem que vão fazer mal para as pessoas. Tem todo o esquema dos hiperprocessados. Claro. E o aumento… eu estava lendo um livro sobre cidade caminhável, sobre a ligação da arquitetura nas cidades, e um dos aspectos que se nota muito, que também contribui para a obesidade das pessoas, é como as cidades deixaram de ser caminháveis. Você precisa usar mais carro, você trabalha mais sentado, mas também tem um componente do peso das pessoas
(20:01) aumentar muito nos últimos 40, 50 anos por esse consumo excessivo. Então, só para fazer essa analogia e fechar, é como se a gente colocasse esse tipo de problema aqui. Ou seja, a empresa voluntariamente está trabalhando para viciar jovens na sua plataforma, sabendo que isso vai causar danos muito graves e psicológicos nessas pessoas. Veja, a gente está falando de vulneráveis, mais vulneráveis ainda. O sujeito que usa a rede já é vulnerável por ser consumidor, e o adolescente, a criança, mais vulnerável ainda. Então, agora, transponhamos isso para
(20:37) como as empresas de IA estão atuando no mercado. A gente vê aqui que o Mark Zuckerberg instruiu seus subordinados a dar prioridade ao aumento do uso de suas plataformas acima do bem-estar dos usuários. Ou seja, imaginemos como essas práticas já estabelecidas vão sendo descobertas. Cada ano tem uma que se descobre do Facebook, por exemplo, e que nos surpreende. Às vezes a gente até já imaginava, mas a gente fica ainda surpreso. Agora vamos transportar isso para a Inteligência Artificial. Se essas
(21:16) práticas que já estão consolidadas nesse mercado também forem replicadas no ambiente de Inteligência Artificial, o cenário parece que vai ser muito desolador nos próximos anos. Inclusive, Vinícius, a próxima notícia aqui, que é a do Twitter, essa é bem curtinha, do desinformante.com.br.
(21:43) Eles divulgaram, por conta das normas americanas, o número de moderadores que eles têm por língua. Enquanto o número de pessoas moderadoras na língua inglesa é de 2.294 pessoas, em português são 41 pessoas, italiano tem duas pessoas, alemão 81 e francês 52. E tem vários com um, doze. Em espanhol… português 41. Então, o que isso significa? Ora, significa que as empresas estão dedicando muito menos esforços do que deveriam e poderiam para
(22:35) realizar o controle do conteúdo, sobretudo no Twitter. E aí, claro, quando a gente vê a chegada do Elon Musk, que vem se posicionando nessa questão da liberdade… mandou agora recentemente os anunciantes que caíram fora do Twitter se… E aí você começa a ver discursos… aquela coisa que a gente fala, o Twitter realmente se tornou um lugar absurdamente tóxico, inclusive com anúncios. Os anúncios estão ficando cada vez mais bizarros, cara. Parece que sim, eu percebi uma clara mudança aí
(23:07) nos últimos meses. Para mim ficou bem, um negócio inacreditável. O meu Twitter eu uso muito pouco e limpo muito, tiro muita coisa que eu não… vou bloqueando e vou tirando. Só que isso funcionava até o Elon Musk comprar o Twitter e mudar a história. Então, agora, querendo ou não, eu recebo uns anúncios lá que não me interessam nenhum pouco e algumas coisas muito estranhas, sabe? Algumas coisas muito fora da casinha. Mas enfim, está lá. Vai uma tua aí.
