LIÇÃO 227

”Este é o meu instante santo de liberação.”

Se a Totalidade não pode ser ameaçada, então, a Totalidade não precisa de liberação.

Por isso esta lição não refere-se à um “eu” que está aprisionado, limitado, e irá tornar-se livre neste instante.

Pelo contrário, a lição de hoje afirma: “Pai, sou livre hoje, porque a minha vontade é a Tua”.

Ou seja, somos relembrados que a liberdade é algo que É, sempre foi e sempre será.

Aquilo que parece sentir-se aprisionado, que tem sensações e pensamentos que afirmam ideias de sofrimento e limites, é que não está presente.

A ilusão de separação e seus efeitos não estão presentes, pois nada pode surgir à parte de Deus.

O observador que aceitou isso como sua única identificação de existência permanece com a sua dedicação a este instante, pois aprendeu que a verdade está aqui e Agora, intocada por qualquer ilusão.

Sente-se livre, sabendo que isso é assim a partir da fé.

Mesmo parecendo experimentar efeitos de uma ilusão de aprisionamento, a sua fé faz com que reconheça-se livre.

E nessa devoção, passa a alinhar-se com a percepção verdadeira sobre as ilusões (aquilo que parece sentir-se aprisionado), pois decide ser o discernimento diante das ilusões.

Ou seja, está sempre disponível para a lembrança de que a verdade já permanece alheia e intocada pelas ilusões.

Diante das ilusões, a verdade é livre.

Então, seja lá o que for que aparente apresentar-se na percepção da consciência, é apenas uma ferramenta para a lembrança de que a verdade permanece livre e sendo o que É ela mesma.

A Totalidade nunca transformou-se numa consciência que percebe ilusões e confirma a ideia de aprisionamento.

“Pensei em ter outra vontade. Mas nada do que pensei à parte de Ti existe. E sou livre porque estava errado e em nada afetei a minha própria realidade com as minhas ilusões.”

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LIÇÃO 226

”O meu lar me espera. Eu me apresso para voltar a ele.”

Partindo da metafísica pura de Um Curso Em Milagres, “Nada real pode ser ameaçado. Nada irreal existe.”, o que significa “o meu lar me espera” nesta lição?

Significa que não há opção de ser algo além do que Deus criou.

Os fragmentos de consciência apenas podem pensar que são outra coisa além de Deus e imaginar que vivem em um mundo de corpos e formas, no entanto, estão apenas distraindo-se imaginando que deixaram de ser a Totalidade.

Enquanto pensam distrair-se do Todo, a Totalidade permanece intocada e, símbolicamente, apenas aguarda que os fragmentos escolham deixar de distrair-se do que É.

Apressar-se para voltar ao lar não remete a um senso de tempo e espaço; como se um “eu” devesse fazer alguma coisa para alcançar Deus em algum lugar até um certo período de tempo.

Ao contrário, significa a aceitação de que a Criação de Deus não foi mudada e, portanto, já não valoriza nada no universo da ilusão.

Assim, quando esta lição convida a retirar o valor do mundo, não está referindo-se à ideia de que um “eu” deve esforçar-se para retirar o valor para ganhar Deus.

Mas, ao observador que confia que a realidade não pode ser mudada e permanece, portanto, até mesmo aqui e agora, neste posicionamento mental, sabe que permanece pensando como Deus em relação às ilusões.

A Totalidade já não está valorizando nada nesta ilusão.

Assim sendo, o perdão é esta lembrança: a certeza da impossibilidade de haver um “eu” que pensa valorizar coisas em um mundo.

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LIÇÃO 225

”Deus é meu Pai e Seu Filho O ama.”

Está lição estende o convite ao auto-reconhecimento na Totalidade em conexão com a lição de ontem.

“Deus é o meu Pai e Ele ama o Seu Filho”. “Deus é meu Pai e Seu Filho O ama.”

O que Deus cria é a Sua imagem e semelhança, e o que estende-se a partir de Deus também cria como Ele, sendo o que Ele é.

É isso o que não pode ser mudado.

