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LIÇÃO 272

”Como podem ilusões satisfazer o Filho de Deus?”

A metafísica de Um Curso Em Milagres destaca a verdade da ilusão desde a sua introdução.

“Nada real pode ser ameaçado”.

O que é real é apenas o que é eterno e sustenta-se para sempre. Só por isso pode ser chamado de real, pois está sempre lá para ser visto e lembrado. A vida é assim.

“Nada irreal existe.”

O irreal é qualquer coisa que parece contradizer o eterno, qualquer aspecto que represente um tempo de duração. Se não se sustenta por si só, é por que é ilusão, na verdade nunca esteve lá.

Com essa distinção, a lógica é certa: o Filho de Deus não escolheu pelo pensamento de separação.

O que parece ser a percepção de separação (mundo, corpos e formas) é apenas uma representação mental, uma imaginação ilusória que uma consciência parece assistir.

Mas, de fato, nem mesmo essa consciência existe para perceber ilusões.

O convite desta lição é o auto-reconhecimento da única Realidade.

Esse que parece pensar, desejar e satisfazer-se com coisas em um mundo de formas e corpos é apenas um mecanismo mental que tem a meta de enganar a visão da verdadeira realidade, e que tem a base no princípio da escassez.

O Filho de Deus permanece sendo a completeza que é.

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LIÇÃO 271

”A visão de Cristo é a que usarei hoje.”

Visão de Cristo é o modo de pensar de Cristo, a extensão da Existência.

Cristo é a continuidade da existência em eternidade, e essa extensão permanece intocada.

Então, como Cristo está pensando diante das ilusões do universo da percepção?

Ele sabe que as ilusões não o estão tocando ou afetando qualquer aspecto da criação.

No entanto, a consciência de separação, que ainda permanece sendo a existência em Cristo, parece não reconhecer isso.

Pois, acostumada com o senso de separação da Fonte, pensa ser algo sozinho e fraco, impotente e vítima das próprias sensações inventadas. É viciada em afirmar que não é Cristo.

Assim, essa consciência deve resgatar o poder de decisão: ao invés de afirmar ser vítima do próprio sistema de pensamento, agora decide reconhecer que tudo o que pensa e sente é ela mesma que inventa.

Nessa aceitação, pode agora escolher um novo modo de ver sobre todas as coisas que parece inventar.

“A cada dia, a cada hora, a cada instante, estou escolhendo o que quero contemplar, os sons que quero ouvir, as testemunhas daquilo que quero que seja a verdade para mim.

Hoje escolho contemplar o que Cristo quer que eu veja, escutar a Voz de Deus e buscar os testemunhos do que é verdadeiro na criação de Deus.”

A visão de Cristo não é para o personagem, o corpo. A visão de Cristo exclui a ideia de que o corpo é real.

Ou seja, usar a visão de Cristo é não usar o corpo para identificar a existência.

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O QUE É O CRISTO?

A última lição do último tema especial antes deste é “Hoje não usarei os olhos do corpo”, e é essencial que isso seja aceito.

Pois, sem aceitar que o corpo não vê nada e foi feito como uma ferramenta apenas para confirmar a separação, a experiência do que significa Cristo não se tornará clara.

Cristo é a extensão de Deus. E só é simbolicamente colocado como “Filho de Deus” pois a consciência está acostumada com a separação e é viciada em interpretar tudo de maneira separada.

Mas, em única instância, não há diferença entre Deus e Cristo, são uma coisa só. Deus é a Totalidade que estende-se eternamente. E sua extensão eterna é Cristo.

E a compreensão disso transcende a forma, por que Deus é ilimitado e tudo o que Ele cria é como Ele.

Por isso, a extensão de Deus (Cristo) não pode ser compreendida no corpo, nem mesmo simbolizada através de limites.

Ao observador, resta apenas buscar a convicção de que a Realidade não pode ser ameaçada, e nessa confiança disponibilizar-se para a experiência de não ver mundo, principalmente, não ver o corpo (a imagem que chamamos de “eu”)

Quando essa experiência é buscada, o Espírito Santo, a percepção corrigida sobre as ilusões é aceita. A partir daí, Cristo será aceito como a única realidade e, então, compreendido.

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LIÇÃO 270

”Hoje não usarei os olhos do corpo.”

O observador é convidado deste as primeiras lições a reconhecer que não é o corpo que vê, mas a consciência que segue um sistema de pensamento separado e o projeta para fora e assim pensa ver o mundo através do corpo.

No entanto, o corpo é neutro e nada faz.

