Título: Confiança: Ética e Competência
Convidado: Antonio Vasconcelos da Cunha
No MIT, em 1970, também se usavam cartões perfurados e IBMs (?) para correr programas concebidos pelos alunos para as teses ou trabalhos práticos nas cadeiras.
Porém, na mesma altura, no canto dum corredor, dentro duma vitrine, estava a ser testado um protótipo daquele que viria a ser o primeiro desktop do Bill Gates.
Utilização das tecnologias de informação e de comunicação para a geração de Conhecimento, capaz de melhorar a competitividade na produção e distribuição de bens materiais e imateriais, o desenvolvimento sócio-económico, a projecção internacional e a influência geopolítica.
Desmaterialização de processos e Transição digital
São hoje factores essenciais de competitividade e sustentabilidade das empresas e de eliminação de barreiras, geográficas, horárias, ou outras, à prossecução das suas actividades.
Fluxos financeiros rápidos e eficientes
Intercâmbio internacional, colaborativo, de tecnologia e investigação.
Horizontes de negócio e manufactura alargardos, possibilitando a cópia inteligente e adaptação de tecnologias e processos (cross-fertilization).
Processos com execução geograficamente distribuída.
A IA abre perspectivas ainda algo especulativas, que se projetam, não apenas no domínio material, mas na possível extensão da duração da vida, humana e na ampliação das capacidades cognitivas individuais.
A nível individual, multiplicam-se os processos e serviços conduzidos pelos próprios, a partir de qualquer lugar: actividades bancárias, compras à distância, telemedicina, tele-ensino, e processos inerentes à relação do indivíduo com as instituições, com o Estado, e com terceiros (com a inerente assunção de tarefas e encargos).
Todos estes desenvolvimentos acarretam riscos de cibercrime. A Cibersegurança é, pois, um domínio da maior importância que faz apelo a especialistas, mas também e em primeiro lugar, a actuações responsáveis dos utilizadores e das administrações das empresas e instituições, pelo seu exemplo e pela exigência de cumprimento das regras de segurança, por toda a cadeia hierárquica, e por todos os trabalhadores.
Tenha-se presente que as quebras de segurança só acontecem quando alguém faz algo que não devia, ou quando não cumpre uma regra estabelecida.
Um caso particular da segurança, que suscita discussões, com cambiantes distintos em cada país, é a instalação de câmeras de segurança em espaços públicos, o que irá, possivelmente, alterar comportamentos.
Um lado perverso da evolução da SI, está associado à inclusão em aplicações e software comerciais, de processos não evidentes nem declarados, de recolha insuspeitada de informação privada, susceptível de influenciar comportamentos, preferências, e hábitos, dos utilizadores.
Outro, não menos importante, resulta da falta de transparência na aquisição e fusão de grandes empresas que prestam serviços aos utilizadores, resultando em monopólios e oligopólios que são obstáculos intransponíveis ao funcionamento enxuto da SI, ao seu pleno usufruto pelos cidadãos, e ao funcionamento virtuoso do Estado de Direito, incapaz de controlar eficazmente as actividades financeiras, práticas, anti-ambientais, de apropriação e delapidação de recursos, e eventual sonegação de impostos por aquelas empresas.