QUARTA - 16/03/2022: A polêmica escolhida pelo bolsonarismo para desviar a atenção da grave situação econômica do país foi uma comédia brasileira de 2017. O filme "Como se tornar o pior aluno da escola" foi censurado pelo ministério da Justica por causa de uma cena sobre pedofilia. O trecho onde o personagem do ator Fábio Porchat assedia duas crianças viralizou no final de semana do aumento dos combustíveis. O governo Bolsonaro quer que o filme seja retirado das plataformas, entre elas a Netflix e o Globoplay. As plataformas acusam censura e dizem que não vão retirar o filme dos catálogos. O filme foi lançado em 2017, é baseado em um livro do humorista Danilo Gentilli e chegou esta semana à Netflix.

PITACOS NO CAFÉ, com Thiago Ferreira
As disputas em torno do bolsonarismo. Uma espécie de barata voa que se acentua agora, mas que, não é recente, e mostra os embates entre diferentes grupos que se articularam em torno da eleição e do Governo Bolsonaro: ultraliberais, moralismo de que na política todos são iguais (e que, por isso, Bolsonaro era o antissistema), reação aos avanços de políticas de inclusão e às minorias (fundamentalistas religiosos e a branquitude heterossexual e cisgênera). Valia tudo contra o PT e a esquerda e agora essa galera busca se reposicionar.


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TERÇA - 15/03/2022: O forte aumento dos combustíveis gerou mais uma crise barata-voa no governo Bolsonaro. Interferindo publicamente na gestão da petroleira, o presidente diz que não pode fazer nada quando o preço sobe, mas se coloca como vitorioso quando o preço baixa. Só nos últimos dias, Bolsonaro ficou bravo com o aumento anunciado. Ele queria que a estatal esperasse a aprovação de um projeto no Congresso para reduzir o impacto. Daí o presidente reclamou publicamente dizendo que a Petrobras não tem coração. Agora, finalmente o Ministério Público resolveu dar uma olhada na timelines das redes sociais do presidente para perceber que - que surpresa - ele interfere diretamente na Petrobras.

CAFÉ COM PIMENTA, com Edu Peres
A crise humanitária causada pela guerra e o êxodo de refugiados para países vizinhos como Polônia, Hungria e Belarus trazem à tona um outro conflito da região, que antecede em vários anos os avanços bélicos recentes: a luta por direitos da população LGBT no leste europeu. Hoje vamos falar de como os países envolvidos na guerra, direta ou indiretamente, tratam sua população LGBTQIA+, quais os riscos que essa população corre ao buscar refúgio em países conservadores.

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SEGUNDA - 14/03/2022: 1.461 dias. Há exatamente quatro anos completos hoje e, até agora, não sabemos quem mandou matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. A execução em março de 2018 é um dos capítulos mais graves da mistura nefasta entre política e polícia no Brasil. Suspeitos com proximidade não explicada ao presidente da República, versões contraditórias, outro assassinato que pode ter sido queima de arquivo, interferência de cima nas investigações. Um caso onde a investigação oficial ainda está devendo explicações para o Brasil.

Na guerra na Ucrânia, um jornalista norte-americano foi assassinado supostamente por um ataque russo. Hoje há uma nova rodada de negociações entre os dois países. Os ataques continuam e, no fim de semana, se aproximaram da fronteira com a Polônia. Uma base de estrangeiros, inclusive brasileiros, foi atacada e pelo menos 180 foram mortos.

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SEXTA - 11/03/2022: O novo aumento nos preços dos combustíveis provocou uma corrida aos postos. Milhares de motoristas em todo o Brasil tentaram abastecer antes do aumento anunciado pela Petrobras. O Brasil começa a sentir os efeitos da guerra, que provocou a disparada do barril do petróleo. Não sextou, então vamos sextar com as nossas colunas de sexta-feira.

CAFÉ COM SÉRIE, com Rafaela Santos
Ninguém Pode Saber, da Netflix.

CAFÉ COM POESIA, com Juliana Coelho Netto

PRIMEIRA PLAYLIST, com Walquíria Poiano
GUERRA E PAZ: Vamos criar a nossa cruzada empática para falar sobre a guerra e canalizar os caminhos da paz por meio da música. Playlists no Spotify: https://open.spotify.com/user/1u8hciwa84l1tg4p0iav9s4r3

QUINTA - 10 /03/2022: Dezenas de artistas puxaram um grande ato pela terra ontem em Brasília. Liderados por Caetano Veloso, os artistas protestaram contra o pacote da destruição do governo Bolsonaro. Mas os deputados fizeram de conta que nem viram. A urgência do projeto que libera a mineração em terras indígenas foi aprovada.

Hoje acontece a primeira reunião entre ministros dos governos da Rússia e da Ucrânia. Eles se encontram na Turquia para negociar o fim da guerra, que parece cada vez mais distante. Na Ucrânia, os ataques e as acusações mútuas de violações continuam.

QUINTA INTERNACIONAL, com Ana Prestes
Mulheres e paz: o surgimento do 8 de março no contexto da 1ª Guerra Mundial.

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QUARTA - 09/03/2022: A guerra na Ucrânia continua e os reflexos na economia mundial devem ficar mais fortes nos próximos dias. É que o boicote norte-americano ao petróleo e ao gás russos anunciado ontem já está causando tensão nos mercados, elevação do preço do barril e situações inusitadas, como a reaproximação dos Estados Unidos com a Venezuela. A Rússia é um dos maiores produtores de petróleo e gás do mundo. E a Europa depende do gás russo inclusive para o aquecimento das casas no inverno. O Reino Unido e a União Europeia não seguiram os Estados Unidos no boicote imediato, mas já anunciaram medidas para reduzir a dependência dos russos. Putin reagiu também com medidas econômicas e com a ameaça de interromper o fornecimento de gás para a Europa e focar na China.