Ou seja, enquanto imaginamos que é o corpo que vê, o observador está apenas iludindo e imaginando que é o corpo que pensa. Neste lugar, a Realidade de Deus nunca será compreendida.

É simples de compreender que é a consciência que vê tudo como um pensamento.

Quando fazemos uma imagem qualquer, por exemplo, de uma melancia; podemos ver a cor, o tamanho, a tonalidade — mesmo sendo uma imaginação, pode-se ver todas essas formas e diferenças na imagem pensada, então, não é o olho físico que realmente está vendo.

De outra forma, podemos perceber também que é a consciência que parece ver todas as coisas porque, durante o sono do corpo à noite, quem está lá para assistir as imagens (sonhos) que podem ser muito lúcidas, se o corpo está deitado e de olhos fechados?

O observador é convidado a aceitar que todo o universo da separação é pensado, nada é realmente físico, tudo é apenas uma invenção da consciência, principalmente o corpo.

Ao aceitar que o corpo está incluído nas invenções de uma única consciência, retira-se dele a ideia de que possui alguma autonomia.

E assim, o poder de decisão recai sobre a mente que pode com tranquilidade reconhecer-se de maneira ilimitada.

Neste lugar o perdão torna-se natural, pois o mundo deixa de ser usado como ferramenta para confirmação da separação.

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LIÇÃO 269

”A minha visão é dirigida para contemplar a face de Cristo.”

Ver é pensar. “A minha visão” aqui, então, significa “meu sistema de pensamento”, minha maneira de pensar a existência.

E a maneira de pensar decorre da identificação de existência. Conforme identifico a existência, assim o sistema de pensamento irá seguir.

Ou seja, essa lição relembra ao observador a importância da convicção. O seu Guia mencionado nessa lição é a convicção de que a Realidade não pode ser ameaçada.

A partir da convicção de que só a Realidade de Deus é real, o sistema de pensamento volta-se apenas para reconhecer Cristo como a única existência. Nisso todas as ilusões são desfeitas.

No entanto, quando é dito “contemplar a face de Cristo”, significa que o observador aceita ser convicto de que apenas a Unidade é a única Realidade com contentamento — significa que volta o foco, direciona a confiança em ser a extensão de Deus, porque quer isso e valoriza, vê como algo importante.

Ou seja, a mudança de percepção que conduzirá a transcender a própria percepção (a ideia de que existe um “eu” para outro fora de si) é iniciada através da convicção.

E da convicção na única realidade, Cristo (a existência) é conhecido como algo fora das ilusões, portanto, é por isso que são desfeitas.

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LIÇÃO 268

”Que todas as coisas sejam exatamente como são.”

Que a Realidade seja exatamente como é.

E se a Realidade não pode ser ameaçada, por que não vemos a Realidade que é apenas Deus aqui e Agora?

Pois a consciência de separação está o tempo todo rejeitando a ilusão.

Durante uma sensação de prazer ou satisfação através de algo, por exemplo, ocorrem pensamentos de repetir aquela ação antes mesmo dela acabar. Ou mesmo em tentar sustenta-la o maior tempo possível.

A única coisa que a consciência pratica através da ilusão é rejeitar a Realidade: “eu sou separado da Totalidade”.

A dor é o modo de pensar da consciência que se vê separada e está o tempo numa sensação de insatisfação, e projeta sua insatisfação no mundo afirmando: “eu quero que isso seja diferente”.

Assim, dentro desse mecanismo, a consciência deixa de ver que ainda permanece sendo a Realidade que não pode ser ameaçada. Portanto, permanece na dor o tempo todo.

A correção verdadeira para esse mecanismo é a percepção corrigida.

A percepção corrigida para a fluir através da convicção do observador de que a Realidade não pode ser ameaçada.

Nessa certeza, a mente alinhada com Deus deixa de ver problemas na ilusão e passa a não querer mudá-la. Permite que a ilusão seja como é, uma ilusão, não tornando-a mais real.

E assim, possibilita a consciência dissolver-se na Realidade imutável.

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LIÇÃO 267

”O meu coração está pulsando na paz de Deus.”

“Meu coração” aqui é um símbolo para identificação de existir, de onde realmente a vida parte.

A vida parte de Deus, da Totalidade.

A consciência de separação apenas imagina que a vida está cercada pelo corpo e dependente dos mecanismos e funções do corpo.

E enquanto interpreta a vida como dependente do corpo, a tendência é proteger os apegos e falsas seguranças interpretadas através do corpo.

Assim, o corpo não é liberado e permanece sendo usado como ferramenta para a separação.

