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Neste episódio, discutimos como está o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6, da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil. O ODS 6 busca garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos. Para isso, conversamos com Gesmar Rosa dos Santos e com Alesi Teixeira Mendes, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que monitoram a
Roteiro
LIDIA TORRES: A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, a ONU, voltou ao
SONORA DE LULA: A mais ampla e mais ambiciosa ação coletiva da ONU voltada para o
MARCO CENTURION: A Agenda 2030 foi criada em 2015, em uma assembleia geral das
LIDIA: A ideia da agenda foi garantir que os 193 países-membros se comprometessem com
MARCO: Um desses objetivos, o ODS 6, busca garantir, abre aspas: “a disponibilidade e a
LIDIA: O tema foi abordado em julho do ano passado pelo Ministro das Cidades, Jader
SONORA DE JADER BARBALHO FILHO: A necessidade de investimentos para reverter o
MARCO: Eu sou Marco Centurion, aluno do curso de Especialização em Jornalismo
LIDIA: E eu sou Lidia Torres, também aluna da especialização do Labjor. Neste episódio do
MARCO: Faltando cinco anos para 2030, estamos perto de ter acesso equitativo à água
LIDIA: Para tentar entender esse cenário, a gente conversa com Gesmar Rosa dos Santos
MARCO: Depois, a gente conhece um projeto criado na cidade de Extrema, em Minas
[VINHETA]
GESMAR ROSA DOS SANTOS: O ODS 6, ele tem uma importância para o Brasil, para os
LIDIA: Esse que você está escutando é o Gesmar Santos. Ele é um dos autores de um
MARCO: Apesar de a Agenda 2030 ter sido criada em 2015, só no final do ano seguinte o
GESMAR: Com a mudança de governo, em 2019, o governo deliberou claramente dois
LIDIA: Dentro do ODS 6, existem oito metas estabelecidas pelas Nações Unidas. Entre
MARCO: Das oito metas, a que mais avançamos no país foi a de “alcançar o acesso
ALESI TEIXEIRA MENDES: Em termos de domicílios para trazer, os dados do Censo
A gente percebe que o percentual médio de acesso é superior aos 90% no caso do
LIDIA: A situação é bem pior quando a gente olha para a segunda meta estipulada pelas
ALESI: Então, o nosso desafio maior continua sendo o acesso a essas instalações
MARCO: O relatório do Ipea aponta que, em 2022, apenas 50% do esgoto gerado passou
LIDIA: De acordo com o relatório, as políticas públicas no Brasil têm um histórico de prover
ALESI: Eu diria que são muitas coisas. Inicialmente, eu ficaria tentado a dizer que seria
Então eu diria que agora o nosso desafio é maior. Deveria então, na minha percepção, se
MARCO: Já o Gesmar disse que as políticas públicas deveriam garantir, prioritariamente, o
GESMAR: O que significa isso? É que um município pode ajudar o outro e os cidadãos que
LIDIA: Embora os dados de saneamento sejam ruins, os números sugerem avanços. A
MARCO: E a discussão sobre os ODS é ainda mais complexa do que parece à primeira
LIDIA: No artigo “Indicadores do ODS 6: importância e divergências metodológicas nas
MARCO: No caso específico do monitoramento do ODS 6 e das leis nacionais sobre o
ALESI: Historicamente, nós temos avançado muito bem em termos de obtenção de dados
Então, você tem essa primeira questão: o país é muito grande, a logística para se obter
LIDIA: Outra dificuldade é produzir e ter acesso a dados de determinadas regiões do país,
GESMAR: Qual é a outra lacuna? É que a gente está deixando de fora a zona rural. A
LIDIA: O Ipea reescreveu algumas metas, de forma mais precisa e elaborada do que as da
MARCO: Nessa reelaboração da meta, cada palavra e vírgula faz diferença e gera um novo
GESMAR: Olha só a meta 6.4 para dar exemplo: “até 2030, aumentar substancialmente a
o abastecimento de água doce” – okay, mais um – “para enfrentar a escassez de água e
LIDIA: Para eles, os onze indicadores dos ODS já mensurados não cobrem as quase 30
GESMAR: Muitos dos indicadores que a gente está propondo são desmembramentos.
LIDIA: Pra finalizar, o artigo ressalta a importância dos indicadores conseguirem traduzir
ALESI: O objetivo na verdade é refletir se aquilo que se é esperado, e não só o número.
