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O que é o mundo real?

Já foi deixado claro em outros temas especiais que o universo da percepção surgiu do ideia de separação, e que a consciência que imaginar esse universo o utiliza apenas para confirmar a separação.

Tudo o que a consciência pensa perceber tem como primeiro objetivo perpetuar a negação de Deus.

Mas, a única coisa que consegue aparentemente fazer é esconder a Realidade da vista.

E vimos no tema especial a anterior que o Espírito Santo é um novo modo de interpretar o universo da separação de uma maneira que a Realidade que não pode ser ameaçada seja reconhecida.

Ao invés de usar o que a consciência está ciente no mundo e em si mesma para perpetuar a separação, o Espírito Santo convida a consciência a ensinar para si mesma que apenas a Totalidade existe.

Assim, todas as coisas no universo da percepção não são negadas, mas são vistas sem significado, pois não existem.

Quando essa percepção se estabiliza e o modo de ver/pensar do Espírito Santo torna-se a única meta sobre todas as cenas, a consciência de existir é posicionada além do mundo.

Esse novo estado de pensamento é o mundo real.

Não é o mundo da percepção melhorado ou aperfeiçoado.

Mas a mentalidade da consciência que não usa mais o universo da percepção para confundi-lo com a existência eterna.

Aqui, a consciência está pronta para uma experiência direta com Deus.

“…agora buscamos unicamente a experiência direta com a verdade”.

O mundo real é um estado mental que reflete um estado de graça, de contentamento constante. Pois a consciência deixou de usar a percepção para validar a separação e alimentar o medo de Deus.

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LIÇÃO 290

”A minha felicidade presente é tudo o que eu vejo.”

Ver é pensar.

O sujeito que vê apenas a felicidade presente não é o personagem, a imagem no sonho.

Pois todas as coisas que fazem parte do tempo, que são temporárias e limitadas, são uma invenção da consciência a partir da negação da Totalidade.

A imagem corporal faz parte do que foi inventado. Sendo assim, não pode experimentar a felicidade presente e nem mesmo os efeitos da paz de Deus podem ser sentidos no corpo.

“A menos que eu esteja olhando para o que não existe, a minha felicidade presente é tudo o que eu vejo.”

Ou seja, enquanto o foco do fragmento de consciência estiver no personagem e no sonho em que o personagem parece viver, está apenas negando a felicidade mesmo ela estando presente agora.

A maneira de conhecer a felicidade presente, então, é desistindo de imaginar estar vendo a imagem corporal como a existência.

É apenas a decisão do observador que percebe o sonho como algo que não relaciona-se com a existência eterna que traz a compreensão do Espírito Santo.

É o Espírito Santo que vê apenas a felicidade presente, pois Ele reflete o modo de pensar de Cristo, a extensão da Totalidade que sabe que não pode ser ameaçada.

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LIÇÃO 289

”O passado acabou. Ele não pode me tocar.”

Seja o que for que a consciência parece perceber neste instante, ou que imaginou ter vivido em um tempo passado, ou pense que irá acontecer no futuro, a única coisa que parece ser reencenada é a memória da separação.

A consciência de separação utiliza o universo como ferramenta para tentar convencer que se separou do Todo.

Portanto, tudo o que parece ser feito através do corpo, guiado pela consciência, é apenas uma afirmação passada: “eu sou separado”.

É esse passado que todos os fragmentos de consciência são convidados a aceitar como ilusão.

“Que eu reconheça que os meus problemas foram resolvidos”, pois não há a separação.

É impossível que haja a possibilidade de destacar-se do Todo.

Aceitar isso como um fato significa aceitar a convicção de que não há uma consciência para estar ciente de nada em um universo de percepção.

“A menos que o passado esteja acabado na minha mente, o mundo real tem que escapar à minha vista.”

A menos que o observador aceite que não é nada que a consciência parece perceber, a compreensão de que a Realidade é eterna e permanece intocada aqui e Agora não se tornará clara.

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LIÇÃO 288

”Que hoje eu esqueça o passado do meu irmão.”

O “eu” desta frase não é o personagem no sonho. Mas a consciência que usa o personagem para sustentar a separação.

O passado referido não é aquele das memórias de traumas ou acontecimentos que um “eu” pensa que um outro fez a ele.

Este é apenas uma ferramenta da consciência para sustentar a culpa sendo projetada para fora.

O passado que a consciência sustenta verdadeiramente através de pessoas no mundo é o passado da separação.

Cada pessoa é apenas uma imagem projetada pela consciência para sustentar o passado da separação.

Cada aparente momento em que uma imagem parece nascer, movimentar-se neste instante, e parece deslocar-se para um futuro representa apenas a tentativa da consciência de reencenar o passado da separação: a ideia de que algo pode ser separado do Todo.

Ou seja, em única instância, enquanto parece haver uma consciência para perceber alguma coisa fora de si, isso ainda é a sustentação do passado.

Imaginar ver qualquer aspecto do mundo é o ver apenas o passado.

Por isso, irmão nesta frase não diz respeito apenas a pessoas, mas, qualquer coisa que a consciência parece direcionar o foco.