O novo propósito que o observador é convidado a dar sobre o corpo é apenas este: o corpo deve ser percebido como algo que está fora da vida.

Antes da batida do coração, a Vida é. Antes da respiração e de todas as funções que o corpo parece ter, a Vida é.

Quando o observador percebe a existência de maneira correta; na certeza de que a vida É antes de todas coisas associadas ao corpo e o mundo, aqui esta está no verdadeiro propósito sobre o corpo.

Aqui o corpo é liberado, e pode ser usado como uma ferramenta de demonstração do sistema de pensamento que é convicto de que a vida é eterna.

A demonstração de Jesus foi a maior demonstração de que a vida é apenas vida eterna, e não relaciona-se de nenhuma forma com o corpo.

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LIÇÃO 266

”O meu Ser santo habita em ti, Filho de Deus.”

Um dos obstáculos principais à correção verdadeira de percepção é imaginar que quem está corrigindo a percepção é uma pessoa no mundo.

A correção real é a correção da percepção da consciência; o aspecto da mente imagina todas as ilusões (corpos, mundo e limites de todas as formas).

Ao interpretar que a correção é para uma pessoa, a consciência ainda permanece dentro do erro de percepção tentando resolvê-lo com ilusões.

Deste lugar, a tendência é espiritualizar o medo no indivíduo, o que fará com que este ainda sinta-se diferente dos outros.

E por sentir-se diferente dos “outros”, não experimenta a verdadeira convicção na correção da percepção.

A Parte I do Livro de Exercícios já trouxe de muitas formas essa questão. Principalmente na lição “Confio em meus irmãos que são um comigo”.

A lição de hoje renova essa confiança.

Confiar nos irmãos é aceitar que além da imagem que chamo de “eu”, observando outra imagem que chamamos de “outro”, só existe a existência aqui e Agora.

A única coisa que está aqui é Deus, e não o corpo “meu” e o corpo “do outro”.

Ao confiar que isso é assim diante de qualquer coisa no universo da percepção (corpos, coisas, animais, pensamentos e etc) o observador passa a experimentar a real correção da percepção, e assim a verdadeira força que vem de Deus.

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LIÇÃO 265

”Eu só vejo a gentileza da criação.”

Quando é trazido o tema “gentileza” na metafísica de Um Curso Em Milagres, se inicia lembrando que o professor de Deus confia que a existência real não sofre danos.

Só aqueles que aceitam que a realidade não pode ser ameaçada podem viver a verdadeira gentileza.

Ou seja, a gentileza que somos convidados a viver não tem a ver com o que aprendemos como gentileza no mundo.

A partir da certeza de que “Nada real pode ser ameaçado”, o observador é convicto de que a Realidade permanece fluindo e intocada por qualquer aspecto que represente falta de paz, dor ou sofrimento.

A gentileza aqui não tem a ver com comportamento, nem com ser gentil consigo mesmo diante de dificuldades ou coisas do tipo.

A criação de Deus sabe que permanece alheia e livre de qualquer comportamento ou coisa que se relacione com o corpo.

Por isso também, a gentileza não tem a ver com o tempo ou processo no autorreconhecimento que a metafísica de Um Curso Em Milagres conduz.

O observador que aceita que a Realidade não pode ser ameaçada, é gentil agora pois sabe que a realidade é Agora, intocada.

Desta forma não confunde-se com nenhum aspecto que represente o imperfeito (mundo, corpos, formas e limites, tempo, dor ou sofrimento, prazer ou satisfação, etc)

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LIÇÃO 264

”Eu estou cercado pelo Amor de Deus.”

Estamos no tema especial “O que é o corpo?”, onde é enfatizado que “o corpo é uma cerca que o Filho de Deus imagina ter construído para separar partes do seu Ser de outras partes”.

Assim, enquanto a consciência percebe a existência através do corpo, está sujeita a validar o medo e proteger as falsas seguranças dadas para o corpo.

Desta forma, o senso de limitação e impotência, o sentimento de aprisionamento é algo basal no fragmento que percebe-se separado.

Neste lugar de percepção, não há saída.

Por isso, dá-se a importância de ver o corpo como totalmente sem significado. Não é bom nem mau, apenas não é.

Somente neste posicionamento é possível compreender e sentir um verdadeiro sentimento de invulnerabilidade, pois a mente alinha-se com o que é eterno e constante para sempre, ou seja, com o que não pode ser perdido.

É aqui que o medo acaba. A eternidade dissolve o medo, pois é incorruptível.

O convite da lição de hoje é experimentar o verdadeiro sentimento de liberdade, que só pode vir da identificação com a Totalidade.

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