José Roberto Bassul é o vencedor da décima edição do prêmio fotográfico, organizado pela Alliance Française sobre o tema do sonho. Sua série de fotos se intitula "O Sol vem depois", como o refrão de "A ordem natural das coisas", a canção do rapper militante Emicida.O fotógrafo, em meio à pandemia, captou a periferia de Brasília durante a pandemia, trágica evidência de uma quebra de prioridades e excessos, as fotografias da série adotam um tom distópico. São imagens de elementos urbanos que evocam sonhos perdidos. Reflexos de circunstâncias passadas, presentes ou permanentes nas quais, individual ou coletivamente, enfrentamos perdas, derrotas, frustrações,desencantos, medos.
Praças e parques desertos, quadras de esporte sem uso, ruas vazias, moradas
demolidas, caminhos escuros e incertos e outros signos de abandono são
permeados por certo lirismo, por réstias de luz. Como se as noites soubessem
que o sol só vem depois...
BIOGRAPHIE
Graduado e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília
(UnB), José Roberto Bassul aprendeu fotografia em cursos livres, oficinas e
atividades práticas. Nasceu no Rio de Janeiro em 1957 e vive em Brasília.
Define sua fotografia como “uma tentativa de desenhar pensamentos, de
projetar desejos, de construir espaços para a imaginação”. Periodicamente
ministra cursos e oficinas sobre “fotografia autoral de arquitetura”. Recebeu
diversos prêmios nacionais e internacionais, entre os quais o 1o lugar no 10o
Prix Photo Alliance Française 2021, o Prêmio América Latina do FotoRio 2020,
o de Fotolivro do Ano no Moscow International Foto Awards – MIFA 2020 e, por
duas vezes, o 1° lugar em arquitetura no International Photography Awards –
IPA 2018 e 2021. Publicado em revistas especializadas no Brasil, França, EUA,
Inglaterra, México, Argentina, Itália e Espanha, seu trabalho tem sido
frequentemente exposto em festivais, galerias e museus, em seis mostras
individuais e dezenas de exposições coletivas no Brasil e no exterior. Publicou
os fotolivros Paisagem Concretista (2018), já esgotado, e Sobre Quase Nada
(2020). Tem obras em importantes coleções privadas e nos acervos do Museu
Nacional da República, em Brasília, do MAM – Museu de Arte Moderna do Rio
de Janeiro (coleção Joaquim Paiva), do MAR – Museu de Arte do Rio de
Janeiro, da Coleção Diário Contemporâneo, em Belém, e do Museu da
Fotografia, em Fortaleza.