Sim, meus amigos e amigas, recebi a tão sonhada alta do psiquiatra. O burnout, a ansiedade generalizada, o stress e tudo mais que me afligiu por meses… tudo isso, se tornou página virada na minha vida.
Um mês após tomar a decisão de pedir demissão, de compreender o quanto era necessário não retornar ao ambiente e as situações que me adoeceram, de entender a leveza que essa libertação me trouxe, cheguei ao consultório do meu psiquiatra e recebi os parabéns e a alta. Realmente foi incrível e perceptível a minha melhora ao desfazer os nós dos meus emaranhados. Até mesmo a psicóloga me liberou da terapia.
O desmame dos remédios aconteceu de forma natural, não tive grandes problemas. Não vou mentir: quando a venlafaxina estava saindo de vez do meu organismo, que era o meu remédio do dia, eu senti a diferença, ou melhor, senti falta do ânimo que a medicação me dava. Acho que é nessa hora que algumas pessoas têm recaída ou acabam se tornando dependentes. Mas eu tinha sido bem orientada pelos profissionais que me acompanhavam, eu sabia que o momento ocorreria e estava recuperada o suficiente para ter toda essa compreensão. Então, resisti e segui.
Não precisei mais dos remédios noturnos, nem para dormir, nem para diminuir a ansiedade que gerava os pesadelos. Até passei a ter sonhos bonitinhos e acordo me sentindo descansada. A vida seguiu o seu fluxo natural e o meu único desejo de ano novo realizou-se: recuperei a minha saúde mental.
Sabe, nesse mesmo período do ano passado, o meu corpo já dava vários sinais claros que não estava mais suportando, minha mente já tinha verbalizado para a direção o sentimento que meu tempo na empresa estava chegando ao fim. Eu sei que poderia ter pedido demissão naquele momento. Era o que eu queria ter feito desde o início de 2022, sempre falava isso para a minha equipe. Durante um tempo, joguei a culpa da minha insistência de continuar em desculpas que quis criar como justificativa. Mas hoje entendo que eu não tinha saúde mental, naquele momento, para transformar a decisão em um fato. A verdade é que eu já tinha passado do meu limite, já estava emaranhada demais nas minhas emoções e só iria parar se acontecesse o que aconteceu.
Eu nunca irei me esquecer daquela última sexta-feira de setembro. Da sensação de pavor sufocante. Mas, mesmo assustada, eu fui trabalhar no dia seguinte. Se não fosse a crise de pânico na segunda-feira e a insistência do meu marido em aferir minha pressão, talvez o susto teria sido pior.
Eu tive apoio, amparo, acompanhamento profissional e tudo isso contribuiu para cada pequena vitória que resultou na minha alta. Mesmo nos dias de agonias solitárias, de medos silenciosos, de julgamentos, eu fui amparada por uma força chamada fé. As minhas orações eram sempre para que Deus aumentasse a minha fé e que ela me sustentasse. Eu posso testemunhar que tive a minha fé renovada e fortificada. Os dias de glória chegaram e Deus me honrou. E não falo somente com relação a saúde, mas isso é um assunto para outro momento.
Estou de volta. E não poderia reiniciar esse espaço sem comunicar a minha alta médica. Afinal, este blog/podcast foi criado por conta do meu diagnóstico, por isso, nada mais justo do que começar dizendo que venci... de poder responder de coração que estou ótima.
Muitas coisas aconteceram nesses meses de sumiço. 2023 tem sido um ano novo e surpreendente, e prometo compartilhar esse emaranhado de surpresas da vida por aqui.
Eu tive sorte, eu tive fé e uma bagagem psicológica que me oportunizaram já ter conquistado a minha alta. Mas sei que tem muitas pessoas por aí que não têm a mesma sorte ou a mesma bagagem ou o mesmo amparo e, principalmente, o recurso financeiro necessário para ter os mesmos cuidados.
Desejo que você também consiga vencer o seu momento, porque você também é capaz. Deus também irá te honrar. Creia e lute por você!