Nesta live, o professor Ronald Carvalho, partindo de um diagnóstico feito pelo historiador das religiões Mircea Eliade em sua obra O Sagrado e o Profano, o qual assevera que é a dessacralização de nossa vida que tem levado o tempo a girar cansativamente sobre nós, nos fala sobre o antiquíssimo símbolo do Ouroboros, a “cobra que morde o próprio rabo”, e como ele pode envenenar a nossa vida com o tédio e o cansaço existencial se não aprendermos a nos renovar interiormente. Para tanto, nos apresenta filosoficamente o pensamento nietzscheano do “eterno retorno – segundo o próprio filósofo alemão, “a mais elevada fórmula de afirmação da existência que alguém pode alcançar” –, e nos convoca a perguntar para nós mesmos se amamos nossa própria vida ao ponto de desejar que ela se repita infinitas vezes, em todos os seus acontecimentos e detalhes, tudo na mesma sequência e ordem. E presumindo que responderíamos “não”, nos oferece filosoficamente o antídoto para nos curarmos deste modo fraco de ser e de estar no mundo: o amor ao próprio passado, ou a a firmação alegre de todo o “foi assim” como um acontecimento que nos ajudou a deixar para trás versões tolas de nós mesmos, a crescer interiormente, e a alcançar o nível de consciência que temos hoje.