(23:40) Vai uma minha. Deixa eu escolher bem aqui, porque nós estamos com um horário meio… não, mas acho que acaba dando. Vou pegar uma de utilidade pública aqui, talvez, que é do WhatsApp. O WhatsApp lançou uma nova feature, que não está disponível ainda, pelo menos não no WhatsApp comercial, que é o que a gente usa. No nosso aqui não estava. Fique atento aí no seu para ver se vai estar disponível ou não, mas é uma nova feature que permite que você proteja chats específicos com um código, com uma senha. Então, mesmo que alguém
(24:19) pegue o seu celular, desbloqueie, etc., certos chats você pode ter uma senha que bloqueia o acesso. Então é um recurso interessante, um recurso adicional. Lembrando, e até puxando um pouco e voltando para aquilo que tu comentaste no início, Guilherme, é tu usar uma boa senha no celular e cuidar da questão da cifragem do próprio celular. Isso agora, mais recentemente, já vem meio por default, mas não custa nada olhar no Android, principalmente. No iOS sempre foi default, no Android nem sempre foi, dependendo do fabricante. Lá nos ajustes,
(24:55) nas configurações do dispositivo, você tem a opção de habilitar a criptografia do dispositivo e mesmo da memória, do cartão de memória, se você usa, ou coisa parecida no celular. Então, assim, além de usar uma boa senha, se for usar um padrão de desbloqueio, tentar usar alguma coisa um pouco mais complexa do que um “L” ou as coisas mais simples que desbloqueiam fácil. Se tiver a opção de apagar o celular depois de tantas tentativas erradas, é uma opção, se você tem backup do celular na nuvem. Mas, além dessas situações, você tem agora
(25:28) o WhatsApp lançando essa nova possibilidade de você botar senha em chats específicos. Ele fica escondido também, né? Ele, na verdade, tem uma pastinha lá de “chats secretos”, não sei o que lá, e tu terias que, para entrar nessa pastinha para ver o que tem de chat, botar uma senha. Eu não consegui testar ainda, porque não instalei em outro celular aqui para ver se no WhatsApp normal tem. No Business não tem ainda. Fui ver até se tinha alguma atualização para ele, não saiu. Então eu não pude eu mesmo testar isso, mas
(26:03) fiquem atentos. Isso aqui pode ser interessante. A gente sabe muito bem que às vezes vocês têm um celular compartilhado dentro da empresa para o WhatsApp. Então tu tens lá um celular para diversos setores, tem um setor só com pessoas fazendo coisas diferentes e usando os chats. Quem sabe pode ser uma… não é o ideal, mas a gente sabe que de fato isso acontece. Então, de repente, dá para um chat ou outro, com a senha, compartilhando o celular etc., pode ser uma coisa útil nesse sentido. E mesmo como uma segurança adicional,
(26:37) caso você perca o celular e alguém… você perde o celular e a pessoa que encontrou não é muito honesta e começa a olhar os chats e vai nos chats que você tem com pessoas mais próximas para tentar aplicar algum tipo de golpe. Talvez aí você possa botar uma proteção a mais. Então eu acho que é um recurso interessante, tu poderes bloquear algumas conversas no teu celular, principalmente se tu tens um esquema de compartilhar o celular ou ter que eventualmente emprestar o celular para alguém, ou se tu esqueces o celular
(27:06) desbloqueado. Uma camada a mais de segurança. Então é algo interessante, pode ser útil dependendo do cenário. Tá com mais duas aqui, rapidinha. Pode ir, faz mais uma. Vou mais uma bem rápida aqui também, que me chamou a atenção. Não precisa ser tão rápida, pode falar na velocidade… Isso aqui eu acho interessante para a gente se manter ligado com relação à atualização de segurança, problemas de segurança. Algumas eu até parei de trazer,
(27:37) aquelas que a gente trouxe seguido no Café, que foram os repositórios de bibliotecas, de pacotes, etc., com pacotes maliciosos. Cara, está acontecendo direto, acontecendo direto. Então, assim, Python, Node, o JavaScript, a gente tem um monte dessas situações. Até parei de trazer isso porque está ficando chato já de tanto ver. Então, fique antenado de onde você traz, se você programa, de onde você pega os pacotes, as bibliotecas, os crates e tudo mais que você usa para
(28:14) fazer a programação, criar os seus sistemas. Mas aqui eu vou trazer duas rápidas envolvendo vulnerabilidades. Zero-days. A Apple corrigiu mais dois, corrigiu emergencialmente. Essa notícia é do dia 30. Mais dois zero-days em atualizações emergenciais. Quem tem iOS com 17.1.2… aqui depende se é um iPad, se é um Mac, se é um iPhone, porque muda a versão vulnerável, mas está aqui na notícia, vai estar no show notes. Mas deem uma olhada, se você tem um iPhone que aceita atualização ainda de sistema operacional, corra e atualize.
