Nesse episódio do Literatura Miojo, lemos De Brevitate Vitae (49 d.C.), onde Sêneca, com sua serenidade estoica, nos lembra que a vida não é curta — nós é que a desperdiçamos. Endereçada a Paulino, a obra defende que o tempo é nosso bem mais precioso, e que viver de verdade exige foco, sabedoria e filosofia. Distrações, ambições vazias e a busca pelo supérfluo roubam o presente. Para Sêneca, quem se dedica à contemplação e à razão vive em pleno — mesmo que por poucos anos.
Todos os dias às 10h, uma obra nova. Curtiu? Então procure a obra original. A literatura te espera — sem pressa, mas com prazer.

Nesse episódio do Literatura Miojo, mergulhamos em Population Density and Social Pathology (1962), o estudo clássico de John B. Calhoun que inspirou o famoso “Universo 25”. A partir de experimentos com ratos, Calhoun observou os efeitos do superpovoamento em ambientes controlados — mesmo com recursos abundantes, os animais apresentavam colapsos sociais: isolamento, agressividade, disfunções sexuais e abandono da prole. O autor cunhou o termo “behavioral sink” (fossa comportamental) para descrever o declínio. Seu trabalho levantou debates sobre urbanização, densidade populacional e saúde mental nas sociedades humanas.
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Nesse episódio do Literatura Miojo, conhecemos A Política (c. 330 a.C.), onde Aristóteles investiga a essência da vida em sociedade e o que torna uma cidade justa e bem governada. Partindo da ideia de que o ser humano é naturalmente político, Aristóteles analisa as formas de governo, o papel do cidadão, as causas das revoluções e o valor da educação para a virtude. Ele não busca um ideal utópico, mas o melhor regime possível diante das realidades humanas. Política, aqui, é antes de tudo ética em escala coletiva.
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Nesse episódio do Literatura Miojo, chegamos ao Livro 10 da Ética a Nicômaco (c. 350 a.C.), onde Aristóteles conclui sua busca pela vida feliz. Ele afirma que a verdadeira felicidade está na atividade contemplativa, guiada pela razão, nossa parte mais elevada. Ainda assim, reconhece o valor dos prazeres moderados e das amizades virtuosas. Também destaca o papel da educação ética desde a juventude e da política como promotora da virtude. Para Aristóteles, ser feliz é viver bem — com excelência, sabedoria e equilíbrio.
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Nesse episódio do Literatura Miojo, apresentamos a obra O Mito de Sísifo, de Albert Camus. Aqui, Camus encara a pergunta mais urgente da filosofia: “Vale a pena viver?” Em um mundo sem sentido, ele diz que o absurdo nasce quando a razão humana encontra o silêncio do universo. Mas em vez de desistir, Camus propõe a revolta: continuar vivendo, mesmo sem respostas. Como Sísifo, condenado a empurrar uma pedra eternamente, devemos encontrar liberdade na aceitação. “É preciso imaginar Sísifo feliz.”
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Nesse episódio do Literatura Miojo, apresentamos a obra A Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han. Vivemos numa era onde ninguém mais manda a gente obedecer — mas todo mundo se cobra o tempo todo pra render, melhorar, produzir. Han mostra que o maior opressor hoje somos nós mesmos: geramos burnout, ansiedade e depressão em nome da performance. A sociedade disciplinar virou sociedade do desempenho. Trocam-se as algemas pelo “sim” constante. Resultado? Exaustão e vazio. Uma crítica filosófica curta, direta e... cansada.
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Nesse episódio do Literatura Miojo, apresentamos a obra Meditações, escrita por Marco Aurélio, imperador romano e filósofo estoico do século II. Em vez de grandes discursos de poder, ele escreveu para si mesmo, refletindo sobre como ser justo, calmo e firme em meio ao caos. A obra é um diário filosófico: lições sobre aceitar o que não se pode controlar, cultivar a virtude e manter a razão acima das emoções. Um manual estoico de autocontrole e humildade — direto do trono para dentro da alma.
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Nesse episódio do Literatura Miojo, encerramos a jornada com a Quarta Parte de Assim Falou Zaratustra (1885), onde Nietzsche apresenta o lado mais humano e solitário de seu profeta. Zaratustra acolhe os chamados “últimos homens”, figuras frágeis e decadentes que buscam refúgio nele, mas não compreendem sua mensagem. Ele se vê cercado por discípulos imperfeitos e enfrenta a dor de ser incompreendido. A obra termina com uma nota de ambiguidade: a superação total ainda é um ideal distante. Um fecho poético e profundo sobre solidão, destino e transformação.
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Nesse episódio do Literatura Miojo, caminhamos com Zaratustra pela Terceira Parte de Assim Falou Zaratustra (1883–1885), onde Nietzsche atinge o ápice filosófico de sua obra. Aqui surgem temas centrais como o eterno retorno, a ideia de que tudo se repete infinitamente, e o confronto direto com o espírito de gravidade — símbolo do peso existencial e da negação da vida. Zaratustra se isola, reflete sobre sua missão e enfrenta seus demônios internos. É a parte mais densa e introspectiva, em que o filósofo-personagem se aproxima da superação de si.
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Nesse episódio do Literatura Miojo, adentramos a Segunda Parte de Assim Falou Zaratustra (1883–1885), onde Nietzsche aprofunda suas ideias mais provocadoras sobre a condição humana. Zaratustra encontra o povo e os discípulos, mas percebe que suas palavras ainda são mal compreendidas. Ele critica os valores da moral tradicional, do rebanho e da mediocridade, exaltando a figura do além-do-homem (Übermensch), aquele que cria novos valores. Com linguagem poética e simbólica, Nietzsche desafia o leitor a superar o conformismo e a tornar-se senhor de si.
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