Isso é o mesmo que aceitar que, independente do que o nível da percepção possa demonstrar equivocadamente, a extensão de Deus continua pensando como Deus.

E é isso que somos convidados a aceitar a partir da fé verdadeira.

A fé de que isso é assim transcende o tempo e o espaço.

O observador que descansa na certeza de que “Nada real pode ser ameaçado”, sabe que continua sendo o que Deus é, antes de ver que isso é assim — sabe que o Filho de Deus continua pensando como Deus: “…Seu Filho O ama”.

Amar a Deus significa aceitar que só pode-se pensar como Ele.

Assim, esta lição não refere-se à um senso de “eu” fazendo coisas para um deus fora.

Mas remete a uma certeza que conduz o observar a não fazer nada, pois posiciona-se na certeza de que está tudo certo na Totalidade.

”A minha verdadeira Identidade é tão segura, tão sublime, sem pecado, gloriosa e grande, inteiramente benéfica e livre de culpa, que o Céu volta-se para Ela para Lhe dar luz.”

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LIÇÃO 224

”Deus é o meu Pai e Ele ama o Seu Filho.”

Está é mais uma lição de auto-reconhecimento da Totalidade.

”A minha verdadeira Identidade é tão segura, tão sublime, sem pecado, gloriosa e grande, inteiramente benéfica e livre de culpa, que o Céu volta-se para Ela para Lhe dar luz.”

Se ao entrarmos em contato com essa afirmação e observarmos a nossa experiência mundana, não sentimos que essa é a nossa identidade, isso deixa claro, então, que identificação de existência ainda permanece numa identidade ilusória.

“Conforme pensas, assim projetas”.

E se tudo é visto a partir de uma base que gera um sistema de pensamento, a realidade nunca será vista ou reconhecida enquanto o observador mantiver o seu foco a partir da ilusão.

Por isso, dá-se a importância da fé: é necessário confiar que a Realidade de Deus é a única identidade, mesmo não parecendo ser assim.

Se a fé não for usada corretamente, nada mudará e o perdão não será a experiência do observador.

“Não há outra dádiva senão essa que possa ser dada ou recebida. Essa é a realidade e apenas essa. Ela é o fim da ilusão. Ela é a verdade.”

O convite é a aceitação de que a Totalidade nunca transformou-se numa identidade ilusória, que parece sentir o contrário do que Deus sente.

Mas, não de um lugar de negação do mundo ou da identidade ilusória, mas a partir da certeza de que nada pode existir à parte da única Realidade.

Significa que a aceitação está na convicção de que só a Totalidade É, e o que se estende da Totalidade quer ser apenas Totalidade e não o mundo.

“Pai, lembra-me agora, pois estou cansado do mundo que vejo. Revela o que queres que eu veja no lugar disso.”

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LIÇÃO 223

”Deus é a minha vida. Não tenho outra vida, senão a Dele.”

O que é a culpa?

A culpa é o senso de de individualidade. Não é esse sentimento que parecemos experimentar diante de pessoas e acontecimentos que soa como arrependimento.

A culpa, senso de individualidade, é experienciada no nível da consciência e não no corpo. O corpo e a ideia de uma vida em um mundo é um efeito da culpa.

E por isso, não faz sentido tentar melhorar a experiência de vida do “eu” no mundo. Não pode ser melhorada.

A culpa é a própria consciência de separação quando se vê limitada.

Assim, a única e aparente escolha que resta para os fragmentos de consciência é aceitar com disponibilidade o desfazer da ideia de que a vida acontece no mundo.

Enquanto a consciência pensa ver um mundo, um corpo e uma experiência de vida individual, confirmará a culpa, e paz que não pode ser ameaçada não será compreendida.

Assim, dá-se a importância de aceitar:

“Deus é a minha vida. Não tenho outra vida, senão a Dele.”

A vida é Deus, a Existência. Não pode ser partes pois é ilimitada.

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LIÇÃO 222

”Deus está comigo. Eu vivo e me movimento Nele.”