(29:07) Dá uma olhadinha lá no “Geral” e atualiza rápido. O que chama a atenção nesses zero-days é que eles são daquele tipo que aquelas empresas, como a que desenvolve o Pegasus e aqueles outros softwares de espionagem, adoram comprar e não informar para ninguém corrigir. São aqueles zero-days que permitem a execução remota de código. Então, dependendo, se tu acessares um site vulnerável ou clicares num link vulnerável ou instalares um malware, um site malicioso, um link malicioso, ou mesmo instalar
(29:42) uma aplicação maliciosa, eventualmente pode explorar essa vulnerabilidade no teu celular e tomar controle do celular inteiro. É o tipo de bug perfeito para isso. Então, saiu, é recente. Já são, segundo a Bleeping Computer, 20 zero-days em 2023 envolvendo iOS, envolvendo a Apple, na real. Então fiquem ligados. E obviamente, não tem só para a Apple. Zero-days a gente tem para o Chrome também. Recentemente a gente comentou em outro café sobre uma biblioteca de codec de vídeo, de processamento de vídeo, que estava
(30:23) com problema, e todo mundo que usava essa biblioteca estava vulnerável. Aí até se discutiu, a Google gerou um CVE para ela. Até se discutiu se deveria ser assim ou não, está lembrado? Porque o problema é na biblioteca e tem muita gente usando a biblioteca. Então saiu todo mundo corrigindo, atualizando seus navegadores e tudo mais. Mas sim, de novo, saiu mais uma atualização de emergência para o Google Chrome, que a gente sabe que acho que quase todo mundo usa. Zero-day, mesma coisa. Então saiu a atualização, é bom quem está usando se ligar de atualizar. Ele atualiza automático, mas é bom ficar
(31:01) antenado aí se está sendo atualizado mesmo. Só para a gente ficar ligado que zero-days aparecem todos os dias. A gente tem esses dois casos aqui. E esse tipo de vulnerabilidade é o pior que tem, porque até que seja corrigido, dependendo do site que você acessa, do aplicativo que você instala, você acaba se expondo. E aí junto vai cartão de crédito, acesso à conta bancária e aquelas outras coisas mais. Tu, Guilherme, me canta qual que eu jogo na tela para nós. Eu inclusive estou atualizando o telefone.
(31:43) Você falou aqui e ele sei lá, apagou, não liga mais. Deu pau na atualização, bricou o telefone. Porque ele mostra de manhã, toda vez que eu ligo o telefone, ele lembra que tem que atualizar. Só que daí você não atualiza. Então, agora com esse aviso do Vinícius, se você estiver ouvindo este podcast no seu celular, pare e atualize o seu celular. Mas não reclame se der problema. Se der qualquer problema na atualização, a responsabilidade é limitada.
(32:18) Nós temos aqui um artigo recente que analisou os efeitos dos LLMs, da IA de maneira geral, dos modelos generativos, no mercado de trabalho. Claro, é um trabalho, é um artigo aqui que envolve justamente essa avaliação empírica, de fato, inclusive com o apontamento de evidências de como a inteligência artificial já está influenciando no mercado de trabalho. Também é algo que nós sempre suspeitávamos. E não só nós, todo mundo fala.
(33:02) Muita gente, sim. E alguns vão dizer que não, que não tem impacto. Mas parece que sim, é uma questão de um grande impacto que veremos ainda. Então eles fizeram aqui… os autores são Ziang Hui, Oren Etzioni e Liu Feng Zhu. Está aparecendo na tela aqui as universidades de cada um. Basicamente, o que eles fizeram: eles analisaram dados de uma plataforma online que eu até não conhecia, chamada Upwork. É tipo um marketplace de freelancers. E eles conseguiram verificar as evidências, enfim, eles tiveram acesso a alguns dados dessa
(33:43) plataforma e viram que as ocupações mais afetadas aqui experimentaram uma diminuição de 2% nos trabalhos mensais e também uma diminuição de 5.2% nos ganhos mensais após o lançamento do ChatGPT. E eles também fizeram essa avaliação de como os impactos do DALL-E, do Midjourney nessas plataformas… porque você tem, até o lançamento dessas plataformas de geração de imagens, você teve, e ainda tem, claro, o trabalho de todos os ilustradores. Tem muita gente que trabalha como ilustrador freelancer.
