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LIÇÃO 281

”Nada pode me ferir, exceto os meus pensamentos.”

Essa lição abre a sequência de lições em que o tema especial é: “O que é o Espírito Santo”.

E já nos foi dito que o Espírito Santo é um modo de pensar. Não é uma entidade, um ser místico separado de nós. Mas um novo sistem de pensamento que percebe as ilusões corretamente, inclusive o “nós” no mundo.

O Espírito Santo é a convicção por Deus, pela certeza de que a Realidade não pode ser ameaçada.

E a primeira lição que vem logo após este tema especial convida o observador a assumir o poder de decisão.

Reconhecer que os pensamentos, sensações ou emoções, seja o que for que represente um transtorno, ainda é uma decisão da consciência.

É se é uma decisão, então, pode ser mudada.

Assim, a partir da lógica, uma maneira simples de compreender se estamos seguindo o modo de pensar que chamamos de Espírito Santo é observarmos o quanto assumimos responsabilidade pelo que vemos, sentimos e pensamos.

O primeiro passo para aprender a pensar como o Espírito Santo é assumir responsabilidade pelo que se vê.

“Eu não sou vítima do mundo que vejo.”

“Eu inventei o mundo que vejo.”

Já fomos convidados a aceitar isso na Parte I do Livro de Exercícios e renovamos esse convite agora.

A partir disso, mudar a percepção de existir deixa de se interpretado de dentro do autoconceito que vê tudo de forma separada, e torna tudo mais confuso e complicado.

Sem essas antecipações falsas como bloqueio à visão, a experiência de que só há a Totalidade aqui tornar-se-á clara.

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O QUE É O ESPÍRITO SANTO?

O Espírito Santo é apenas mais um símbolo para representar o mesma mentalidade que ja vimos como perdão, salvação, percepção corrigida.

A consciência que se vê separada está com a percepção de existência invertida: se vê vítima, pequena e fraca, impotente e incapaz.

E dentro deste modo de pensar interpreta tudo de maneira distorcida. Pensa que Deus está distante, e que compreendê-Lo leva muito esforço.

A mudança de percepção é praticamente impossível enquanto a consciência se vê desse modo.

É por isso que temos o Espírito Santo como um símbolo que parece representar uma terceira pessoa.

Pois a consciência deve confiar em algo fora do seu sistema de pensamento de uma maneira que possa permitir que seu modo de pensar seja desfeito.

Assim, inicialmente, o Espírito Santo é apenas a confiança na Realidade que não pode ser ameaçada.

No entanto, essa fé traz um novo modo de pensar a existência em alguma forma que o fragmento possa reconhecer, mesmo com toda a deturpação que ainda parece experimentar sobre a real existência.

Essa fé produz, mesmo que seja um pouco, um afastamento do modo de pensar separado (vítima, incapacidade, impotência) e, então, trará a percepção correta sobre todas as manifestações do modo de pensar separado: assim ele será desfeito pois o fragmento não mais o defende.

Essa fé é o Espírito Santo.

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LIÇÃO 280

”Que limites posso estabelecer para o Filho de Deus?”

Se estivermos atentos, podemos notar que as últimas lições antes dessa enfatizam a importância de não identificar a existência dentro de limites de nenhuma forma.

A experiência de ser o Filho de Deus só pode ser compreendida apenas em experiência — não pode ser definida, rotulada, nem pode ser didaticamente ensinada.

A forma de conhecer o que é Ser a imagem e semelhança de Deus, então, é não enfatizando limites.

Enquanto o fragmento de consciência percebe-se identificado com qualquer forma ou limite, a negação da Totalidade é a única coisa que permanece.

Ou seja, não estamos sendo convidados a entender o que é Cristo. Mas sim, somos direcionados a não confundir-se com o que não é Cristo: qualquer coisa que represente um limite.

Se isso é realizado na vivência do observador, a experiência de ser a imagem e semelhança de Deus, que está presente aqui e Agora é compreendida.

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LIÇÃO 279

”A liberdade da criação promete a minha própria liberdade.”

A lição de ontem deixou claro que, enquanto o observador percebe a existência a partir do corpo, se confundirá com limites e as suas decisões também são guiadas para manter o senso de pequenez.