A Parte II do Livro de Exercícios está lidando com o refazer: o modo como a verdade deve ser aplicada em relação a todas as coisas na percepção, de maneira definitiva.

E acabamos de passar por vinte dias de revisão onde o convite foi a aceitação da insignificância do corpo.

Lembrando disso, podemos compreender a lição de hoje a partir da verdade.

“Deus está comigo. Ele é a minha Fonte de vida, a vida dentro de mim, o ar que respiro, o alimento que me sustenta, a água que me renova e me limpa.”

Aqui, não está referindo que Deus sustenta a vida do corpo.

Pelo contrário, é a lembrança de que, já que a Existência não pode ser ameaçada, a vida não está dependendo da respiração, dos alimentos ou de água.

Antes desses condicionamentos, a Existência É imutável e não depende de nenhuma dessas coisas.

”Ele é o meu lar, onde vivo e me movimento; o Espírito que dirige as minhas ações, que me oferece os Seus Pensamentos e que garante a minha proteção de todas as dores”.

Da mesmo forma que a consciência aprendeu a crer que a existência tornou-se sujeita às ideias ilusórias de segurança no mundo (casa, dinheiro, relacionamentos, suprimentos), agora, o observador descansa na certeza de que nunca houve um instante onde a vida passou a depender de alguma coisa nesta ilusão.

Sendo assim, não deve-se negar a aparência dessas relações de dependência interpretadas pela consciência através do corpo.

Mas, usá-las todas como setas para a lembrança de que a Realidade é livre.

”Pai, não temos outras palavras em nossos lábios e mentes senão o Teu Nome ao virmos, em quietude, à Tua Presença agora…”

Vir em quietude à Deus é descansar na certeza de que a Existência nunca misturou-se com nada na ilusão de percepção, nem esteve dependente em algum nível de qualquer no mundo.

Vir em quietude a Deus é saber, com convicção, de que a única existência é Deus, e esta é perfeita e livre.

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LIÇÃO 221

”Que a paz esteja em minha mente. Que todos os meus pensamentos se aquietem.”

A certeza da única Existência é a experiência de hoje.

Para isso, é preciso que tudo seja usado como ferramenta para lembrar da Realidade e não espiritualizar o autoconceito usando os desejos para negar Deus.

O observador já está ciente da verdade que é imutável e não pode ser negada.

O convite é para estar nessas lições como se não houvessem lições e muito menos um alguém ou alguma coisa fazendo algo para um Deus.

O descansar na Totalidade é o observador que não confunde-se com ilusões e nada faz.

O quanto a intenção está para uma única meta é determinante como resultado da percepção verdadeira; que de fato nunca existiu a ideia de separação e nem os seus efeitos.

Não se ouve Deus de dentro de um “eu”, a ilusão não ouve nem vê, a ilusão não é real.

“Milagres são vistos na luz.”

Hoje, em silêncio, ouvimos em perfeita paz, garantidos na certeza que Deus e a Sua criação permanece imutável.

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TEXTO 1

O QUE É O PERDÃO?

Compreendido o convite da Introdução sobre viver a oração verdadeira, assim o perdão verdadeiro poderá ser compreendido.

“…aquele que quer perdoar a si mesmo tem que aprender a dar boas-vindas à verdade exatamente como ela é.”

Ou seja, enquanto o observador localiza a sua existência através da percepção de que o corpo é a realidade, não compreenderá o perdão.

Pois o corpo e todas as coisas que envolvem a percepção não refletem o eterno. E a verdade é eterna. E o perdão só pode vir da verdade.

Então, diante do universo da percepção, somente a partir da fé de que “Nada real pode ser ameaçado”, — ou seja, a percepção não tem nada a ver com a Realidade — é que então o observador poderá compreender a experiência do perdão.

O perdão verdadeiro é não ver ilusões. É a experiência revelada ao observador que mostra a impossibilidade de haver um “eu” para perceber um mundo, pensamentos ou seja lá o que for.

O perdão verdadeiro acaba com o vício da consciência de identificar-se com tudo o que inventa a partir do pensamento de separação.