(34:27) Tem o caso da minha amiga, não vou dizer o sobrenome, vou dizer só o primeiro nome, a Júlia. Ela desenha já há muito tempo, ela desenha mangá, principalmente, e desenha muito bem. Ela vende há muito tempo, publica e vende os desenhos dela numa plataforma, não lembro agora o nome da plataforma, em que ela publica e vende os desenhos. E há um tempo atrás, a gente estava conversando, e ela me falou que recebeu um aviso da plataforma de que os desenhos que lá estavam iriam ser utilizados para treinar uma IA
(35:03) deles. E esta IA ia começar a gerar desenhos. Ela e mais um monte de gente caíram fora da plataforma. Só que meio tarde demais, né? Porque quando o cara te avisa, ele tem backup, tem acesso, tem tudo. Por mais que tu apagues… E aí? A gente teve um bate-papo bem interessante, que isso, olha, dava um episódio, sabe? Trazer alguém dessa área de ilustração e tal. Porque ela tem todo um trabalho de ter aprendido a desenhar naquele estilo. Tem o estilo dela, tem o estilo dos outros. Daqui a pouco tu
(35:43) jogas isso numa ferramenta que, entre aspas, aprende com teu estilo. Ela consegue não só reproduzir o teu estilo, mas ela consegue reproduzir novos estilos que inclusive vão concorrer contigo. Então, além de gerar exatamente o que tu fazes, com o teu estilo, que é uma baita sacanagem, ela ainda vai gerar conteúdo que vai concorrer contigo. É a mesma coisa de um jornal… eu penso aqui em Três de Maio, por exemplo, é uma cidade de menos de 25.000 habitantes, pelo último censo.
(36:19) Não chegamos a 25.000 habitantes. Tem um jornal aqui na cidade. E esse jornal se vira para ter anunciante, para conseguir se manter. E, cara, uma IA da vida substitui as pessoas que estão escrevendo ali, saca? Substitui com um custo lá embaixo. O próprio GPT já faria isso. Então, em vez de ter lá dois, três jornalistas, por exemplo, ter um só fazendo uma curadoria do que o GPT gera, orientando o ChatGPT e gerando o artigo com o estilo que ele quiser, no tamanho que ele quer, com o viés que ele quer. E a mesma coisa a gente está
(36:59) vendo acontecer para desenho já há algum tempo. E essa minha amiga, a Júlia, ficou bem brava com a plataforma, porque ela tinha uma relação já de muito tempo com essa plataforma. E o pessoal, do nada, resolve fazer uma coisa dessas, sabe? Pegar uma IA… E ainda que seja pago, imagina que tu compras a arte das pessoas para treinar a IA. Tudo bem, eu não vou pegar de graça, eu vou comprar. Mas no momento que eu comprei e treinei, o custo dali em diante é praticamente zero.
(37:33) O custo de reprodução… tem aquele livro que a gente gosta, faz tempo que a gente não cita, do Shapiro, “Information Rules”. Acho que é esse o nome. Que ele fala dessa questão do mercado, do valor das coisas. Uma vez que tu crias um produto, tu tens o custo de criar e depois o de reprodução, o custo é praticamente zero. Digitalizado. Então, com a IA, é uma coisa muito parecida. Tu tens um custo para obter acesso às fontes de dados, que no caso, se eles usarem a
(38:09) internet, é de graça, desconsiderando direitos autorais. Pegando o que está público na internet. Mas tu poderias ter até o custo de estar comprando acesso a certas bases, ou talvez tenham comprado acesso a certas bases para conseguir treinar ainda melhor os seus modelos. Tem o custo de treinamento, do recurso para o treinamento, processamento, energia, etc.