MARCO: A gestão hídrica é um dos grandes desafios abordados pelo ODS 6. Mas a cidade
LIDIA: Funciona assim: o projeto faz a restauração florestal de áreas próximas às
MARCO: O Conservador das Águas foi criado oficialmente em 2005, quando Extrema
PAULO HENRIQUE PEREIRA: Desde 1995, o município de Extrema desenvolve ações
LIDIA: Lá atrás, Extrema fez um mapeamento da área do município e definiu quais seriam
PAULO: Toda a adesão do agricultor ao projeto é de ceder essas áreas para restauração. E
MARCO: Hoje, são cerca de 40 funcionários trabalhando no Conservador das Águas. O
LIDIA: Os recursos para colocar tudo isso de pé vêm de uma política municipal que
PAULO: E hoje, basicamente, a fonte de financiamento do projeto é através do mercado de
MARCO: Paulo explica que esse compromisso virou parte de um processo de
LIDIA: Ao longo desses anos, foram mais de 400 contratos firmados e três milhões de
PAULO: É um trabalho constante ao longo desses anos todos e é o dia a dia, todo dia
MARCO: O Conservador das Águas deu origem, em 2016, ao Conservador da Mantiqueira,
LIDIA: A ideia é apoiar prefeituras que tenham interesse em levar adiante seus projetos de
PAULO: Hoje é muito comum se falar de PSA, Pagamento por Serviços Ambientais, mas o
MARCO: Mais de 100 cidades da região já implementaram leis ligadas à preservação das
LIDIA: Para ele, o caminho para lidar com esse problema é criar um modelo integrado de
PAULO: Um exemplo que eu posso te dar é o Sistema Único de Saúde, onde nós temos…
Então, se você pensa na área ambiental, mesma coisa. Quem deveria estar aplicando uma
MARCO: Esse episódio foi produzido e roteirizado por Beatriz Ortiz e Mariana Ribeiro. A
LIDIA: …E por mim, Lidia Torres. Os trabalhos técnicos são meus, do Marco e do Daniel
MARCO: A revisão é da Simone Pallone, coordenadora do Oxigênio. O material foi
LIDIA: O Oxigênio é um podcast produzido pelos alunos do Labjor e colaboradores
MARCO: Você encontra todos os episódios no site oxigenio.comciencia.br e também na
LIDIA: O Oxigênio já falou sobre a segurança hídrica e sobre o perfil das crises pluviais no
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Neste episódio, discutimos como está o cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6, da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil. O ODS 6 busca garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e do saneamento para todos. Para isso, conversamos com Gesmar Rosa dos Santos e com Alesi Teixeira Mendes, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que monitoram a
Roteiro
LIDIA TORRES: A Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, a ONU, voltou ao
SONORA DE LULA: A mais ampla e mais ambiciosa ação coletiva da ONU voltada para o
MARCO CENTURION: A Agenda 2030 foi criada em 2015, em uma assembleia geral das
LIDIA: A ideia da agenda foi garantir que os 193 países-membros se comprometessem com
MARCO: Um desses objetivos, o ODS 6, busca garantir, abre aspas: “a disponibilidade e a
LIDIA: O tema foi abordado em julho do ano passado pelo Ministro das Cidades, Jader
SONORA DE JADER BARBALHO FILHO: A necessidade de investimentos para reverter o
MARCO: Eu sou Marco Centurion, aluno do curso de Especialização em Jornalismo
LIDIA: E eu sou Lidia Torres, também aluna da especialização do Labjor. Neste episódio do
MARCO: Faltando cinco anos para 2030, estamos perto de ter acesso equitativo à água
LIDIA: Para tentar entender esse cenário, a gente conversa com Gesmar Rosa dos Santos
MARCO: Depois, a gente conhece um projeto criado na cidade de Extrema, em Minas
[VINHETA]
GESMAR ROSA DOS SANTOS: O ODS 6, ele tem uma importância para o Brasil, para os
LIDIA: Esse que você está escutando é o Gesmar Santos. Ele é um dos autores de um
MARCO: Apesar de a Agenda 2030 ter sido criada em 2015, só no final do ano seguinte o
GESMAR: Com a mudança de governo, em 2019, o governo deliberou claramente dois
LIDIA: Dentro do ODS 6, existem oito metas estabelecidas pelas Nações Unidas. Entre
MARCO: Das oito metas, a que mais avançamos no país foi a de “alcançar o acesso
ALESI TEIXEIRA MENDES: Em termos de domicílios para trazer, os dados do Censo
A gente percebe que o percentual médio de acesso é superior aos 90% no caso do
