Uma avó faz uma birra contra a “moda” dos pais impedirem os avós de irem à maternidade conhecer o novo neto. Tudo para, supostamente, preservarem a bolha do casal e do novo filho, permitindo-lhes “conhecer” o bebé, sem interferências externas.
Ui, e onde foi parar a sabedoria de que para criar uma criança é precisa uma aldeia, pergunta as Birras de Verão. Mas foram tentar perceber melhor este fenómeno que parece estar a alastrar, com medo de que a decisão dos pais — tomada previamente, quando ainda não fazem ideia de como é que vai correr o parto e têm dele uma visão muito romantizada —, acabe por ser uma armadilha onde as próprias mães acabem por ser a vítima.
Nada contra a decisão individual de um casal em particular pedir espaço e tempo, porque sente que precisa dele, mas já tudo contra as soluções pré-fabricadas, sustentadas no “é suposto”, em que o tiro acaba por sair pela culatra, deixando a mãe e o pai isolados e sozinhos, e os avós magoados porque ninguém lhes foi capaz de explicar porque não podem fazer parte deste momento tão extraordinário, como é a chegada ao mundo de um neto.
Talvez, como em tudo, a virtude esteja no meio — que tal as maternidades particulares serem mais exigentes nos horários das visitas?
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