(38:39) Mas depois que tu treinou, é muito parecido com essa questão que o Shapiro coloca lá no “Information Rules”. É praticamente de graça, saca? E aí, precisa aprimorar. Deve ser o DeviantArt a plataforma que ela usa, uma plataforma usada por vários. Eu realmente não lembro qual plataforma ela falou. Mas, enfim, essa parte que eu estava dizendo antes, que você tem esse estudo… e eu acho que estava falando sobre a questão dos ilustradores.
(39:17) Sobre como você tem certas operações ou certas atividades que vão ser mais ou menos afetadas. Em geral, costuma-se dizer que elas seriam mais ou menos afetadas, sobretudo quando a gente se depara com essas atividades que poderíamos chamar de “knowledge workers”, pessoas que lidam com o conhecimento. Então, nós costumamos afirmar que a IA iria interferir com mais intensidade nesse tipo de trabalhadores, como o advogado,
(40:00) o médico, sei lá, o professor, o jornalista, pessoas que lidam com conhecimento. E aí eu estava lendo esses dias, naquela coisa de você começar a ler um monte de coisas e só começar, terminar que é bom… mas tudo bem, estamos lendo algumas coisas por aí. E esse livro, que chama “The Social History of Artificial Intelligence”, do italiano Matteo Pasquinelli. E ele faz uma análise também um pouco até marxista da história e do próprio trabalho.
(40:44) É difícil falar também sobre o trabalho sem essa abordagem, mas tudo bem, é preciso dizer que ele segue essa linha. Mas ele acaba dizendo que todo trabalho é o que ele chama de “trabalho lógico”, todo trabalho é de conhecimento. Ele usa o próprio exemplo do motorista. Olha, o motorista também tem um trabalho de conhecimento, da experiência dele, um motorista de caminhão, motorista de carro profissional. Imagina, o cara é profissional. Você tem uma intensa atividade, embora
(41:18) muito seja internalizado, sobretudo quando a gente dirige, você nem pensa mais. Mas assim, você tem um trabalho intelectual ali incorporado, ou às vezes aparentemente invisível, que é feito e que a inteligência artificial… e que todos os trabalhos teriam potenciais, mais ou menos, de um trabalho lógico. Eu achei super interessante, porque a gente tende a achar que outros vão ser mais afetados, mas no fundo, acho que todos os trabalhos vão ser afetados. E aí, claro, ele acaba dizendo que a história, até onde eu cheguei,
(41:50) da própria Inteligência Artificial, da própria tecnologia relacionada ao trabalho, nesse caso agora, é uma forma, e o que estamos fazendo hoje, é uma forma de ensinar máquinas a fazer trabalhos. Eu achei super interessante. É meio óbvio depois que você lê, mas assim, eu achei interessante. Você sempre estará pedindo coisas para a Inteligência Artificial que seriam feitas por outras pessoas e que seriam trabalhos. Por exemplo, eu estava usando o ChatGPT para traduzir algumas coisas aqui automaticamente. Ora, esse é um trabalho de um
(42:28) tradutor. Eu vou pedir uma imagem, ora, isso é um trabalho de um… as imagens dos episódios, algumas a gente tem gerado com o ChatGPT e o DALL-E. É o DALL-E dentro do ChatGPT, que até ficou melhor, que o DALL-E fora era horroroso. “Resuma para mim tal notícia”, trabalho de um redator. “Resuma não sei quê”, um professor poderia fazer isso. Então é interessante olhar para a Inteligência Artificial como uma plataforma de realizar trabalhos. E a partir dessa visão, as consequências e a forma de
(43:10) ver. O que ele traz é uma nova forma de você olhar. Não sei se é uma nova forma, esse autor, mas se conecta um pouco com este estudo aqui. Fica a referência também. A coisa vai facilitar, porque está melhorando a interface homem-máquina. Se algum tempo atrás para tu fazeres uma máquina para fazer alguma coisa, tu tinhas que trabalhar com engrenagem, fazer uma coisa mais mecânica, inclusive os
(43:42) primeiros computadores eram assim. E aí tu passas para um momento em que tu passas a ter microcontroladores, microprocessadores, e aí tu tens a possibilidade de programar. Programação é uma coisa muito fechada, muito limitada. Daí tu começas a avançar, aí a programação visual, tu começas a ter outras formas de programar em que podes ter pessoas que não são da área da Ciência da Computação, por exemplo, e programam. E tem muita gente que faz isso. Mas ainda
(44:11) assim, tem que programar. Ainda existe uma barreira para tu fazeres certas coisas. De repente eu tenho uma ideia que quero implementar, mas não sei programar, ou não tenho acesso a isso, e aí eu não consigo implementar isso ou isso nunca sai do papel. Ou eu tenho que passar para alguém que vai fazer para mim. E a gente está indo para um ponto em que cada vez mais a gente pode explicar para uma IA o que a gente quer fazer. E a IA, inclusive, pode nos perguntar mais: “mas tem essas opções aqui, o que tu queres?
