Cem anos do PCB
(p/ todos os camaradas que caíram nesse século de lutas)
Um século
é um tempo longo
para quem tramou o futuro nas sombras
e driblou o perigo em cada esquina.
Um século
é um tempo largo
para quem encantou a esperança
e mordeu o pesadelo cativando a ternura.
Um século
é um tempo vasto
para quem dormiu com o perigo
e teceu fios clandestinos
em cada canto de sombra.
Foram
tantos anos de luta
e tantos outros que virão.
Cada um a seu tempo
sempre namorando o futuro
e seduzindo a ousadia
nas franjas do desconhecido.
Ás vezes comemos o pão que o diabo amassou.
Outras, regamos com sangue a luta.
Mas sempre estivemos na linha de frente
semeando o futuro em segredo
e fertilizando a esperança.
Somos milhões de mãos solidárias
buscando arrancar da dor
o amor pela humanidade.
Foram cem anos de luta
plantando a rebeldia no escuro.
Nossa história está escrita nas ruas
nos muros, nas paredes
nas fábricas e nos campos.
Nas manhãs cinzentas e nas noites frias.
Porque, para os comunistas
a luta é como o pão de cada dia
a luta é o nosso alimento
e sem ela a vida não tem sentido.
Porque, como diz o cartaz
o vermelho é a cor do sangue
e o coração fica no lado esquerdo.
Caminhamos
apalpando pedras na noite
e também lutamos em céu aberto
enfeitando o horizonte
com as cores do arco-íris.
Mesmo clandestinos
os verdugos não apagaram a história
e nossos mortos renascem
em cada luta, em cada vitória do povo.
Nesses cem anos
a burguesia não nos deu trégua
e também não lhe demos um minuto de sossego.
Nosso canto
pode até ser feito nos escombros
mas sempre assusta os tiranos.
Edmilson Costa
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Poeta: Edmilson Costa | Interprete: Diego Monteiro
Edição Viny We
Arte Elis e Allan
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Allan Brasil - Desenhista e Instigador
Elis Alonso - Poetisa,Design e Palhaça
Michel Viana - Escritor e Poeta da Periferia
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