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“A pandemia foi o tirar do véu, o tirar do filtro. Hoje vemos muito melhor”, explica nesta conversa o cardeal José Tolentino Mendonça, salientando que a crise criada pelo coronavírus nos obrigou a ter um novo olhar sobre a relação com os outros e com nós próprios. O poeta e cardeal não tem dúvida de que tudo irá mudar após este surto. "É uma ilusão pensarmos que voltaremos ao mesmo mundo. Esse mundo passou. É diferente em nós próprios e é diferente em si".

 “Se a situação se prolongar durante um ano vamos ficar mais pobres e não somos só nós”, defende o especialista, para quem os graves problemas institucionais de Portugal se devem agravar. Ao mesmo tempo, o economista lembra que esta pandemia nos mostrou a capacidade que temos de nos apoiar uns aos outros. “Se temos este tipo de iniciativa, também a teremos para criar valor”. Uma conversa com o jornalista Pedro Santos Guerreiro.

O psiquiatra Caldas de Almeida chama a atenção para as consequências de um confinamento mais longo para os mais velhos. “Será duro e é crucial que os mais velhos não interrompam as suas relações familiares mesmo que estas tenham de ser diferentes”. E defende o reforço dos cuidados de saúde primários para lidar com as doenças mentais.  Uma conversa moderada pelo jornalista Pedro Santos Guerreiro.

Os primeiros passos para o fim do isolamento devem ser dados com cautela e de forma controlada, defendem os investigadores Maria Manuel Mota e Arlindo Oliveira. “A decisão tem riscos, mas também há um risco brutal em nos mantermos fechados”, diz a cientista. O perito em inteligência artificial Arlindo Oliveira lembra que é a tecnologia que está a permitir uma "visão global e em tempo real da pandemia" e que tal como na investigação científica há uma aceleração do desenvolvimento de tecnologia por causa do surto. Uma conversa sobre Ciência e Tecnologia moderada pelo Jornalista Pedro Santos Guerreiro

"A China ainda é uma potência mundial de segunda classe”, defende o especialista em relações internacionais Carlos Gaspar, para quem a pandemia não significa uma ruptura na geopolítica global, já que o domínio continua a ser norte-americano. Uma conversa sobre os efeitos da pandemia na geopolítica mundial e sobre Portugal, com Pedro Santos Guerreiro.

Num momento em que milhões de estudantes e professores utilizam sistemas de videoconferência para aprender e ensinar a distância, o vice-reitor da Universidade de Lisboa defende que precisamos de "preservar o melhor do passado e adaptá-lo às necessidades futuras". 
 Uma conversa sobre o futuro da universidade, com António Feijó e Pedro Santos Guerreiro.

Para a especialista em energia Maria Júlia Seixas, as imagens que circulam nas redes dos canais de Veneza limpos ou a paisagem despoluída dos Himalaias, revelam como a pandemia está a mostrar-nos um planeta sem actividade humana. Uma oportunidade, que não pode ser desperdiçada para o relacionamento futuro com o ambiente. Uma conversa com o jornalista Pedro Santos Guerreiro.

"É porque temos um problema no jornalismo que assistimos a um aumento dos populismos”, defende Pedro Norton, lembrando a importância da profissão para as democracias liberais substantivas.
 Nesta conversa com o jornalista Pedro Santos Guerreiro, o antigo presidente executivo do grupo Impresa, fala sobre as soluções necessárias para garantir a sustentabilidade de um sector ameaçado.

"As medidas de restrição não vão acabar com o fim do estado de emergência. Há uma vida antes e uma vida depois do estado de emergência", diz Gonçalo Saraiva Matias, lembrando que a necessidade de balançar direitos sempre existiu, mas agora se acelerou.
 O especialista em Direito Constitucional garante que a "democracia não está interrompida", mas que houve uma aceleração tremenda da economia digital, que coloca novas questões de acesso a dados, à privacidade e à protecção de direitos, que terão de ser discutidas. Uma conversa moderada por Pedro Santos Guerreiro.

O impacto da crise económica provocada pela pandemia vai depender da capacidade de se encontrar um tratamento para o coronavírus, que reduza o impacto de vagas do surto, mas também das medidas de apoio à economia e da recuperação do turismo. O país vai precisar de medidas internas, mas também dos apoios europeus. “Portugal está numa situação particularmente precária porque não tem o seu futuro na mão. Depende do que os seus parceiros europeus decidam fazer”, defende o Amílcar Moreira, nesta conversa com Pedro Santos Guerreiro.