Última cena, fim de história, case closed.

Os artistas voltam ao backstage, apagam-se as luzes, a festa dura só o tempo que as gargantas aguentarem. Sábado, 27 de maio, ficaremos a conhecer o novo campeão nacional de Portugal.

O Benfica festejará pela 38ª vez ou o FC Porto chegará ao 31º título? É disso que se fala neste Destino: Saudade, sempre sem deixarmos de olhar para onde mais gostamos, o passado da bola.

Segundo avançado com mais jogos pelo FC Porto? Domingos Paciência, 381 partidas oficiais - só batido pelos 452 do saudoso Bibota, Fernando Gomes. Sexto melhor marcador de sempre do FC Porto? Domingos Paciência, 143 golos - atrás apenas de Gomes, Hernâni, Jardel, Teixeira e Pinga. Nono homem com mais presenças em jogos oficiais no FC Porto? Adivinharam, Domingos Paciência, 381 aparições só nos seniores, de 1987 a 2001. Único treinador a levar o SC Braga a uma final europeia? Mister Domingos Paciência, em 2011. E o único a deixar os Guerreiros do Minho num segundo lugar no campeonato? Ele mesmo, Domingos, 2009/10.  Não há melhor convidado do que o antigo '9' das Antas para este especialíssimo capítulo 50 do Destino: Saudade.

Magnusson-Dahlin. Quem diria? É uma das duplas de ataque para sempre, na memória do Rui Miguel Tovar. Fizeram par no Malmoe, ainda antes de Lufemba e Vata exercerem o mesmo direito na Póvoa de Varzim. Onde é que isto já vai!? O exercício é esse. Juntar dois nomes que, nas nossas cabeças, andam sempre mão dada. Inseparáveis. E mais, e mais? Domingos-Kostadinov, Pauleta-Cavaco, estão a ver o género. São parcerias de sucesso, associações boas para ambas as partes, muitos golos e assistências com duas vias. Um programa de muitos nomes, muitos golos e muitas saudades. E as vossas melhores duplas?

A Taça do Rei nas mãos do capitão do Osasuna? Pode acontecer. O emblema de Pamplona está na final da prova à procura de deixar Espanha de boca aberta. Escândalos não é connosco, gente ajuizada e do bem, mas lá fomos atrás dos 'osasunas' da nossa vida, outras finais e outros choques desportivo. A lista e a discussão foram boas de bola, com o Rui a trazer para a mesa os nomes de Campomaiorense, Beira-Mar, Estrela da Amadora, mas também com convidados internacionais. Quem não se lembra das 170 mil almas perdidas no 'Maracanazo' ou dos 'bad boys' mesmo 'bad' do Wimbledon-88, com Vinnie Jones, Dennis Wise e John Fashanu.

De cravo na lapela, os democratas Rui e Pedro fazem a vénia ao Dia da Liberdade. Sortudos por viverem sem as algemas do Estado Novo, a estupidez e a ignorância da 'outra senhora', eles transportam a Revolução para o futebol e escolhem os jogos que, por um ou outro motivo, alteraram o estado das coisas em determinado ponto da História. É uma bela viagem, com protagonistas também ele disruptivos, seja Ademir no Estádio das Antas ou Marco van Basten na caderneta de cromos do senhor Tovar. Por falar em génio holandês (neerlandês, se preferirem), Johan Cruyff volta ao nosso programa por incorporar, lá está, essa faceta de bad boy, incorrigível e revolucionário. Um génio.

A final de Sevilha esteve ali, a minutos de distância. O Boavista falhou, por muito pouco, e o Celtic marcou encontro com o FC Porto. Abril de 2003, há 20 anos, a despedida do Boavistão dos relvados da UEFA. Como assim, 20 anos? É verdade, essa meia-final da Taça UEFA é a última presença axadrezada nas provas europeias, num total de 100 jogos e muita glória e prestígio acumulados. Este Destino: Saudade é aos quadradinhos, axadrezados, e viaja por Liverpool, Turim, Roma, Glasgow, enfim, paragens e mais paragens obrigatórias para reescrever parte deste gigante Boavista. A Europa tem saudades das «camisolas esquisitas», alcunha inventada pelo inesquecível Walter Zenga, e o Bessa anseia por um novo abraço a este futebol dos grandes. Sobram os cromos. Rui Casaca, Marlon Brandão, Ricky, Nelson Bertolazzi, Bobó, Hubart, Fernando Mendes, Nuno Gomes, João Vieira Pinto e tantos mais.

A Vecchia Signora está enferma, longe da beldade fogosa capaz de deixar meio mundo de boca aberta. São dias tristes em Turim, com a causa bianconera a não corresponder aos anseios de tiffosi habituados a ganhar e a brincar com as fragilidades alheias.

Esta é uma boa altura para o Sporting surripiar a Juventus, apesar do peso da casa italiana, um dos maiores monstros competitivos na história da UEFA. É disso que se fala neste Destino: Saudade e é da Juventus e do Sporting que se parte para o protagonista-mor do programa, o senhor Paulo Sousa, cabeça de cartaz na nossa rubrica Domingo Desportivo.

O que tem Pedro Albergaria a ver com as histórias dos Benfica-FC Porto? Como é que é? Pedro Albergaria? O Rui Miguel Tovar explica. Então não é que o bom do Pedro, atual diretor desportivo do Gil Vicente, é o autor da melhor exibição de um guarda-redes já vista pelo Rui ao vivo? Acontece num Europeu de sub18, em 1999. Daí até à tarde de «San Iker» na Luz, nada a declarar. Pois claro, essa vitória portista na casa das águias tem nota de autor e escreve-se com as luvas do monstro espanhol. Há mais para contar, outros protagonistas no grande clássico, mas Rui Águas merece um amplo destaque no Domingo Desportivo. Porquê? Ora anotem: 105 golos pelo Benfica, 40 pelo FC Porto. É de homem.

No Dia das Mentiras, essa data profana no calendário do mundo ocidental, o DESTINO: SAUDADE dá a volta ao texto e sugere os piores 'onzes' de sempre na história de FC Porto, Benfica e Sporting. Não são mentirosos, certamente, mas o rótulo 'flop' cai-lhes na perfeição. Ora, o que dizer de Ronald Baroni e Mandla Zwane, King e Emanuele Pesaresi, Koke e Dimitris Nalitzis? Parece impossível, mas todos eles passaram pelos maiores clubes nacionais, todos com o mesmo grau de sucesso: abaixo de zero.

São 22 quilómetros do extremo norte ao extremo sul e pouco mais de oito da ponta oeste à ponta este, mas o micro-Liechtenstein é um mundo de muitas e boas histórias. Há algumas que parecem mais mito urbano do que realidade, mas vamos a ver e bate tudo certo. Apontem lá esta: então não é que o nosso Tovar esteve no escandaloso 2-2 de 2004? Ah pois é. E não é que o bom do Peter Jehle gosta mais da cidade do Porto do que de chocolate suíço? E do Mario Frick, quem fala?