(44:42) Qual é a ideia? Ah, não, mais isso… ah, seria mais isso aqui”. Então tu consegues interagir de uma maneira mais natural. E eu não duvido, eu acredito na real, que com uma interface cada vez melhorada para a gente lidar com a máquina, ou seja, a gente poder conversar com a máquina e ser compreendido, entre aspas, e ela nos ajudar a chegar num ponto que a gente quer, exatamente, ela vai programar uma solução.
(45:15) “Não, isso aqui não, mas ó, eu quero uma tela assim, desse jeito. Ah, não, isso aqui um pouco… não, eu quero uma coisa um pouco mais limpa. Eu quero que isso seja armazenado num banco de dados, eu quero que tenha uma autenticação feita por não sei o quê”. Tu vais descrever o que tu queres, cara. E eu estou falando em programação, pode ser em qualquer coisa, assim como a gente faz para imagem. Então a gente está dando os primeiros passos. Claro, há quem diga que os primeiros passos na IA já foram dados há muito tempo. Sim, ok, é uma área que existe
(45:46) já há muito tempo, uma área de estudo, de pesquisa. Mas agora que está chegando num ponto em que ela está acessível para todo mundo, não para um cara enfiado num laboratório não sei aonde. Qualquer pessoa que quiser pode usar o ChatGPT de graça. Então, está acessível. E o poder do que está acessível está aumentando cada vez mais. E aí posso puxar aquela bagunça do GPT que a gente estava discutindo antes, fora do ar?
(46:19) Pode, pode. Já vamos terminando também, acho que é a última. É o seguinte: a gente comentou a notícia de que o CEO da OpenAI, que desenvolve o ChatGPT, DALL-E, etc., ele foi afastado pelo board da empresa. Pelo comitê lá da OpenAI. E teve uma reviravolta aí nas últimas semanas em que os funcionários da OpenAI ameaçaram, disseram que iam parar, não sei o quê, mas eles meio que pressionaram o board da empresa: “Não, não, não, pode trazer o cara de
(47:04) volta”. E o cara voltou. Trouxeram ele de volta, o CEO da empresa da OpenAI voltou. A primeira coisa que a gente tinha ficado sabendo, quando a gente falou inclusive no nosso outro café, é que o CEO foi desligado pelo board porque ele não estaria sendo transparente, ele estaria ocultando coisas ou não sendo muito claro com relação a algumas ações dele. E para nós, naquele momento, tinha parado por aí. O que aconteceu agora, recentemente, ficou-se sabendo então que há uma tensão
(47:42) entre esse CEO e esse board da empresa com relação à velocidade em que as coisas devem ser feitas. E, ao que parece, o board, que tem mais gente da academia, o pessoal que quer pensar um pouco mais antes de simplesmente sair vendendo um produto, eles querem ser mais cautelosos, eles querem mais cautela no avanço dos produtos da OpenAI. Eles querem um pouco mais de cautela, e o CEO não, ele quer fazer a OpenAI continuar na frente. Ela está muito à frente dos seus concorrentes. Olha o Bard do Google até agora… o Bard está
(48:18) chupando bico lá, enquanto a OpenAI está andando. E aí teve mais uma informação que eu ouvi no podcast Petit Journal, agora nesta semana. Não lembro o episódio, mas o Daniel Souza, que é um dos hosts do podcast, ele trouxe uma informação interessante, que é o seguinte, e é uma visão também interessante: os funcionários da OpenAI, não sei se todos ou em sua maioria, eles são acionistas da OpenAI. E eles, obviamente, sendo acionistas, e a OpenAI tem um potencial…
