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Um texto lúdico é o que apresentamos neste episódio do nosso podcast: palavras sutis e de grande imaginação escritas a partir de um desenho do autor Rodrigo de Castro Scott.
É hora de deixarmos nossa imaginação tomar conta e nos deliciarmos com…
“Bolhas”.
Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: [email protected].
Bolhas
A luz que invadia o quarto naquela tarde outonal tinha uma essência, alguma coisa de tão elemental,
que todo o ambiente parecia ter sido agasalhado por uma colcha de vó.
Pairavam junto às partículas de poeira; aquelas vistas através dos raios de luz que trespassam as frestas das janelas
e vão aureoloar os criados mudos, pequenas bolhas, microscópicas bolhas, granuladas bolhas de felicidade.
Eram tão sutis e delicadas que se assentavam em todos os cantos do cômodo, envernizando a laca dos móveis.
Enevoavam os olhos, entravam pelas narinas, enchiam os pulmões e irrigavam todo o corpo pela corrente sanguínea.
Nesse momento o ar se perfumava e tudo fazia sentido. O tempo adormecia.
Eram imperceptíveis e atemporais. Não se sabe de onde vinham e nem para onde iam.
Mas de tempos em tempos sarapintavam a casa de número 22 da Vila das Preces.
Rodrigo de Castro Scott
See omnystudio.com/listener for privacy information.
By Rádiofobia4.6
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Um texto lúdico é o que apresentamos neste episódio do nosso podcast: palavras sutis e de grande imaginação escritas a partir de um desenho do autor Rodrigo de Castro Scott.
É hora de deixarmos nossa imaginação tomar conta e nos deliciarmos com…
“Bolhas”.
Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: [email protected].
Bolhas
A luz que invadia o quarto naquela tarde outonal tinha uma essência, alguma coisa de tão elemental,
que todo o ambiente parecia ter sido agasalhado por uma colcha de vó.
Pairavam junto às partículas de poeira; aquelas vistas através dos raios de luz que trespassam as frestas das janelas
e vão aureoloar os criados mudos, pequenas bolhas, microscópicas bolhas, granuladas bolhas de felicidade.
Eram tão sutis e delicadas que se assentavam em todos os cantos do cômodo, envernizando a laca dos móveis.
Enevoavam os olhos, entravam pelas narinas, enchiam os pulmões e irrigavam todo o corpo pela corrente sanguínea.
Nesse momento o ar se perfumava e tudo fazia sentido. O tempo adormecia.
Eram imperceptíveis e atemporais. Não se sabe de onde vinham e nem para onde iam.
Mas de tempos em tempos sarapintavam a casa de número 22 da Vila das Preces.
Rodrigo de Castro Scott
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