Share É isso e Fi!
Share to email
Share to Facebook
Share to X
Há pessoas que são música na nossa vida - que nos embalam, animam, deixam com vontade de dançar, ensinam, protegem. A Filipa é uma dessas pessoas.
Sabia que queria falar de música como arte, mas também como casa. E sabia que ninguém como ela, a minha homónima, ritmo do meu ritmo, entenderia este amor tão bem.
Desafiei-a a escolher as 10 músicas mais importantes da sua vida - aquelas que, através da letra, envolvidas pelos acordes, contam uma história. Eu escolhi outras 10. Explicámos as escolhas, cantámo-las, demo-vos, literalmente, música. E mostrámos muito de nós.
Cantem connosco, nas plataformas do costume. E digam-nos, qual é a música da vossa vida?
O Miguel baptizou-me. Não no sentido literal, religioso, católico, mas num talvez ainda mais importante para quem sonha. Foi das mãos dele, talentosas como poucas, que recebi o primeiro voto de entrada num mundo a que sempre almejei: o das histórias.
Estávamos longe de imaginar o mundo como é hoje, tudo aquilo que mudou neste tempo que nos conhece, mas o essencial não se molda. Falámos sobre o jornalismo e a escrita, e sobretudo sobre aquilo que nos move. Falámos sobre a paixão, a geografia da descoberta, a certeza de que o tempo não pára e que a reinvenção é precisa.
Hoje como em 2007, admiro o Miguel pela generosidade tão humilde com que vê e recebe os outros. Hoje como em 2007, aprendo com o Miguel a ser melhor.
Obrigada pelo privilégio, Padrinho. É bom viajar contigo. Venham connosco, sem saírem do lugar - estamos no Spotify, no Apple Podcasts e no Podbean.
A @mariannedancer fala como anda, na ponta dos pés, com a sensibilidade própria de quem não pertence ao mundo terreno.
Conhecemo-nos quando dançar era ainda um sonho, apesar de objetivo, uma ideia imaginada e tentada todos os dias. Sempre a vi determinada, apaixonada, capaz. Lembro-me de ir para o recreio do colégio, de braço dado com as amigas com quem conversava sobre tudo o que importava pouco, e de ela ficar, com a irmã gémea, na sala de aula a estudar. Lembro-me de me questionar, e, agora, quando a vejo voar, entendo.
O que fazem uma escritora e uma aspirante a escritora quando se encontram? Conversam sobre livros - os seus, os dos outros, os que já existem e os que estão apenas nas suas cabeças.
O @aindatenhofome é o meu melhor amigo - e é, em (quase) tudo, muito diferente de mim. Discordamos em praticamente todas as grandes discussões, pensamos de formas opostas, somos amarelo e laranja, branco e preto, Benfica e Sporting, direita e esquerda, ying e yang.
A @martaraminhos passou pelo processo a que quase todas as mulheres estão votadas: primeiro, sentiu-se mal com o seu corpo, depois, esforçou-se além do tolerável para mudar (perdeu 30 quilos em seis meses), e, no fim, percebeu que o seu valor nada tinha a ver com o número que a balança marcava.
Eu também me restringi, contei calorias, treinei duas horas, duas vezes, todos os dias da semana, recusei convites para jantar fora, lidei com compulsões e obsessões com a imagem. As dietas loucas que fazemos para nos encaixarmos num padrão de beleza inatingível, imposto pela sociedade, são um reflexo da necessidade de nos sentirmos amadas, mas também da podridão de indústrias como a da beleza, da moda e da farmacêutica, que tudo fazem para nos manipular e manter presas.
Com a Marta conversei sobre o nosso processo para nos libertarmos do culto do corpo como caminho único para a felicidade; ela explicou-me como funcionam aquelas famosas empresas que prometem transformar o nosso físico em meia dúzia de semanas, quando é que percebeu que se estava a torturar e como é a sua relação consigo, hoje em dia. Para ouvir e pensar, nas plataformas de sempre.
Há um poeta do nosso tempo (ou do YouTube) que diz que quando a bola beija a rede é golo. Eu acrescento que haverá no mundo poucos momentos que me comovam mais do que esse instante em que, em comunhão, celebramos, ou choramos, a nossa sina.
Infelizmente, o futebol é ainda por muitos encarado como um privilégio masculino. Nas bancadas, no campo e no jornalismo, o lugar da mulher é apagado, diminuído, questionado. Somos chutadas para canto muito mais facilmente. Porquê?
A minha formação em jornalismo desportivo não me faz esquecer as dificuldades numa profissão ainda muito dominada por ideias arcaicas, mas foram as idas quinzenais ao estádio, desde muito miúda e de mão dada com o meu pai, que primeiro me despertaram a semente da desigualdade.
A Daniela (@daniffox) e a Maria (@mariagandrade), que tentam há mais de dez anos quebrar profissionalmente este autocarro de 11 jogadores atrás da linha da bola, falaram comigo sobre como é ser-se mulher num mundo de homens.
De reportagens hilariantes, à magia da Taça, de boleias perigosas a Francisco Geraldes, de mini saias a "quem é o Ozil?", falamos de tudo. E, modéstia à parte, demos quinjajero ao adversário.
A Filipa perguntou à Cláudia quanto tempo o tempo tem, e a Cláudia respondeu à Filipa que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.
The podcast currently has 19 episodes available.