TUDO CANSA TUDO

tua vida vazia tua obsessão

tua incompreensão tua

falação tua mão teu não

teu pão sem glúten

teu leite sem lactose

tua sopa insossa teu ser

tua tatuagem tua casca

teu lastro na multidão

tua análise de merda

teu pseudoengajamento

tua música muda tuas

fotos sem foco tua arte

pobre teu ego teu ego

tuas reflexões baratas

teu mapa astral teu mal

tua idolatria tua misoginia

tuas carestias tuas fobias

tua treta tua fé tua seita

teu momento tuas lembranças

tuas lambanças teu lamento

teu alento teus rebentos

tua azia tuas paronomásias

tua anima tuas rimas pobres

tua imagem teu pé quebrado

tuas linhas mal-ajambradas

disfarçadas de poesia…

Huendel Viana

Poema de Huendel Viana

Interpretação: Huendel Viana

Arte Elis e Allan

Apoio Coletivo Cultural Vianinha

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Allan Brasil - Desenhista e Instigador

Elis Alonso - Poetisa,Design e Palhaça

Michel Viana - Escritor e Poeta da Periferia

Luis - Provocador e Parceiro

Marina Lima - Articulação e Pesquisa

Alexandre Barbosa de Souza - Poeta e Tradutor

Roy - Poeta e Filósofo

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Poesia e pensamento crítico andando de mãos dadas!

Do chão prenhe de aflição

entre os capins secos

no meio fio,

nasce retorcida a flor

de fúria e fogo.

Lânguida como gente

faminta e exausta,

porém, vigilante e acesa.

A contraluz,

a contrapelo,

como o zelo

de Prometeu

(ou Lúcifer)

clareando o breu,

ela incendeia o dia

e a vida banal

ordinária e cíclica

tal qual castigo infernal.

Pois é tímida e torta

como os que nascem

nas sombras,

mas luminosa e certa

como silenciosa promessa.

Poesia de Roy Sollon

Interpretação Elis Alonso

Arte/audiovisual Elis Alonso e Allan Brasil

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Cidadão de Bens

Colecionador de Vintens

Tudo tudo por direito

Se apropria por direito

Se é empresário?

Contrata por direito

Explora por direito

Despeja por direiro

Destrói a Terra por direito

Tudo tudo por direito

Sanguessuga por direito

Homem íntegro,

Puro ímpeto,

até Casa por direito

Bate nela por direito,

Mata ela por direito

Pula a cerca, por direito

consome a puta com direitos

Tudo tudo por direito

Mora em casa por direito

Tem 3 casa , 5 carro, 3 mansão

Tudo tudo por direito

Come por direito

Mesa farta por direito

Estudo, cultura, lazer

Consome e consome pro seu bel prazer, puro merecimento

Enquanto isso no peito reina o desrespeito.

Cidadão de bem não tem peito

olha a miséria e pensa

“Tudo tudo por direito”

jogo sujo , ser escuso.

Mais direito que deveres

este é o cidadão de bens

que não vale sequer um vintém.

26-11-2020

Poesia e interpretação Elis Alonso

Arte Elis Alonso e Allan Brasil

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Luís Neto - Edição de Áudio

Michel Viana - Escritor e Poeta da Periferia

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Alexandre Barbosa de Souza - Poeta e Tradutor

Roy - Poeta e Filósofo

No segundo episódio do nosso podcast "Para Ontem”, tivemos a ilustre presença de Michel Leite Viana, poeta da periferia da Baixada Santista que escreveu dois livros: “Eu sou periferia” e “Geral no parque'', em que transforma em arte a realidade do povo da sua quebrada. Para além de poeta-escritor, Michel é professor, sindicalista e hoje está candidato a Deputado Federal. Nesse especialíssimo episódio, conversamos, entre muitas coisas, sobre o trabalhador da cultura e a necessidade de organização política dessa categoria, além da urgência de ajudar nossos colegas de profissão a se entenderem como trabalhadores, colocando fim à ideia de que artista é um ser especial, iluminado. Não perca!

Michel leu pra gente um trecho do livro “Eu sou periferia”.

Confira!!

Pega essa palhinha!