(49:01) ela bateu o recorde de adesão de usuários de qualquer outra solução no mundo quando saiu o ChatGPT. Lembra? Foram 100 milhões de usuários de uma hora para outra. E a OpenAI tem uma perspectiva de ganhar ainda muito mais dinheiro, valorizar muito mais. Só que essa perspectiva só se sustenta se ela se manter à frente dos concorrentes. E para ela se manter à frente dos concorrentes, ela tem que continuar desenvolvendo os produtos na velocidade que ela vinha desenvolvendo, sem paradinhas para pensar. Porque se ela começar a parar, os outros vão
(49:32) alcançar. Então, aí, repito, lá no podcast Petit Journal, o Daniel Souza comentou essa informação. Não é porque os funcionários amam, quer dizer, podem até gostar também, mas não é por uma coisa assim: “ai, foi injusto com o CEO”. Não, é por buscar ganho mesmo. Eles têm todo interesse que as ações deles se valorizem. E para isso, a OpenAI tem que continuar correndo na frente. É uma visão interessante. E aí, de novo, a gente chegou a fazer um episódio sobre aqueles princípios, tu consegues puxar o episódio rapidinho aí, Guilherme?
(50:10) Fizemos um episódio sobre aqueles princípios que deveriam nortear a IA. E nós comentamos, inclusive, naquele episódio, que no final das contas, o que ia pesar mesmo era a grana, o poder econômico. Se tem grana envolvida… “Ah, tu para aí”. “Tá bom, eu aqui dentro é outra história”. Então, quem tem dinheiro vai botar para desenvolver, vai avançar com isso e ponto. Mesmo a OpenAI, que entre aspas, iniciou como o Google, com “don’t be evil”,
(50:50) e depois sumiu lá dos termos deles, parece que a gente está vendo a mesma coisa acontecer com a OpenAI, que é: vamos avançar. Aquela coisa do Mark Zuckerberg: “move fast and break things” ou “fix later”, uma coisa assim. Vá rápido, quebre coisas e corrija depois. Parece que é meio esse o mote, o mantra que a galera que desenvolve gosta. Pouco importa o impacto dessas coisas depois. O episódio 340, “Princípios de Inteligência Artificial”. Antes de irmos, Vinícius, rapidinho para o café expresso e café frio, se você chegou até aqui, não se esqueça também de visitar o site da empresa que mantém o
(51:37) podcast Segurança Legal, a Brown Pipe Consultoria. É a empresa da qual nós somos sócios. Não sei se isso é claro para todo mundo. E por muitos e muitos anos, hoje ainda, parte dos recursos aqui dedicados a fazer todo esse podcast chegar até você são recursos da Brown Pipe também. Então, além do apoio que a gente pede para você aqui no podcast, também visite lá o site da Brown Pipe, veja os serviços, veja o que a Brown Pipe pode fazer por você. www.brownpipe.com.br ou brp.com.br. Está aqui embaixo, para
(52:20) quem está assistindo no YouTube, está ali embaixo o logotipozinho. Café expresso, café frio. Cara, o meu café frio vai para o Mr. Elon Musk. Eu gosto muito da SpaceX, mas não gosto do que ele está fazendo no Twitter. E agora ele mandou os caras… tudo. Eu defendo as empresas também que estavam anunciando lá. Eu não sei quais, eu sei que a IBM foi uma que saiu. Não lembro das outras agora. Mas não pelas empresas em si, mas por esse comportamento arrogante que ele tem com as pessoas. E o pessoal acha lindo.