Esquecer o passado do irmão, então, significa deixar de confundir qualquer coisa que a consciência percebe com a existência eterna.

O “irmão” é perdoado pois o observador deixa de imaginar a vida a partir da consciência de separação que percebe apenas coisas separadas.

É através do reconhecimento da unidade, ou seja, a ausência de um “eu” aqui para perceber outro ali, é que o passado da separação é liberado, e consequentemente o perdão sobre algo que parece ter acontecido no percurso do personagem torna-se natural, pois nada realmente aconteceu com a existência.

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LIÇÃO 287

”Tu és a minha meta, meu Pai. Apenas Tu.”

Se interpretamos a meta de aceitar Deus como a única Realidade a partir do senso de individualidade praticado na consciência, isso pode causar medo de formas diferentes.

Pode surgir um medo da perda, a ideia de ter que sacrificar ou abandonar coisas de “valor”, um senso de privação ou esforço em seguir a meta que o curso convida e diversas outras formas.

Pois o ponto de partida que gera tais interpretações é a ideia de que há duas realidade opostas, e o senso de individualidade parece existir para opor-se à Deus.

E neste lugar, a consciência está viciada em usar o mundo para tentar resolver o senso de carência, escassez e privação, que escondem o medo da punição.

A consciência apenas parece estar apegada a coisas em um mundo através do corpo, pois imagina que há uma realidade em oposição à Deus.

E aceitar Deus como a única realidade, desse ponto de vista, gera o equívoco de que estou abandonando a “minha vida” para aceitar Deus.

Porém, quando usamos a lógica para pensarmos em Deus, ou seja, quando unimo-nos ao Espírito Santo (mentalidade certa) deixamos de confundir-nos com esses equívocos.

A partir do Espírito Santo, a única certeza é: a Realidade não pode ser ameaçada e a Realidade é apenas eternidade.

Ao partir desse ponto de vista, a confiança é depositada primeiro na ideia de Ser apenas a eternidade.

E a eternidade, sendo completa, perfeita e imutável, oferece uma base estável de confiança que não gera o medo da perda, privação ou o senso de abandonar algo de valor.

Ou seja, primeiro se aceita estar dentro da Realidade que está sendo aceita como a única. Ao invés de imaginar estar soltando alguma realidade por outra.

Aquele que se localiza na eternidade deposita sua fé no que realmente oferece descanso e contentamento.

Desse ponto de vista, o observador do sonho e não uma pessoa, reconhece que a existência não pode ser um conjunto de afazeres, coisas e eventos temporários para suprir uma falta.

A partir daí a percepção corrigida sobre as ilusões passa a atuar, onde se vê que não se está abandonando nada no mundo.

Na verdade, não há um “eu” experimentando falta e tentando suprir expectativas e insatisfações em um mundo.

Só há Deus.

No entanto, a partir do Espírito Santo, isso é reconhecido com contentamento e com verdadeiro senso de valor.

Deus é a minha única meta pois o Espírito Santo reconhece apenas Deus como a única Realidade. Não há outras metas porque só há Deus.

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LIÇÃO 286

”Hoje, o silêncio do Céu abraça o meu coração.”

O “silêncio” aqui é uma atitude mental que o observador, a partir da certeza de que a Realidade não pode ser ameaçada, passa posicionar-se diante das ilusões no envolvendo-se com elas ou confundindo qualquer aspecto da Realidade.

A verdade não mistura-se com ilusões e nem é afetada pela presença aparente de qualquer sonho.

O observador, ciente de que isso é assim, passa a ser a percepção corrigida sobre tudo.

Ciente de ser a imagem e semelhança de Deus, a sua confiança faz com que posicione-se como Deus se posicionaria diante de qualquer ilusão: “isso não é nada”.

A Voz por Deus ou o Espírito Santo é o silêncio referido na lição de hoje.

Não é uma voz audível ou som que representa alguma coisa ou forma.

O Espírito Santo é a experiência da existência que nunca foi ameaçada fluindo além da percepção das ilusões.

Não tem nada a ver com um corpo fazendo coisas, ou buscando um ambiente silencioso para conectar-se com Deus.

Mas, a certeza de que a existência não mistura-se com o corpo e qualquer coisa que a consciência parece notar.

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LIÇÃO 285

”Hoje a minha santidade brilha luminosa e clara.”

Santidade é o oposto de pecado. Pecado é separação. Santidade é a ausência de separação.

Santidade, então, é a ausência da ideia de haver um “eu” para observar “outro”.

Afirmar que hoje a santidade brilha luminosa e clara é aceitar que não há uma consciência para validar a percepção de separação.

É apenas transcendendo a ideia de haver uma consciência para perceber um mundo é que a santidade torna-se clara.

Essa lição também convida para a compreensão da oração verdadeira:

“Eu peço que só elas (coisas felizes) venham e reconheço que o meu convite será respondido pelos pensamentos aos quais o enviei.”

