Hoje, 07 de setembro, celebra-se a Independência do Brasil. Datas simbólicas e comemorativas temos aos montes em nosso país. São símbolos fundados em mitos construídos ao longo da nossa história que sempre foi contada por quem está no lugar do privilegiado: A BRANQUITUDE! Ao longo de toda nossa caminhada enquanto nação, erguemos mitos, falácias, contos da carochinha que nos afundavam em uma falsa democracia, especialmente racial. Ao longo de nossa história, invisibilizamos personagens importantes da nossa sociedade por não fazerem parte do seleto grupo dos colonizadores. Colonizamos nossa noção de raça, democracia, diversidade, etnia, crenças...colonizaram nosso modo de ver e entender o mundo! Como bem falou Grada Kilomba, o Brasil é um exemplo de democracia racial porque ele fez com maestria o trabalho de apagar, esconder, suas feridas e responsabilidade por ter um histórico denso e violento de segregação racial. Fomos um dos últimos países a deixar de ter o regime escravocrata e somos o país que mais nega essa chaga em sua história. A negação nos leva a um delírio de democracia racial que durante muito tempo foi pouco questionada e se viu como grande orgulho nacional. Estamos em 2020 e a população negra brasileira ainda é a mais pobre, a que que mais morre em virtude da violência e é a que está em maior número quando se trata da população carcerária do país. A população negra é a que está em maior quantidade populacional, mas a que tem menos acesso à educação, saúde e todos os bens básicos necessários para a sobrevivência. Para romper com a falácia da democracia racial é preciso, antes de tudo, nos reconhecer como racistas. Sim, somos uma nação pautada e estruturada no racismo. Reconhecer isso nos leva a pensar formas de romper com esse movimento histórico. Uma das saídas? A educação. Como construir uma educação antirracista, como pautar isso nas fileiras da universidade? Como o tripé ensino, pesquisa e extensão pode nos ajudar a "escurecer" nossa história e os caminhos que pretendemos trilhar? Para isso, hoje, temos uma convidada muito especial: a professora Dra. Vera Rodrigues, professora adjunta no Instituto de Humanidades da UNILAB- Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira e professora efetiva no Programa de Mestrado em Antropologia UFC-UNILAB. A professora Vera nos ajuda a refletir sobre nossa construção histórica e de quais caminhos podemos percorrer para construir uma educação antirracista. Vocês nos encontra, no Instagram @elaspesquisam, no Twitter como @PodcastElas e nosso e-mail é [email protected].