*Barco com cerca de 700 imigrantes antes de naufragar, no dia 14;* há críticas de que cobertura e interesse foram inferiores à tragédia com Titan
Role,Da BBC News Brasil em Londres
Em 14 de junho, começou a se desenrolar *um dos naufrágios mais mortais da história* recente do Mediterrâneo:
um barco superlotado com estimados *700 migrantes - a maioria do Paquistão, Síria e Egito, e incluindo estimadas 100 crianças - afundou* perto da costa grega, sem que houvesse interferência da Guarda Costeira do país, agora acusada de negligência.
*Centenas de pessoas seguem desaparecidas, enquanto a ONU pede investigação do caso.*
Quatro dias depois, em 18 de junho, o submersível Titan, que levava cinco tripulantes para uma missão
exploratória turística aos destroços do Titanic, perdeu contato com sua base, desencadeando operações da Marinha americana
Foram cerca de dez embarcações empregadas nas buscas, acompanhadas passo a passo no noticiário por milhões de pessoas ao redor do mundo - até o anúncio de que o Titan provavelmente implodiu, tirando a vida dos seus tripulantes.
Agora, a diferença na cobertura midiática e o interesse global mobilizados pelas duas tragédias marítimas têm sido alvo de discussões, tanto entre especialistas quanto nas redes sociais - com críticas à atuação da imprensa e ao destaque desigual dado Titan em comparação ao drama dos imigrantes que se arriscam no mar.
Priyamvada Gopal, professora de estudos pós-coloniais da Faculdade de Inglês da Universidade de Cambridge, é uma dessas críticas, argumentando que certas vidas individuais têm ganhado destaque enquanto outras são “relegadas às margens da história humana”.
“Acho que a imprensa certamente tem de dar um passo atrás e se questionar a respeito de quais histórias deseja contar e o que trata como sendo ou não de interesse”, diz.