Mais tarde, tornou a falar no assunto com os discípulos: “Lá virá o tempo em que hão de desejar que eu estivesse convosco, nem que fosse um só dia, mas já cá não estarei. Dirão que voltei e que estou neste ou naquele lugar; mas não acreditem nem saiam à minha procura. Porque, assim como o brilho do relâmpago ilumina o céu de um lado ao outro, assim será com o Filho do Homem, no dia próprio para ele regressar. Todavia, antes disso deverei sofrer muito e ser rejeitado pelas pessoas deste tempo. Assim como foi nos dias de Noé, assim será no dia do regresso do Filho do Homem. Naqueles dias antes do dilúvio, as pessoas comiam e bebiam e celebravam casamentos, até ao dia em que Noé entrou na arca e o dilúvio veio e destruiu a todos. O mundo estará como nos tempos de Lot. As pessoas continuavam atarefadas nos seus negócios diários, comendo e bebendo, comprando e vendendo, cultivando e construindo, até chegar aquela manhã em que Lot saiu de Sodoma e choveu do céu fogo e enxofre que destruiu toda a gente. Assim será o dia em que o Filho do Homem se revelar. Quem estiver fora de casa naquele dia não deve voltar para preparar bagagem; quem estiver nos campos não deve voltar para a cidade. Lembrem-se do que aconteceu à mulher de Lot! Quem procurar salvar a sua vida perdê-la-á. E quem a perder mantê-la-á. Digo-vos que naquela noite duas pessoas estarão a dormir no mesmo quarto; uma será levada e a outra deixada. Duas mulheres estarão a moer grão no mesmo moinho; uma será levada e a outra deixada. Do mesmo modo, dois homens estarão a trabalhar no campo e um será levado e o outro ficará.” “Senhor, para onde serão eles levados?”, inquiriram os discípulos. Jesus respondeu: “Onde estiver o cadáver, aí se juntarão os abutres!”
Jesus deixou bem claro aos Seus seguidores que enfrentariam longos dias sem a Sua presença física. Essa ausência naturalmente leva a que nos momentos de sufoco se deseje ardentemente a Sua companhia corpórea. Quem nos dera aqui e acolá poder contar com o Seu abraço apertado. Contudo, Ele alertou-nos para sermos pacientes e aguardarmos o Seu regresso. Enquanto tal não sucede, há que resistir a toda a sorte de boatos sobre a Sua chegada. Cuidado com os “diz que diz” e as cantilenas encharcadas de religiosidade que apontam para a Sua segunda vinda. O que não falta para aí são vozes a predizer o futuro. Jesus assegurou que voltará, mas também não deixou dúvidas sobre a impossibilidade de garantir quando será. Entretanto, cumpramos com excelência os nossos deveres diários, pois essa é a maneira mais desejável de Ele nos achar: “Qualquer que procurar salvar a sua vida perdê-la-á, e qualquer que a perder salvá-la-á.” Sim, o encontro com Ele será num abrir e piscar de olhos e de cariz individual, ainda que completamente perceptível a todos. Logo, não há que enganar! Assim, a trabalhar ou em amena cavaqueira, o que importa mesmo é que, seja lá em que altura for, estejamos prontos.