LIDIA: A situação é bem pior quando a gente olha para a segunda meta estipulada pelas
ALESI: Então, o nosso desafio maior continua sendo o acesso a essas instalações
MARCO: O relatório do Ipea aponta que, em 2022, apenas 50% do esgoto gerado passou
LIDIA: De acordo com o relatório, as políticas públicas no Brasil têm um histórico de prover
ALESI: Eu diria que são muitas coisas. Inicialmente, eu ficaria tentado a dizer que seria
Então eu diria que agora o nosso desafio é maior. Deveria então, na minha percepção, se
MARCO: Já o Gesmar disse que as políticas públicas deveriam garantir, prioritariamente, o
GESMAR: O que significa isso? É que um município pode ajudar o outro e os cidadãos que
LIDIA: Embora os dados de saneamento sejam ruins, os números sugerem avanços. A
MARCO: E a discussão sobre os ODS é ainda mais complexa do que parece à primeira
LIDIA: No artigo “Indicadores do ODS 6: importância e divergências metodológicas nas
MARCO: No caso específico do monitoramento do ODS 6 e das leis nacionais sobre o
ALESI: Historicamente, nós temos avançado muito bem em termos de obtenção de dados
Então, você tem essa primeira questão: o país é muito grande, a logística para se obter
LIDIA: Outra dificuldade é produzir e ter acesso a dados de determinadas regiões do país,
GESMAR: Qual é a outra lacuna? É que a gente está deixando de fora a zona rural. A
LIDIA: O Ipea reescreveu algumas metas, de forma mais precisa e elaborada do que as da
MARCO: Nessa reelaboração da meta, cada palavra e vírgula faz diferença e gera um novo
GESMAR: Olha só a meta 6.4 para dar exemplo: “até 2030, aumentar substancialmente a
o abastecimento de água doce” – okay, mais um – “para enfrentar a escassez de água e
LIDIA: Para eles, os onze indicadores dos ODS já mensurados não cobrem as quase 30
GESMAR: Muitos dos indicadores que a gente está propondo são desmembramentos.
LIDIA: Pra finalizar, o artigo ressalta a importância dos indicadores conseguirem traduzir
ALESI: O objetivo na verdade é refletir se aquilo que se é esperado, e não só o número.
MARCO: A gestão hídrica é um dos grandes desafios abordados pelo ODS 6. Mas a cidade
LIDIA: Funciona assim: o projeto faz a restauração florestal de áreas próximas às
MARCO: O Conservador das Águas foi criado oficialmente em 2005, quando Extrema
PAULO HENRIQUE PEREIRA: Desde 1995, o município de Extrema desenvolve ações
LIDIA: Lá atrás, Extrema fez um mapeamento da área do município e definiu quais seriam
PAULO: Toda a adesão do agricultor ao projeto é de ceder essas áreas para restauração. E
MARCO: Hoje, são cerca de 40 funcionários trabalhando no Conservador das Águas. O
LIDIA: Os recursos para colocar tudo isso de pé vêm de uma política municipal que
PAULO: E hoje, basicamente, a fonte de financiamento do projeto é através do mercado de
MARCO: Paulo explica que esse compromisso virou parte de um processo de
LIDIA: Ao longo desses anos, foram mais de 400 contratos firmados e três milhões de
PAULO: É um trabalho constante ao longo desses anos todos e é o dia a dia, todo dia
MARCO: O Conservador das Águas deu origem, em 2016, ao Conservador da Mantiqueira,
LIDIA: A ideia é apoiar prefeituras que tenham interesse em levar adiante seus projetos de
PAULO: Hoje é muito comum se falar de PSA, Pagamento por Serviços Ambientais, mas o
MARCO: Mais de 100 cidades da região já implementaram leis ligadas à preservação das
LIDIA: Para ele, o caminho para lidar com esse problema é criar um modelo integrado de
PAULO: Um exemplo que eu posso te dar é o Sistema Único de Saúde, onde nós temos…
Então, se você pensa na área ambiental, mesma coisa. Quem deveria estar aplicando uma
MARCO: Esse episódio foi produzido e roteirizado por Beatriz Ortiz e Mariana Ribeiro. A
LIDIA: …E por mim, Lidia Torres. Os trabalhos técnicos são meus, do Marco e do Daniel
MARCO: A revisão é da Simone Pallone, coordenadora do Oxigênio. O material foi
LIDIA: O Oxigênio é um podcast produzido pelos alunos do Labjor e colaboradores
MARCO: Você encontra todos os episódios no site oxigenio.comciencia.br e também na
LIDIA: O Oxigênio já falou sobre a segurança hídrica e sobre o perfil das crises pluviais no
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