Deste lugar de percepção, o hábito da consciência é transformar a mudança de percepção num espetáculo: “é muito difícil deixar de se ver um corpo; preciso de uma prova do que é Deus para confiar; é um esforço tremendo; leva tempo”.

E assim, a consciência rejeita a informação mais importante que relembra a verdade como ela É: “Nada real pode ser ameaçado”.

Ou seja, a liberdade é Agora. A existência eterna continua sendo o que É e será sempre assim.

Mesmo com a aparência das ilusões e seus efeitos sendo experimentos na consciência, e aparentemente projetados no corpo tornando-o real, a existência permanece intacta além/antes das ilusões e não é afetada por elas.

Basta que o observador descanse na certeza de que a verdade é alheia às ilusões e apenas saiba que isso é assim, antes mesmo de perceber que as ilusões não estão aqui.

A meta não é esforçar-se para sair do corpo ou do mundo. Mas, um saber inequívoco de que o que existe é livre aqui e Agora, independente da presença das ilusões.

Esse é o convite da lição de hoje: a liberdade É.

Então, que a existência não seja interpretada, hoje, a partir do que a consciência pensa perceber.

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LIÇÃO 278

”Se sou limitado, o meu Pai não é livre.”

Enquanto o observador identifica a existência a partir da consciência que pensa ver uma imagem (corpo), está iludido pensando poder limitar a existência.

É esse erro que produz todos os pensamentos limitados que imaginamos ter.

Todo o senso de dificuldade, fraqueza, impotência, falta de disposição e etc, que parecemos experimentar vem da ideia de que a vida existe no corpo.

Quando pensamos em “acessar” Deus, imaginamos que isso acontecerá em um tempo futuro, isso vem por que neste instante o observador olha para a imagem corporal e a vê como algo real.

Ou seja, enquanto o corpo for visto com algum nível de realidade, não há compreensão de Deus e a existência imutável.

E a tendência é enfatizar pensamentos limitados e não questionar as falsas leis que seguimos no mundo para obter paz e segurança.

O convite da lição de hoje é deixar de contradizer Deus, parar de enfatizar que Deus está errado.

Significa que o observador decidirá não enfatizar quando pensamento que represente um limite.

A identificação com o corpo produz pensamentos limitados, e pensamentos limitados sustentam a identificação com o corpo.

Ou seja, não haverá saída até que a imagem seja aceita e vista como nada. E que o observador deixe de equivocar-se com qualquer pensamento limitado.

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LIÇÃO 277

”Que eu não prenda o Teu Filho com as leis que fiz.”

A Parte II do Livro de Exercícios conduz o observador a uma experiência direta com a verdade.

E ao mesmo tempo relembra temas que já foram trazidos na Parte I.

Quando se fala em leis em algumas lições, são citadas leis da nutrição, da saúde, medicina, leis dos bons relacionamentos e bons comportamentos, leis religiosas, etc.

E nos é deixado claro que nenhuma destas leis tem a ver com Deus.

Qualquer coisa que essa consciência inventa para sentir-se limitada não tem a ver com Deus, e é apenas uma tentativa de reencenar o pensamento de separação.

Assim, a experiência direta com a verdade não pode ser vivenciada na sua simplicidade enquanto pensamentos e impulsos limitados são vistos como reais.

Não é preciso negar os pensamentos limitados e todas as leis que a consciência inventa para confundir-se.

Basta lembrar que a existência, sendo imutável, não pode estar sujeita a nada disso.

Sabendo que isso é assim, o observador decide perceber verdadeiramente qualquer pensamento limitado sem confundi-lo com Deus.

E também não enfatiza pensamentos ou ações que enfatizam limites.

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LIÇÃO 276

”O Verbo de Deus me é dado para manifestar em palavras.”

Verbo de Deus ou Voz por Deus são símbolos que representam uma única experiência: a Realidade não pode ser ameaçada e, portanto, permanece aqui e Agora, disponível para que seja vista.

No entanto, já foi dito que o corpo é o bloqueio central que parece impedir a visão da Realidade imutável.

Enquanto o corpo é percebido como real na percepção, então, a identificação de existência ainda é a separação. Assim, o medo é o estado basal do fragmento de consciência e o sistema de pensamento sempre refletirá o medo.

Da mesma forma, quando o corpo passa a ser visto como nada, como não estado ali para ser visto, o medo passa a ser dissolvido.

