O fenômeno dos bebês reborn tem tomado conta das redes sociais e gerado intensos debates. Mas o que a psicanálise tem a dizer sobre adultos que tratam bonecas hiper- realistas como filhos de verdade?Neste vídeo, quero analisar o que pode estar por trás dessa relação tão peculiar, revelando uma perspectiva fascinante: ao cuidar de um bebê reborn, muitos adultos podem estar, inconscientemente, reencenando sua própria história de infância e oferecendo a si mesmos o cuidado e atenção que talvez tenham sentido falta.Mas há uma diferença crucial entre esse mecanismo quando acontece com filhos reais e com bebês reborn: o filho humano eventualmente "quebra" essa projeção ao mostrar sua individualidade, forçando os pais a viverem o luto pelo filho idealizado - um processo doloroso, mas essencial para uma relação saudável. Já o bebê reborn, por ser um objeto inanimado, nunca responderá de forma a quebrar essa projeção, potencialmente mantendo a pessoa em um ciclo sem resolução.Este vídeo não busca julgar ou patologizar, mas sim compreender os significados mais profundos desse comportamento que tem fascinado e dividido opiniões. Não se trata de um protesto do tipo "bebê reborn tem que acabar", porque estamos falando de pessoas que talvez estejam em algum grau de sofrimento e precisam de acolhimento, não de críticas.