Genocídio existe e o etnocídio também.
Eni Carajá Filho
Precisamos nesses momentos de recepção e evidência da pauta indígena, povos originarios, nativos ou qual denominação quiserem ler, que é necessário a desmitificação sobre o significado de tudo isso.
Não se trata apenas de genocídio e sim aprofundamento do colono capitalismo, que junto trouxe extermínio, Ecocídio glotocídio, epistemicídio e uma série de outras armas sobre os indígenas que aqui já estavam nessas terras de Pindorama, Pachamama, Abya Yala e protegidos por Tupã, os deuses das florestas e de todos os cantos. Pensando bem falar em genocídio Yanomami que é real é não esquecer que desde a primeira carta escrita no Brasil por um invasor de nome Pero Vaz Caminha, já fez perpetuar na sociedade uma marca de que indígena é apenas aquelas pessoas com cocar, penachos, adereços, cara pintada e que moravam e ou ainda moram nas tais aldeias que em muitos casos era lugar de confinamento, na minha simples e vivente opinião e reforçada pelo escrito na Convenção 169 da OIT, traduzo dizendo que indígena é aquele que se autodeclara, e não é o lugar onde ele dorme que o define.
Ai pergunto essa barbárie só acontece com os Yanomamis ou ocorre com outros parentes e fica no anonimato?
Ontem 25 de janeiro, dia de quatro anos da tragédia criminosa da VALE em Brumadinho, morreram também três crianças Karajá no lugar em que me acolho como ancestral, na Ilha do Bananal onde meu pai nasceu, e essas questões caem no esquecimento em face de tanta notícia ruim dessa mídia golpista mas as vezes necessária.
Nessa Ilha ontem aconteceu a morte da pequena Indígena Thamyrus Karajá de apenas três anos onde seus pais dentro de uma canoa procurava por socorro, ela teve consequências de uma pneumonia asmática, morava na Aldeia Fontoura e lá é plena a desasistencia por falta de posto de saúde, profissionais segundo a enfermeira Rafaela Karajá.
Outra ocorrência já no Mato Grosso aldeia São Domingos foi o falecimento do jovem Filke Boyerú Karajá por infecção intestinal sem receber atendimento pois segundo o Cacique Rafael Twe Karajá, faltam medicamentos, exames de apoio ao diagnóstico e até combustível para as ambulâncias e apesar das estradas serem boas não chega profissionais.
Dessa forma o Zabé Zabelê, um podcast indígena bastante artesanal denuncia o caos generalizado e pela fonte da matéria publicada pelo G1.com o Ministério da Saúde vai investigar o ocorrido, mas as familias não terão de volta seus entes queridos e pertencentes ao povo Karajá.