Entrevista realizada dia 31/08/2022

Entrevistadora Elis Alonso

Entrevistado Michel Viana

Agradecimento ao camarada Felipe Queiroz pela locação onde foi realizada a entrevista.

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Edição do áudio - Luís Neto

Arte - Elis Alonso e Allan Brasil

30 de Agosto – Dia Internacional sobre Vítimas de Desaparecimentos Forçados

“Um militar sem formação política, ideológica, é um criminoso em potencial”

Thomas Sankara **@CPSMVJ (facebook)

Coração sem fronteiras

(La Canción de Nosotros)

De repente chamas

De repente cinzas

olhos que cheiram à saudade

mareados vermelhos de brisa

La canción de Nosotros

pobres da América Latina

De repente colombiana

De repente argentina

os olhos volteiam o passado

as mortes desaparecidas

Não passarão!

criminosos militares fascistas

De repente hoje

De repente pinta

uma mulher negra a vingar

às milhões de mulheres clandestinas

no terror do lar

desse governo genocida

De repente lutas

De repente arriscas

do Sertão já partiu

o último trem internacionalista

suba que o povo pariu

a União das Repúblicas Socialistas

Poema de Walter Titz Neto

Interpretação: Elis Alonso

Arte Elis e Allan

Apoio Coletivo Cultural Vianinha

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PRESTES MAIA 1945

(folhas de álbum)

para Francisco Barbosa de Souza,

in memoriam

As casas avançam para a rua

As ruas fogem

Um carro vem lá do fundo da fotografia

Na estrada de terra para o Cupecê

O clube dos meninos operários nos lagos de Santo Amaro

Uma sombra de sapucaia ou jataí

Mármore granito macadame

Mosaico da antiga praça do Patriarca

Os cavalos do friso do Itororó

A plataforma espacial do bond

Caipirada fascista tupinambá decô

Poeta e Interpretação Alexandre Barbosa de Souza

Arte Elis e Allan

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Produtor e Editor Luís Neto

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#cacofoniapoética #cacofoniapoética #podcast #podcasting #poema #poesia #voz #resistência #periferia #luta #10

Alexandre Barbosa de Souza – Poeta, escritor e tradutor. Com vários livros publicados e há mais de trinta anos trabalhando com livros e literaturas. Vai somar de muitas formas mas terá como destaque neste primeiro momento a partilha de seus poemas - será umas das vozes do nosso canal.

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Poesia e pensamento crítico andando de mãos dadas!

Confira a publicação da semana:

de Alexandre Barbosa de Souza

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#poemas #poeta #podcasting #cacofoniapoética #cacofonia #cultura #periferia #art #luta #pensamentocritico

No episódio de estreia do nosso podcast “Para ontem”, tivemos a imensa honra de conversar com Caio Forster, que além graduado em Pedagogia e Educação Musical pela Universidade Metropolitana de Santos, de ser 1° Viola da Orquestra Municipal de Guarujá, de sua forte experiência na área das artes, com ênfase na produção de eventos e vivencias musicais diversas, de ser o idealizador e diretor de execução do projeto Maratona Cultural Orquestra na Rua e do Festival Santista de Artistas de Rua... Ufa!... Além de tudo isso, Caio Forster é rastafari e gente boa! E nesta conversa, vai contar um pouco mais de si e de como vê as questões da cultura e sua atuação na sociedade em que vivemos! Aproveite!!

________________________________Uma palhinha da música “Respira”, produção autoral do nosso convidado, realizada durante a pandemia e gravada na coletânea “A granel”, do Sesc Santos. Ele conta mais sobre o projeto no episódio, confira. _________________________________ O *Podcast para ontem* é uma iniciativa do canal *Cacofonia Poética* que, para além de compartilhar poesias, quer abrir um espaço para conversar com artistas, agentes, produtores, ativistas e fazedores de cultura, para compartilhar seus saberes e pensar juntos onde se encontra a cultura marginalizada no jogo da ditadura burguesa e como a produção cultural pode impulsionar a revolução.

Conservador

cê conserva tanto preconceito,

conversa pelos cotovelos.

Tu vê-los, teus conceitos,

sem revê-los direito,

cês não enxergam direito,

relevaram muito fácil

suas contradições e seus erros.