No front, a guerra já gerou mais de 2 milhões de refugiados e, segundo a ONU, matou mais de 400 civis. Tudo isso em 14 dias. E os números podem ser bem maiores porque muitas mortes ainda não foram nem reportadas. Hoje há uma nova tentativa de evacuar civis pelos corredores humanitários acordados entre as partes durante o cessar-fogo. Quem não tem nada ou pouco a ver com isso tem a chance de tentar salvar a própria vida se Rússia e Ucrânia respeitarem a trégua combinada.

PENSA COMIGO, com Rachel Cor
Somos todos acumuladores?

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TERÇA - 08/03/2022: No Dia Internacional das Mulheres, a política brasileira segue acompanhando o caso do deputado Mamãe Falei. Arthur do Val fez comentários machistas e desumanos sobre as refugiadas da guerra na Ucrânia e perdeu aliados, como Moro e Bolsonaro, perdeu a namorada, que terminou com ele pelo Instagram, perdeu o clubinho de playboys, pois está afastado do MBL, perdeu seguidores nas redes e pode perder o partido - o Podemos analisa a expulsão - e o mandato de deputado estadual. Enfim, pelo menos um motivo para comemorar no dia internacional das mulheres.

Mas é só: o machismo na política vai muito além do Mamãe Falei. Daqui a pouco você vai ouvir como um prefeito do Pará trata as mulheres. Falamos também dos números alarmantes de feminicídio e estupros no Brasil. Também falamos sobre a crise dos refugiados da guerra na Ucrânia, que na verdade é, sobretudo, uma crise de refugiadas. Já são mais de 1,7 milhão de pessoas que deixaram o país, a maioria mulheres e crianças.

#FilosofiaAoVivo com Joana Rita Sousa: Onde estão as Mulheres Filósofas?
Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, a #FilosofiaAoVivo convida a conhecer nomes de mulheres filósofas que não fazem parte dos currículos e das histórias da filosofia que a maioria de nós conhece. Será preciso criar uma nova história da filosofia só para as mulheres? O que fazer para incluir as mulheres filósofas no cânone? E ainda: porque importa falar de mulheres filósofas?

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SEGUNDA - 07/03/2022: Acordamos enojados com o áudio do deputado Mamãe Falei. O deputado do MBL expôs todo o seu machismo e falta de humanidade ao sexualizar as refugiadas ucranianas e enojou a internet inteira.

Na Ucrânia, nova tentativa de cessar-fogo para retirar civis de Mariupol, cidade portuária no Sul do país. No final de semana, Putin disse que tudo estava indo conforme o planejado. Mas há relatos de problemas logísticos na movimentação das tropas russas.

BALBÚRDIA CAFÉ, com Maria Clara Carneiro e Lielson Zeni
As guerras sempre foram assunto para a ficção em geral: desde a bravura de soldados (e soldados resgatando soldados) à dor de quem fica, que nunca fica inteiramente são. Nos quadrinhos isso não é diferente: a própria indústria se sustentou à base de muita guerra, pow, soc, pof, ratatá. O Balbúrdia Café vai comentar alguns quadrinhos em torno desse assunto.

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SEXTA - 04/03/2022: O nono dia da guerra na Ucrânia começou com o temor de uma catástrofe nuclear depois de uma batalha pela maior usina nuclear da Europa que gerou até um incêndio em um prédio do complexo. O medo mundial se justifica, já que as disputas por esta usina e por Chernobyl, há alguns dias, são inéditas. Os russos acabaram tomando o controle da usina de Zaporizhzhya, no sudeste da Ucrânia, e já controlam também Chernobyl. Apesar do incêndio, as primeiras informações dão conta de que os reatores não foram atingidos e os níveis de radiação ainda estão dentro do limite aceitável. O que não é aceitável é a gente acordar com um conflito a metros de reatores nucleares.

Na edição de hoje, nossos quadros de sexta-feira: Rafaela Santos no Café com Série, Juliana Coelho Netto no Café com Poesia e Walquíria Poiano na Primeira Playlist.

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QUINTA - 03/03/2022: Ainda não aconteceu a segunda rodada de negociações entre russos e ucranianos. No início da semana, a primeira reunião terminou sem acordo para parar a guerra. Essa segunda reunião já foi adiada duas vezes e deveria acontecer hoje, mas ainda não está confirmada.

Ontem a ONU aprovou uma resolução exigindo que a Rússia retire as tropas da Ucrânia. A Rússia ignorou e o ministro das relações exteriores disse agora há pouco que a operação militar vai continuar.

Ontem a Rússia controlou a cidade de Kherson, no Sul da Ucrânia. E novos confrontos foram registrados nas principais cidades do país. Já o grande comboio militar russo que está em uma estrada próxima a Kiev não se mexeu nos últimos três dias, segundo autoridades britânicas.

A ONU estima em mais de um milhão o número de refugiados em uma semana de guerra. A maior parte sai pela fronteira com a Polônia, mas muitos ucranianos também fugiram para outros países, inclusive para a Rússia.

Hoje nós vamos conversar com o professor Alfredo Salun, que é doutor e mestre em história e pesquisa autoritarismos pelo mundo. Vamos falar sobre o contexto político e social do Leste Europeu e como isso precisa ser levado em conta ao acompanhar essa guerra.

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