Share Nas pegadas de Jesus
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By Paroquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
The podcast currently has 367 episodes available.
Às portas da Grande Semana, vemos que os sinais realizados por Jesus são vistos, mais uma vez, de duas maneiras: muitos, por causa dos sinais, passam a crer em Jesus; outros, por sua vez, em geral as autoridades, veem nesses mesmos sinais uma ameaça à posição que ocupam e aos privilégios que lhes são assegurados. Diante da possibilidade de Jesus se tornar “mais importante”, decidem matá-lo como sendo algo querido por Deus. Por mais que devamos reprovar essa atitude dos judeus em relação a Jesus, podemos enxergá-la também de dois modos em nossos dias e em nossa caminhada de conversão. Buscamos, através dos sinais que hoje Jesus realiza em nossa vida e em nossa comunidade, aderir ao seu projeto de vida, que visa à construção de uma nova sociedade baseada no amor, ou vemos com desconfiança os sinais do Reino e buscamos eliminar seus promotores em vista da manutenção da Lei? De que lado estamos?
Mais uma vez, os judeus se colocam em posição agressiva e procuram matar Jesus. Eles pegam pedras e tentam dar fim à vida do Filho de Deus por meio do apedrejamento. Novamente, há percepções diferentes acerca da realidade que envolve Jesus e os judeus. De um lado, Jesus que faz o bem; do outro, os judeus que enxergam em Jesus um blasfemo, ou seja, um homem que abertamente ofende a Deus, por se apresentar como Deus ou Filho de Deus. Nem sempre é fácil assimilar as informações que chegam até nós. Para os judeus, como já refletimos noutra ocasião, admitir que um humano se declare filho de Deus é inconcebível, pois fere a Lei que eles acreditam. Por outro lado, os judeus não se abrem (ao menos, uma boa parte deles) àquilo que Jesus diz e faz e, com isso, perdem a oportunidade de experimentar nas próprias vidas a graça e o bem. Estejamos atentos ao que Jesus tem a nos dizer.
Ainda estamos no capítulo 8 do Evangelho de João. Jesus continua lidando com os judeus e suas descrenças, dúvidas e questionamentos. Poderíamos afirmar que a falta de sintonia entre Jesus e os judeus se deve – também – ao fato de que ambos estão posicionados em lados opostos e falam a partir de entendimentos distintos. Há, sim, pontos comuns entre Jesus e os judeus – e não poderia ser diferente -, contudo, a maneira de compreender e interpretar a realidade faz com que os passos de um e outro trilhem estradas distintas. Jesus é a luz, a verdade, aquele que vence a morte e aquele que é. Aos poucos, nesse caminho quaresmal, vamos descortinando quem é Jesus de forma muito didática justamente porque esse caminho nos leva a conhecê-lo para assumi-lo em nossa vida. Não nos esqueçamos de que esse tempo que a Igreja nos oferece é por excelência tempo de preparação para assumir (ou reassumir) o batismo junto com vitória sobre a morte do Ressuscitado.
A presença de Jesus é libertadora simplesmente porque ele é a verdade. Grande parte dos judeus não reconheceu em Jesus a verdade que liberta. De antemão, não podemos repreendê-los por isso. Se fôssemos nós no lugar dos judeus, que postura tomaríamos? Provavelmente, não acreditaríamos em Jesus e buscaríamos os argumentos necessários para justificar nosso posicionamento. Entretanto, estamos distantes no tempo, e nosso olhar nos permite, pela fé, acreditar que verdadeiramente Jesus era (e é) o Filho de Deus. A verdade que liberta o ser humano é o próprio Jesus, que dá novo sentido a todas as coisas e nos coloca em sintonia com o projeto do Pai. Como filhos de Deus, somos capazes de reconhecer nossas faltas e buscar, no próprio Deus, a reconciliação que nos faz seguir adiante em nosso caminho de conversão contínua.
Em muitos momentos, o Evangelho parece dar voltas ao redor de si e, com isso, a sua compreensão nos exige mais atenção. Nesses dias, os textos propostos pelo evangelista João, com suas idas e vindas, provocam judeus, escribas e fariseus para que vejam quem é Jesus e acreditem nele. Contudo, essa disputa é dura, pois, como já vimos, os olhos de muitos judeus, escribas e fariseus estão fechados. Reconhecer quem é Jesus nos dá a possibilidade de aderir ao seu projeto, que é exigente e comprometedor. Podemos também não seguir a proposta do Mestre, mas, igualmente, tal escolha tem consequências que, em geral, estão pautadas em interesses que não se afinam com as luzes do Reino.
