Brasileiros de 57 cidades foram às urnas, neste domingo (29), e escolheram majoritariamente prefeitos do espectro mais à direita do campo político. Quatro partidos de centro-direita (PSDB, MDB, PSD e DEM) conquistaram o maior número das grandes prefeituras do país.
O MDB continua sendo a legenda que mais elegeu prefeitos, fechando o segundo turno com 779 eleitos, mas o partido registra um decréscimo importante. São 25% menos prefeituras que as conquistadas em 2016, destaca o Poder360. Mesmo assim, a legenda conseguiu manter o número de cidades com mais de 200 mil habitantes governadas: 24, destaca o G1. Os emedebistas também comandam mais capitais, cinco no total.
Ouça o Panorama aqui:
O PSDB perdeu cerca de 40% das cidades que governava em 2016, o que representa 10 milhões de pessoas a menos sendo geridas por prefeitos tucanos. Mas eles ainda estão à frente de 25 cidades grandes e quatro capitais – entre elas, o maior colégio eleitoral do Brasil, São Paulo, relata a Folha.
Dois partidos tiveram avanços significativos. O PSD governará 19 municípios com mais de 200 mil habitantes, 12 a mais que em 2016. No conjunto, foram conquistadas 114 novas prefeituras, somando 654 cidades no total. O partido liderado por Gilberto Kassab ainda levou Belo Horizonte (MG) e Campo Grande (MS).
O DEM terá o comando de 13 cidades grandes, contra sete em 2016. Foram 464 prefeituras eleitas, o que representa uma elevação de 191. O DEM ainda tem quatro capitais: Rio de Janeiro – segundo maior colégio eleitoral do país – Curitiba, Florianópolis e Salvador.
Do outro lado estão os partidos de esquerda e centro-esquerda. O PSol vai comandar Belém, depois da vitória de Edmilson Rodrigues, informa o Congresso em Foco. O PT não ganhou em nenhuma capital, fato que não ocorria desde a redemocratização, aponta o G1. Apesar da desidratação do PT em 2016, quando só conquistou três cidades grandes, agora a legenda subiu para sete. No apanhado geral, o PT perdeu o comando de 74 municípios, em relação ao pleito anterior.
O PSB e o PDT também caíram. O PSB teve o tombo mais importante dentre as grandes cidades, passando de 13 prefeituras para seis a partir de 2021. Mas a legenda garantiu duas capitais: Recife e Maceió. O PDT ganhou em Aracaju e Fortaleza.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também amargou derrotas. Dos seis candidatos apoiados por ele no segundo turno, apenas três se elegeram: Tião Bocalom (PP), em Rio Branco no Acre; Roberto Naves (PP), em Anápolis (GO) e Capitão Nelson (Avante), que disputava a prefeitura de São Gonçalo, no Rio de Janeiro.
O Globo lembra que o presidente só emplacou seu candidato em uma capital, a do Acre. No Rio de Janeiro, domicílio eleitoral de Bolsonaro, o apoio a Marcelo Crivella (Republicanos) não teve êxito. Em Fortaleza e Belém, os apoiados também foram derrotados. Dos 13 prefeitos escolhidos por ele, no primeiro turno, apenas dois tiveram sucesso nas urnas.
Esta foi a primeira eleição com cota do fundo partidário e tempo de televisão para candidatos negros. Mesmo assim, prevaleceu a eleição de homens brancos. Em cidades com mais de 200 mil eleitores, só dois candidatos que se declararam pretos e 15 que se declararam pardos tiveram êxito, o que representa 20% do total, reporta a Folha. O número é similar ao da eleição de 2016.
Entre as mulheres, que também contam com cotas, apenas Cinthia Ribeiro (PSDB), de Palmas (TO), foi eleita entre as capitais, lembra o Estadão. As mulheres representam 52% da população brasileira, e os negros 56%.
O segundo turno das eleições municipais registrou uma taxa de abstenção de 29%, o maior da história, destaca O Antagonista. No primeiro turno, o percentual havia sido de 23%.
Pelo Brasil
São Paulo escolheu Bruno Covas (PSDB) para comandar a capital. Ele obteve 59,38% dos votos contra 40,