(53:03) O vídeo que o Elon Musk demite o funcionário online, não sei o quê. Ah, tomar banho, cara. Se isso é o teu modelo de vida, meu amigo, está na hora de procurar referências melhores, viu? Então o café frio vai para ele. Podemos inclusive fazer um café frio, eu diria, sempre para ele. Não, sempre não, porque eu quero dar para outros também. Mas a gente sempre dá um café frio, e aí para outra deixa um separado. Mas aí tem um monte de gente que eu quero botar nessa lista do café frio permanente. A gente pode preparar então um
(53:42) episódio especial só de cafés frios. E dizendo o porquê. Café frio para fulano, por quê? Ah, porque não sei o quê, e comenta a notícia. E o teu frio vai para quem? O meu vai para a Meta, de maneira geral, por conta dessa questão deles voluntariamente modelarem e arquitetarem suas redes sociais para explorar vulnerabilidades de adolescentes. Porque, no final das contas, essa é uma escolha econômica, mas ela também é uma escolha ética muito, mas assim, muito condenável, sabe?
(54:23) Muito condenável, é inadmissível. Você quer viciar os adultos? Beleza, tudo bem. As pessoas, os adultos, fumam, eles sabem, ou deveriam saber, no que estão se viciando. Agora, fazer isso com crianças e adolescentes é de uma… é algo muito, muito canalha. É muita canalhice. É uma canalhice, é muita canalhice. Agora nós também temos o café expresso. Para quem nunca escutou o Segurança Legal e chegou até aqui, o que pode acontecer.
(55:00) Nós escolhemos um café frio, que seria um café não gelado que você toma no Starbucks, enfim, é um café frio mesmo que você dá para alguém que te deixou bravo com algo recente, a nosso juízo, que pode estar completamente errado, inclusive. Não tem problema nenhum em mudar de ideia, em ser corrigido, bem pelo contrário, eu gosto quando isso acontece, você melhora. Agora, o meu café expresso, Vinícius.
(55:38) O meu café expresso… não sei. Tem alguma chance… O que eu tinha pensado, o café expresso facinho, considerando só o que a gente comentou hoje, sem pensar muito: o WhatsApp, por ter posto mais um recurso de segurança, de proteger chat. Talvez. Mas eu te digo que é um café expresso meio morno, sabe? Não é uma coisa que eu esteja muito a fim. Eu estou meio sem café expresso hoje, cara. Eu também, não tem problema. Eu vou dar um café expresso.
(56:11) Eles não nos escutam, não vão nos ouvir, mas vou dar um café expresso para o Petit Journal, que eu curto muito, gosto muito de ouvir. E já que a gente citou eles hoje, o café expresso vai para eles, até pela informação que eles deram lá, que foi bem interessante, que explica um pouco da questão lá da OpenAI. Então meu café expresso vai especificamente para o Petit Journal, para o Daniel Souza que deu a notícia. Já que você também… a gente falou sobre a Brown Pipe, a gente está com uma área que a gente vem dedicando um certo esforço ali para manter atualizada,
(56:46) que é o blog da Brown Pipe. Se você puder conseguir colocar no ar aí, Vinícius, talvez. Deixa eu ver aqui. Ali a gente vai trazendo algumas notícias também traduzidas, algumas são traduções, outras são escritas por nós, de coisas que a gente acha interessante nesse universo da segurança, da proteção de dados, de até questões envolvendo segurança bancária, monitoramento no âmbito do trabalho e tal, algumas coisas envolvendo a própria ANPD. Então, sempre que sai alguma coisa ali de proteção de dados envolvendo a ANPD, decisões que
(57:25) que envolvem a LGPD, a gente traz ali. Então, visitem também. A gente sempre tenta manter atualizadinha, sempre tem alguma coisa nova ali toda semana sobre notícias importantes desse mundo que a gente trata aqui. Acho que dessa vez a Camila, que é a pessoa do nosso comercial lá da Brown Pipe, vai ficar feliz com a gente, que a gente falou mais. Então, clique ali no menuzinho. Eu estou com um problema nesse navegador que eu estou usando na apresentação, que está sem JavaScript.
(57:54) Então está dando… tudo bem. Mas tem um menuzinho ali, “menu blog”, que ele vai mostrar isso aí. Bom, Vinícius e ouvintes, então agradecemos a todos aqueles e aquelas que nos acompanharam até aqui. Nos encontraremos no próximo episódio do podcast Segurança Legal. Até a próxima. Até a próxima.

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