Isso quer dizer que o observador é convicto de que permanece sendo a Realidadr imutável e lida com o medo da separação que ainda parece surgir a partir da sanidade. E na sanidade, não atua a partir do medo.

Ou seja, quando a imagem corporal é vista como sem significado, ela passa a expressar um sistema de pensamento que reflete a convicção que vem da eternidade, não porque é um benefício para um “eu”, mas por que o observador descansa na unidade.

Manifesta o Verbo de Deus em palavras passa, então, primeiro pela aceitação inequívoca de que o corpo não está aqui.

Aceitar a Voz por Deus significa aceitar a inexistência do corpo.

Desse lugar, a convicção torna-se algo natural.

E enquanto parece haver percepção, o sistema de pensamento que a imagem segue demonstra a ausência de identificação com o medo.

Essa foi a demonstração de Jesus, até mesmo diante de uma situação extrema, a morte. E todos nós, fragmentos de consciência, faremos o mesmo percurso.

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LIÇÃO 275

”A Voz de Deus, que traz a cura, protege todas as coisas hoje.”

Percepção é separação. A consciência que pensa perceber o mundo através do corpo sustenta a certeza na ameaça.

Sentindo-se ameaçada, busca a proteção do corpo através de coisas, pessoas e situações.

Porém, a única coisa que valida através desse mecanismo é sustentar o pensamento de separação e, consequentemente, mantém a certeza na ameaça.

Neste lugar de identificação de existência, não há como compreender a Voz por Deus — não há como sentir algum sentimento de invulnerabilidade, de ser algo protegido.

Ou seja, compreender a Voz por Deus é impossível enquanto o observador percebe a existência através do corpo.

Assim, quando o corpo passa a ser visto como irreal, ou seja, não estando ali, a identificação de existência recai imediatamente na compreensão do que é a Voz por Deus.

A Voz por Deus é a experiência de lembrança da Realidade que não pode ser ameaçada.

Somente na decisão de deixar de imaginar perceber a vida através do corpo é que pode-se compreender a invulnerabilidade da existência, e é somente Aqui que a verdadeira proteção acontece. Pois o mundo e o corpo deixam de ser usados para a confirmação da separação.

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LIÇÃO 274

”O dia de hoje pertence ao amor. Que eu não tenha medo.”

O dia de hoje pertence à Totalidade, e a Totalidade é sem limites.

Significa que, hoje, o observador decide pela percepção corrigida sobre todas as coisas no universo da percepção.

Enquanto imagina a vida através do corpo e dos papéis e funções que ele parece cumprir, o medo se sustentará.

A ideia de que a vida mistura-se com as coisas que o corpo faz e depende dele, é a causa do medo.

Pois a separação não existe, mas parece ser sustentada através da consciência unida à imagem que inventa e chama de “eu”.

Ou seja, enquanto a consciência associa-se à imagem e pensa ser um “eu”, o medo não diminuirá.

A saída verdadeira para esse mecanismo é somente a percepção corrigida sobre todas as coisas, primeiramente, sobre a imagem que chamamos de “eu”.

Aceito isso, a experiência de que o Filho de Deus permanece livre, à imagem e semelhança de Deus, passará a ser reconhecida.

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LIÇÃO 273

”A quietude da paz de Deus é minha.”

É sempre importante lembrar que o sujeito o qual a quietude da paz pertence é o observador do sonho.

Aquele que decidiu olhar para tudo no universo da percepção a partir da aceitação de que a existência não mistura-se com nada disso é quem realmente sabe que tem a paz.

Pois já vimos de muitas formas óbvias que a paz não pode ser experimentada no corpo, afinal a única certeza sobre ele que irá acabar.

A causa da falta de paz é exatamente imaginar que ela pode ser experimentada através do corpo. Isso é impossível.

O que compreendemos como paz no corpo são sensações de significado, ideias de satisfação e bem estar quando algo aparentemente saiu-se bem para o indivíduo.

Mas a paz não acontece para um “eu” quando “outro” tem que perder a paz. No entanto, é só isso que podemos ver no mundo.

Ou seja, o observador que aceita verdadeiramente reconhecer o corpo como sem significado e não tenha experimentar a paz de Deus através dele, é assim que realmente compreenderá a paz aqui e a Agora.

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