Que bons costumes são esses

que costumam me dar ânsia?

Desinformação, intolerância

e o louvor à ignorância.

Tenho pavor desse sabor

de água benta envenenada

com ganância, trauma e dor,

fragância de almas torturadas.

Terapias que não foram dadas,

matérias que não foram estudadas,

e uma eterna injustiça na vida

que nunca deu em nada.

Mais fácil abraçar o impossível

e viver escorado no mito

seja da vida, da morte ou do infinito,

ou dessa políticagem de micos.

Dessa nossa reciclagem de lixos.

É o tal super-herói da pátria,

puta merda, pútrida falácia.

Põe podridão nisso, promessas,

perdas propositais, políticos promíscuos.

E o pior e que mais pesa, uma pena,

apenas 500 mil mortes banais.

Um brinde,

aos bons costumes, ao passado glorioso,

ao além, a um Deus misterioso.

Ao nosso presidente, o todo poderoso,

e ao abatedouro,

misericordioso.

.

Poema de Bruno Rosário

Interpretação: Bruno Rosário

Arte Elis e Allan

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NO BOLSO NADA

Joecio Dantas, vulgo Nozinho

No rastro do absurdo

Na aflição real

Na escaldante miséria

Sem sombra de capital

No bolso, nada

No bolso, nada

É um vácuo, um papo vazio

Curva de rios,

Tantos desafios,

Ruas sem saída,

Pensamentos vadios

No bolso, nada

No bolso, nada

No caminho, o obstáculo

No obstáculo, a vitória

Na vitória, a glória

Na ação, reação

No coração, emoção

Na mente, a razão

No bolso, nada

No bolso, nada

Somente a razão

Arte Elis e Allan

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de Joecio Dantas, vulgo Nozinho

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#poemas #poeta #podcasting #cacofoniapoética #cacofonia #cultura #periferia #arte #trabalhador #culturaproletária #artecrítica

“Cacofonia Poética” é um projeto feito por e para artistas, poetas, escritores e por que não músicos inquietos que queiram compartilhar suas produções e saberes.

Através de belezas críticas e debates ácidos, traz à tona questões que nos afetam enquanto humanos, artistas e inconformados.

Poesia e pensamento crítico andando de mãos dadas!

Toda semana tem poema novo de camaradas. Além de episódios especiais em forma de conversa e debate acerca das questões que nos perpassam enquanto criadores e reféns da ditadura capitalista, mais conhecida como democracia burguesa.

Entre em contato para enviar sua poesia e ser publicada no nosso canal.

Acompanhe os áudios das edições passadas

Link na bio!

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#artecrítica #poemas #ilustração # poesias

@cacofoniapoetica @coletivoculturalvianinha

Palestina فلسطين

Na Costa Sul da África

onde a humanidade nasceu

entre as monumentais cadeias montanhosas

naquele anfiteatro dos sonhos

cantei teu nome

Ao Norte do Rio Mississipi

entre suas ilhas de charcos congelados

outrora planalto ensolarado

ali naquela neve selvagem

escrevi teu nome

Ao Sul do Chile

entre irmãs e irmãos Mapuche

compartilhando o fogo ancestral

naquela terra sagrada

cultivei teu nome

A Nordeste do Brasil

na língua ventral do povo brasileiro

na cidade da Bahia, terreiro de Xangô

em iorubá

orei teu nome

No Alto do Pico Turquino

em Cuba

cuna revolucionária, Meca latina

naquela pátria campesina

saudei teu nome

Entre o café e o petróleo

ajoelhado sobre o solo de Santa Marta

onde caiu o Libertador

na América

chorei teu nome

No Porto de Enguaguassú

mar que ao novo se abre

na Ilha Guaiaó entre os guayanazes

sobre as águas de minha natalidade

sangrei teu nome

Mãe, Terra, minha Embaixada...

registra-me,

como Mahmud sou Árabe

Palestina será

toda terra por mim tocada

Arte Elis e Allan

Apoio Coletivo Cultural Vianinha

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Confira a publicação da semana:

de Walter Neto Titz | Intérprete : Elis Alonso

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