Jesus é a luz do mundo; contudo, os fariseus não conseguem enxergar a luminosidade proporcionada pelo Filho de Deus. Ao se prenderem à Lei, eles buscam um meio de levar Jesus à prisão e à morte; os fariseus maquinam e perdem a oportunidade de experimentar a plenitude da vida que Jesus oferece a cada pessoa que esteja disposta a acolhê-lo. A cegueira que priva os fariseus de verem a luz que é Jesus pode também turvar os nossos olhos. Nesse tempo favorável para a conversão do coração, somos convidados pela Igreja e pelo próprio Jesus a mudar a direção do nosso olhar e abrir os olhos para o que verdadeiramente importa. E o que importa de verdade para cada um de nós neste momento? Importa permitir que Jesus nos ilumine e, a partir da luz que brota do nosso interior, iluminar as realidades e pessoas que nos cercam.
A presença, a palavra e os gestos de Jesus são provocadores e desconcertantes. Em pouco tempo, entre aqueles que compunham a multidão, não há mais consenso sobre quem é Jesus, e o motivo aí apresentado é sua origem: a Galileia. Os chefes dos sacerdotes e fariseus, entendidos da Lei, sabem muito bem de onde o messias virá, portanto, Jesus está desqualificado. De outra sorte, a discussão estabelecida nos aponta uma clara postura de preconceito, pois subjaz a essa linha de raciocínio a questão: qual messias esperamos? Veremos que Jesus não corresponde ao messias triunfalista esperado, sua forma peculiar de agir frustrará muitos, pois não se adéqua às expectativas daqueles que esperam e acreditam num messias que se tornará Rei e tomará o poder político. Quem é Jesus para mim? O que espero dele?
Jesus ainda está às voltas com os judeus que tentam matá-lo. Ao mesmo tempo que é cauteloso, Jesus mostra-se provocativo. Mais uma vez, Jesus diz quem é e em nome de quem realiza sua missão. Ao falar da sua identidade, Jesus mostra-se sem reservas; entretanto, os judeus não são capazes de reconhecê-lo, pois não conhecem aquele que o enviou, o Pai. Parte da atitude de Jesus é provocativa, pois, ao revelar-se, ele instiga seus opositores a mostrarem-se, ou seja, a apresentarem suas credenciais. Estamos diante de um jogo de forças e interesses. Ao final, contudo, deve prevalecer a palavra que gera e promove a vida.
A maneira como Jesus se posiciona diante dos judeus é profundamente clara e desconcertante. Na realidade, o evangelista João apresenta uma bem elaborada reflexão de quem é Jesus, qual é a sua missão e por quais meios se confirma o que ele diz. Em Jesus, palavra e atitudes são equivalentes; por isso, as coisas que ele faz dão testemunho dele. Jesus não está preso nem depende de nenhuma pessoa para confirmá-lo em sua missão. Como Jesus é, por excelência, o vocacionado do Pai, tudo o que ele diz e faz reflete e confirma seu especial chamado de proclamar o Reino de Deus. Se os gestos de Jesus atestam quem ele é, por sua vez, as palavras e os gestos dos judeus revelam quem eles são. Podemos nos voltar para o nosso coração e realizar um detido exame de consciência a fim de identificar quem somos verdadeiramente no seguimento de Jesus.
A presença de Jesus é incômoda para muitos e por diferentes motivos. No Evangelho de hoje, os judeus não aceitavam a liberdade de Jesus, que fazia o que não era permitido aos sábados e chamava a Deus de Pai. Jesus vem romper com o esquema estabelecido e, obviamente, haverá questionamento e hostilidade por parte daqueles que têm certeza de que o errado é o outro, nesse caso, Jesus. Em sua resposta aos judeus, Jesus tenta clarificar quem ele é e qual é a sua missão. Jesus e o Pai formam uma unidade que pode ser traduzida e entendida como perfeita sintonia. Não há aqui relação de dependência e anulação de um ou de outro; mas profunda cumplicidade e complementariedade. Jesus não vive por si, mas segundo o projeto que o Pai tem para ele. O que move o nosso coração e firma nossos pés na caminhada?
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