Pois, o observador da consciência, partindo do ponto de que só a verdade (Totalidade) é verdadeira, então, descansa na certeza de que não há consciência para validar um senso de separação.

Assim, ao invés de confundir-se com o foco da consciência, apenas aceita que não há consciência de ser separado.

Perdoa as ilusões deixando de ser uma consciência que percebe tudo separado.

A Totalidade, que não pode ser ameaçada, não faz nada com ilusões, apenas sabe que não estão ali. Não está ciente de ilusões e, portanto, não há consciência.

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PARTE II

INTRODUÇÃO

Esta introdução convida o observador a definitivamente compreender a oração verdadeira.

O convite é claro: “…agora buscamos unicamente a experiência direta com a verdade”.

A oração verdadeira inicia-se retirando o senso de separação entre Deus e a identificação do observador da consciência.

Faz o oposto do que estamos acostumados no mundo, que é suplicar ou conversar com um Deus fora, distante de um “eu”.

Buscar a experiência direta com a verdade é escapar do senso de busca e Ser a verdade.

E como isso é feito em meio ao mundo que a consciência pensa ver e que interpreta tudo a partir da separação?

O único meio, e também o mais simples, é a fé verdadeira.

A partir da fé o observador sente-se a Totalidade que não pode ser ameaçada. Essa fé não define o que é a Totalidade. Apenas sabe que a Totalidade é a única realidade e isso nunca deixou de ser assim.

Antes de ver que a Totalidade é a única realidade, o observador é convicto de que isso é assim, e escapa de todas as expectativas e resultados para um eu.

E através desta convicção sem a necessidade de resultados através de um corpo, como estamos acostumados, a experiência de que a verdade (Deus) está aqui, e as ilusões não existem, passará a ser revelada na consciência.

A fé verdadeira não aguarda que Deus seja revelado em algum tempo futuro, mas sabe que Deus é agora.

Esse é convite desta Introdução: que as lições de cada dia sejam um seta, de forma definitiva, para soltar todo e qualquer senso de separação que ainda parece contradizer a Totalidade.

Só a Totalidade É.

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LIÇÃO 220

“Eu não sou um corpo. Eu sou livre. Pois ainda sou como Deus me criou.”

Revisão da Lição 200.

“Não há paz, senão a paz de Deus.”

Esta lição de Revisão encerra a Parte I do Livro de Exercícios que lida com o desfazer dos condicionamentos da consciência que confirma a separação.

Conta-se até aqui que o observador tenha sido desenvolvido na consciência, e que se tenha aceito que a única opção para o universo da percepção é que este seja transcendido.

A paz para a consciência de separação é confundida com a satisfação de buscas através de coisas, pessoas e ambientes, e tudo isso isso envolve a percepção de que o corpo é a real.

No entanto, esta revisão trouxe vinte dias de treinamento da mente para desenvolver a disposição para a aceitação da irrealidade do corpo, vendo-o como sem significado.

Ou seja, se o corpo é sem significado, todas as coisas que envolvem o corpo, obviamente, também são.

Então, o convite desta revisão foi a aceitação definitiva do observador em reconhecer que a paz não pode ser experimentada no corpo e no mundo.

Sem essa aceitação, até mesmo a metafísica de Um Curso Em Milagres servirá para a consciência permanecer na negação da verdade, validando a ideia de que a separação aconteceu.

A meta de que o universo da percepção deve ser perdoado; visto como ilusão totalmente e sem nenhuma excessão, tem que ser aceita se é que a paz será compreendida pelo observador.

Sem que esta meta esteja clara e o cumprimento desta meta seja a única motivação do observador, as distrações serão mais naturais do que Deus ainda na consciência.

“Que eu não me desvie do caminho da paz, pois em outras estradas estou perdido.”

Que eu definitivamente use todas as coisas no universo da percepção para a lembrança de que só a Totalidade é real, e que não há uma consciência para perceber a separação.

“Que eu siga Aquele Que me conduz para casa, e a paz é tão certa quanto o Amor de Deus.”

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