Atenção! Tudo é perigoso! Tudo é divino, maravilhoso! A maioria das grandes cantoras tem um disco de estreia de respeito em suas carreiras. Gal tem um disco de chute na porta. Quem não parou o que estava fazendo para ouvir Gal Costa em 1969, e não para até hoje, estava, e está, muito errado. A cantora é um furacão que passa na agulha do vinil a 33 rotações por minuto. Se nosso PodCália estava sedento de mais tropicalismo, devo dizer que fomos logo na fonte e tomamos um porre. Não há artista mais roqueira, mais MPB, mais valente, mais antropofágica, mais Janis e Lupicínio ao mesmo tempo que Gal. Ela é o creme do Tropicalismo e alma da Música Popular Brasileira. Nesse episódio, estamos eu, Gigola e João rodando na vitrola sem parar; no mundo dissonante que nós três tentamos inventar; tentamos inventar, tentamos inventar; tentamos...

Você provavelmente já ouviu falar de Ed Motta. Seja por ser sobrinho do mestre Tim Maia, por suas declarações polêmicas ou principalmente por sua técnica vocal excepcional. Neste episódio, Daniel e Gigola vão para o ano de 1988, onde um Ed Motta periférico com apenas 17 anos liderava sua banda de soul/jazz/black, e gritava ao mundo que não nasceu para trabalho e queria viver de música! Dê um play e “vamos dançar” ao som da Conexão Japeri na “Parada de Lucas”, até às “seis da tarde”, em companhia de “Lady” e “Manuel”!

Desde o primeiro episódio deste podcast, sempre nos perguntamos qual seria a reação dos intérpretes e compositores se escutassem as análises histórico-dadaístas de Gigolas; latino-comunistas de Daniel; ou Budo-Cavernistas, de Caverna, sobre suas canções. Ficariam eles estupefatos, perplexos, indiferentes ou simplesmente preocupados com nossa saúde mental?

A resposta para estas perguntas, e muitas outras, chegou ao nosso podcast. O grande Maurício Baia dedicou alguns minutos de seu precioso tempo para escutar nossas sandices, lembrar momentos importantes de sua carreira, revisitar encontros e desencontros com grandes artistas da música brasileira e, acima de tudo, destrinchar o processo de criação de uma de suas obras-primas: o álbum Habeas Corpus.

Nesse episódio, Gigola, Daniel, Caverna e Baia transitam entre elevados e pontes e postes e pilares, sem deixar que o cansaço tome conta: o primeiro PodCália entrevista está no ar!

O movimento da vida e da morte; do dia e da noite; das 4 estações; do sangue que vai e volta ao coração; da rota do corpo em ciranda. “Peito aberto ao próprio vento! Movimento circular”. Como uma história que começa, termina e recomeça a cada faixa, este álbum da banda Marsa passeia pelos círculos da existência e redescobre uma história de sofrimento, luta e celebração da vida latino-brasileira.

Neste episódio, Gigola, Daniel e a convidada especial da semana, Analice Souza, serão navalha e tu, ouvinte, serás serpente. Isso quando não forem serpente e tu navalha. Se deixe surpreender nessa análise de um dos melhores discos feitos "Made in Pernambuco", o melhor país do Brasil!

Salvador, a primeira capital do Brasil, fica a 5.430km de distância de Kingston, capital da Jamaica. Mas isso é apenas um dado geográfico. Desde 2009, essas duas metrópoles encurtaram suas fronteiras, graças à expedição de um Navio Pirata soteropolitano capitaneado por um Russo, em uma tripulação que abarcava de argentino a japonês. Parece confuso de entender, mas não se preocupe, você chegará ao seu destino se respeitar uma única condição: vá, mas sem duvidar do samba-dub-reggae. Em 2016, essas Duas Cidades enfim se cruzaram e se metamorfosearam em um disco de 12 faixas. Não espere dele um começo, meio e fim, sua história e sua música não funcionam necessariamente em uma ordem lógica ou cronológica. No programa de hoje, Gigola e Daniel convidam os ouvintes (e um convidado surpresa da vez) a botarem seus cordões de alho e seguirem firmes pra batalha que é tentar decifrar o Baiana System, neste que é o primeiro episódio do PodCália para ser ouvido a mais de mil decibéis e virado numa goteira.