Nos é dito que, se quisermos verdadeiramente reconhecer apenas a santidade como a única realidade, sentiremos os efeitos desse pedido honesto neste exato instante.

Ao querer descansar na certeza de que não existe separação e nem o seus efeitos, a santidade passa a expressar-se através da percepção corrigida.

Até mesmo o estado de atenção e vigilância sobre os mecanismos da ilusão se tornam claros, fazendo com que o observador não equivoque-se mais com eles.

Ou seja, ao aceitar a santidade com real honestidade, a atenção do observador volta-se naturalmente para perceber verdadeiramente todas as ilusões.

Nesse sentido, mesmo diante das ilusões, a santidade (ausência de separação) torna-se algo óbvio.

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LIÇÃO 284

”Posso escolher mudar todos os pensamentos que ferem.”

O fragmento de consciência que ainda confunde-se com a separação está viciado na certeza da punição.

E estando certo de que será punido, também é certo de que é vítima.

Vendo-se vítima do mundo, parece não sentir a convicção de que é o seu próprio sistema de pensamento que faz o mundo.

Então, reage ao que aparentemente experimenta como uma pessoa como se fosse refém do que vê e sente.

Neste lugar de pensamento, não interpreta mudar o seu próprio sistema de pensamento como algo simples e fácil.

Pelo contrário, não se vê com poder de mudar ou aceitar a verdade como ela é, algo que o milagre faz.

Nesse sentido, então, a meta do fragmento de consciência que ainda não descansa na certeza de que a separação não aconteceu, é permanecer negando a verdade (o milagre) e principalmente não experimenta motivação para a mudança. Assim, o milagre nunca acontecerá.

A primeira coisa que o Espírito Santo faz para que o milagre possa acontecer é uma mudança na motivação.

Cada fragmento de consciência deve começar aceitando que a mudança não só é possível como também é simples e não gera transtorno.

O Espírito Santo não é uma entidade externa que traz a motivação para o “eu”.

A decisão de motivar-se para a mudança, aceitando que ela é possível e também natural, é a decisão de começar a pensar como o Espírito Santo.

Cada fragmento de consciência terá que fazer o reposicionamento para a verdade totalmente, e isso começa na mudança da motivação.

Ao aceitar que é possível, a verdade vem a ser aceita totalmente.

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LIÇÃO 283

”A minha verdadeira Identidade habita em Ti.”

“…eu fiz uma imagem de mim mesmo e é a isso que chamo de Filho de Deus.”

O sujeito nesta frase é a consciência que, quando alinha-se ao pensamento de separação, faz um autoconceito de existência: uma autodefinição de existir à parte do Todo.

Nesta interpretação equivocada, mistura a existência com imagens inventadas ilusoriamente. Desse modo a existência parece estar contida e dependente de corpos, formas e tudo o que envolve essas coisas.

No entanto, tudo isso é apenas um equívoco, uma percepção errada do que é existir.

Porém, nós é garantido que a existência permanece imutável, além de toda essa percepção equivocada, onde a vida parece estar associada à limites.

Quando o observador considera isso como um fato — a certeza de que a Realidade não pode ser ameaçada — então, a consciência pode ser redirecionada.

Tudo o que a consciência percebe (que foi feito para validar a separação e o autoconceito) como um ídolo; um limite ou uma forma, pode ser usado para a lembrança de que existência não tem nada a ver com limites.

Essa lembrança é o Espírito Santo.

Assim, a mentalidade corrigida poderá atuar desfazendo as percepções equivocadas sobre o que é a existência.

A verdadeira identidade habita na Totalidade, na ausência de formas, ou seja, além de tudo o que a consciência parece notar.

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LIÇÃO 282

”Hoje eu não terei medo do amor.”

Amor é Totalidade. Totalidade é ausência de limites. Totalidade, então, é ausência de formas e imagens.

Que eu não tenha medo da abstração da existência que é apenas existência, e não imagens e formas.

No entanto, enquanto o fragmento de consciência permanece ligado à uma imagem e confundindo imagens com o existir, a tendência é que o medo permaneça, pois a sustentação da ideia de separação permanece.

Assim, o hábito do sistema de pensamento do fragmento que se vê dentro de um corpo é interpretar tudo a partir do medo, a partir da separação.

E partir do medo, não há confiança.

O fragmento de consciência que segue o modo de pensar separado, então, permanece na desconfiança — não é convicto de que a Realidade não pode ser ameaçada.

Se desconfia de Deus (Totalidade), como pode sentir-se unido a Deus, e desfazer a separação?

Ou seja, o convite desta lição é que o observador pare de confundir o sistema de pensamento separado e o que surge dele (medo) com a Totalidade.

Seguir Deus não causa medo. Confiar plenamente na Totalidade como a única realidade não gera medo.

Se há medo, é por que não há confiança de ser a Totalidade, de ser a imagem e semelhança de Deus, se não existir a separação.

Então, que eu não projete o modo de pensar individual — que é a causa o medo — em cima de Deus, e saiba que o que Deus cria é a Sua imagem e semelhança.

Do contrário, a salvação não será compreendida aqui e Agora.

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