Kurtz se adentrou nas profundezas da floresta escura, no coração das trevas, e ali se esqueceu de ele mesmo, da civilização de onde tinha vindo e de seus ideais. VĂĄrias vezes teve a oportunidade de voltar, mas no Ășltimo momento nĂŁo queria ou nĂŁo conseguia abandonar o coração da selva. E de novo se perdia na floresta por semanas a fio.Â
Ele se lançou nesse empreendimento em busca de si prĂłprio, de expandir os seus limites, de acumular riquezas, de civilizar povos indĂgenas. Ele era o centro de sua prĂłpria aventura de forma que, ali no meio da floresta, sem referĂȘncias de virtude e sem restriçÔes da sociedade, abraçou a paixĂŁo inerente mais profunda do Ser Humano - o desejo do Absoluto. E ele quis tornar-se nesse Absoluto, isto Ă©, ser o Deus de si prĂłprio e o Deus dos outros.Â
Quantos lĂderes, ou chamados lĂderes, governam seus departamentos e suas empresas como o sr. Kurtz governava essas tribos indĂgenas no coração da floresta? Â
TambĂ©m nĂłs, lĂderes, precisamos de uma bĂșssola moral. Â
NĂŁo subestimemos a importĂąncia de ter uma bĂșssola moral, uma referĂȘncia de virtudes humanas, para podermos aventurar-nos no coração das trevas sem nos perdermos pelo caminho. Se nos aventurarmos nessa floresta selvagem, que Ă© o mundo dos negĂłcios e das empresas, sem uma bĂșssola moral bem afinada, correremos seguramente o risco, tal como o sr. Kurtz, de nos esquecermos de nĂłs mesmos, da civilização de onde viemos e de nosso verdadeiro propĂłsito.