Viver na Catalunha um Barcelona-Real ou em Madrid um Real-Barcelona é uma epifania. O Rui Miguel Tovar teve várias e sobreviveu para contar. Neste tabuleiro de gigantes não entra o nome de Luís Figo, vá-se lá saber porquê. Há uma perfeita caderneta de monstros sagrados, de um lado e do outro, uma bela forma de lançar o próximo choque de titãs. Uma experiência sociológica, mais do que desportiva. E quase sobrenatural, se recuperarmos no Domingo Desportivo os quatro golos anulados ao Real Madrid num famoso jogo dos anos 60. Autor da façanha? Um tal de Reg Leafe, um árbitro inglês que mais tarde se cruzaria com o Benfica num jogo violentíssimo em Viena. Para acalmar, vale a pena ouvir e voltar a ouvir a carta de amor de Jorge Ben Jor no «Fio Maravilha». É o Música, Maestro.