Um novo fenômeno cerca o ensino de filosofia: a plataformização da educação. Este é o tema deste episódio do Podcast Anpof, que integra a campanha que discute o ensino de Filosofia na Educação Básica. O tema foi proposto pela profa. Dra. Valéria Wilke (Unirio) que convidou para a conversa o prof. Gilberto Miranda, mestrando do PROF-Filo da UFABC e docente da rede pública de São Paulo e Marcelo Feijó, mestrando do PROF-FILO da Unirio e integra a Rede Privada de Ensino Salta Educação. Para somar nessa conversa, a professora Taís Manenti, mestranda em Educação na UNESP, apresenta a sua experiência como docente temporária na rede de ensino de São Paulo.
Nesta conversa, eles explicam a complexidade edste novo fênomeno: trata-se de sistemas de gestão e da lógica de dados e algoritmos que invadem o espaço da escola e afetam diretamente a forma de ensinar e de aprender. A partir de suas pesquisas e experiências, compartilham como o professor deixa de ser um mediador e passa a ser orientado por algoritmos, que demanda habilidades em lidar com câmeras e redes sociais. O controle que antes era dos corpos, agora se dá a partir dos rastros de dados.
Eles compartilham como este fenômeno chegou como um apoio, mas acabou por retirar a liberdade de cátedra, aprofundar desigualdades de ensino e apagar diversidade de formas de aprendizado. No caso da Filosofia, em especial, comentam como está sendo moldada para caber nessas exigências de plataformização. Se já não é mais possível pensar uma educação desplataformizada, como pensar tecnologias possíveis, participar das decisões e definir como isso vai afetar a nossa vida?
Sobre os participantes:
Gilberto Miranda Jr é mestrando no Prof-Filo da UFABC e professor de Filosofia e Sociologia na rede estadual de São Paulo. Atua também como Orientador de Projeto Integrador na UNIVESP e faz parte do Grupo de Pesquisa de Filosofia da Informação da UNIRIO no CNPq.
Marcelo Santos Feijó é professor e pesquisador na área de Filosofia e Ensino de Filosofia na Educação Básica em Rede. Mestrando em Filosofia pelo Programa de Mestrado Profissional em Filosofia em Rede (PROF-FILO/UNIRIO), sob orientação da Prof.ª Dr.ª Valéria Cristina Lopes Wilke, é licenciado em Filosofia pelo Instituto de Ciências Sociais e Humanas (CESB-GO). Atua como docente no Ensino Fundamental II e Médio, com ampla experiência em cursos preparatórios pré-vestibulares e projetos sociais voltados à formação crítica e cidadã. Atualmente integra a Rede Privada de Ensino Salta Educação – Rede Elite, onde desenvolve práticas pedagógicas que integram pensamento filosófico, mídias digitais e metodologias ativas. Suas pesquisas e produções concentram-se nos eixos CiberEducação, Mídias Digitais, Educação em Rede, Ensino de Filosofia e EdTechs, com especial interesse nas transformações culturais e éticas promovidas pela tecnologia no ambiente educacional.
Taís Barbosa Manenti é licenciada em Filosofia pela Unesp de Marília e mestranda em Educação pela mesma instituição, tendo lecionado na rede pública paulista entre 2022 e 2024.
Valéria Wilke é professora do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/Unirio. Doutora em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/UFF. Mestre, bacharel e licenciada em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Membro permanente do GT ANPOF Filosofar e Ensinar a Filosofar e do GT ANPOF Filosofia e Gênero. Coordenadora do Mestrado Profissional em Filosofia / PROF-FILO, Núcleo UNIRIO. q. Pesquisadora nas temáticas de Filosofia da Informação; Tecnologias digitais, mídias e ensino de Filosofia; Gênero, Feminismos, Decolonialidade e ensino de Filosofia. Líder do Grupo de Pesquisa Filosofia da Informação certificado pelo CNPq.