Nós precisamos criar um novo hábito de nos sentirmos minimamente à vontade com nós mesmos no momento em que a ansiedade surge, pois sem isso, é quase certo que nos perderemos toda vez que determinada aflição vier a tona.

Nessa prática, nós vamos começar a incorporar este significado de "espaço de dignidade" á nossa prática de relaxamento e estabilidade, o que nos ajudará muito conforme seguimos analisando aspectos cada vez mais sutis ligados a nossa ansiedade.

Nessa etapa, nós aprendemos mais um recurso que ajudará a pacificar algumas tensões mais sutis, como a impaciência e a irritação que sentimos ao confrontar nossas próprias dificuldades durante a prática

Não precisamos negar nosso sentimento de ansiedade, como quem repete pra si mesmo "Eu não posso ficar ansioso!" E nem precisamos seguí-lo. Ao invés disso nós aprendemos a acolher nossa aflição.

Quando conseguimos fazer as pazes com um sentimento que não nos agrada, como algum desconforto no corpo, podemos sentir o alívio que existe em desistirmos dessa briga contra nós mesmos. Nessa prática, nós aprenderemos como é possível escapar dos extremos entre acreditar ou repelir nossas aflições.

Nessa etapa, nós aprendemos como é possível escapar dos extremos entre acreditar ou repelir nossas aflições.

Nessa etapa a gente vai aprender a cultivar um novo olhar à respeito de nossos sentimentos, emoções e pensamentos - por mais difíceis que eles sejam -, abandonando nossos velhos padrões de conflito e nos acostumando com uma convivência mais pacífica e acolhedora com relação às nossas aflições.

Como dissemos, Thich Nhat Hanh nos ensina que em cada um de nós existe uma jovem criança em sofrimento. Todos tivemos momentos difíceis quando criança e muitos de nós experimentaram algum trauma. Mas só porque podemos tê-la ignorado não significa que ele ou ela não estejam lá.

Ao encarar nossas aflições com gentileza e acolhimento, fica mais fácil de nos mantermos calmos e atentos em nossa prática, mesmo que muitos pensamentos difíceis surgem.

Quando cultivamos uma empatia por nós mesmos, ao mesmo tempo a gente está cultivando uma empatia por todos os seres que, assim como nós, também estão sofrendo pelas mesmas aflições.