Quando uma banda de rock raiz percebe que está fazendo cover de si mesma é hora de sair de dentro da caixa e deixar a criatividade fluir naturalmente. Os gaúchos da Cachorro Grande chegam neste álbum trocando o terno e a gravata do MOD pela psicodelia e as guitarras espaciais, sintetizando suas influências como Kraftwerk e Kula Shaker... Afinal, nem só de Beatles vivem os Cães! Neste episódio, Daniel, Caverna e Gigola fazem uma viagem lisérgica até a Costa do Marfim, onde sentem um torpor passando por uma nuvem de fumaça, enquanto têm o mundo inteiro para abraçar. Dê um play, mas não se esqueça de usar o seu assento para flutuar!

O Fim do mundo, mais que um evento, é um conceito. Para uma mulher negra de periferia, o mundo pode começar e acabar em um dia. Pode ser que aconteça na perda de um filho; na mão de um agressor; na truculência de um ditador; nos calos das próprias mãos, em uma fábrica de sabão; na perda de outro filho; no racismo de um produtor musical; em uma dor na coluna vertebral…Para Elza, o Apocalipse é o prelúdio do Gênesis e o Gênesis, prelúdio do Apocalipse. Elza não levou uma vida de paz, mas improbabilidades. Que ela levaria uma vida sofrida, muitos sabiam: o racismo e machismo estruturados neste país garantiriam essa conta. Mas poucos imaginaram que ela, contra tudo e todos, seria a maior cantora de samba e talvez a maior cantora (ponto) deste país. O furacão Elza é imparável. Mesmo quando parecia suavizar sua potência, o tufão se reinventou, mais forte do que nunca. Com ventos de 600 km/h, o furacão Elza demoliu a máscara sórdida do passado colonial brasileiro e mostrou a face verdadeira desta terra: A Mulher do Fim do Mundo. Nesse episódio, Caverna, Gigola e Daniel nada mais são que aprendizes do inexplicável; analistas do impossível e ouvintes, faixa a faixa, do milagre do apocalipse.

No mercado fonográfico nacional, nunca foi fácil fazer uma carreira e se estabelecer na cena do rock estando “longe das capitais.” Mesmo assim, os Engenheiros do Hawaii sempre levantaram a bandeira e o orgulho gaúcho, formando uma legião de fãs país afora! Neste episódio, o PodCália dança um vanerão e bebe chimarrão, enquanto admira as belas metáforas de Humberto Gessinger que flutuam por campos progressivos, transformando o GLM (Gessinger, Licks & Maltz) no nosso DCG (Daniel, Caverna & Gigola).

Você tem um minuto para ouvir a palavra de Ronnie Von?? Aquele mesmo, da mesma praça, do mesmo banco, das mesmas flores, do mesmo jardim? Só que imagine: ao invés de um banco, uma canoa steam punk alada; ao invés de uma praça, a representação cósmica da consciência humana; as flores e o jardim, substitua por prismas coloridos propagados no espaço! Imaginou? Parabéns, você entrou na máquina voadora. Nesse episódio, Gigola, Caverna e Daniel embarcam no pássaro de prata, rumo ao desconhecido, em um dos álbuns mais psicodélicos da música brasileira.

Existem grandes cantoras, cantoras maravilhosas, cantoras incríveis, cantoras estrambólicas, cantoras absurdas, cantoras estapafúrdias e finalmente Elis. Ela está numa categoria própria: é técnica e é coração; é sofisticada e é popular. Elis não é uma artista; é um movimento da música brasileira. Além de nos agraciar com seu enorme talento, teve um papel definitivo em exaltar e revelar grandes compositores brasileiros, como Belchior, Guilherme Arantes, Ivan Lins, Fátima Guedes, entre outros. O Falso Brilhante é um manifesto de uma faceta da cantora que muitos acharam impossível: a Elis roqueira! Marcada por participar dos movimentos contra a introdução da Guitarra elétrica na MPB, Elis subverteu a si mesma e fez um disco cheio de eletricidade, mas também com uma veia jazzística e, ao mesmo tempo, latino-americana. Do ventre chão da terra mãe, direto do Clube do Guri, os heróis improvisados Gigola, Caverna e Daniel viajam em um dos maiores e mais honestos discos da Música Popular Brasileira!