Depois de 580 dias da prisão arbitrária de Lula, da ascensão e queda da extrema direita no Brasil, o ministro Dias Toffoli parece estar arrependido por ter fechado os olhos por tanto tempo aos abusos da Lava Jato. Ao declarar “imprestáveis” provas obtidas pela força-tarefa de Curitiba com a Odebrecht, o magistrado classificou a condenação do atual presidente como “um dos maiores erros judiciários da história do País”. E acrescentou: a persecução de Sergio Moro e Deltan Dallagnol foi “o verdadeiro ovo da serpente dos ataques à democracia e às instituições que já se prenunciavam em ações e vozes desses agentes contra as instituições e ao próprio STF”.
Em maio, durante uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o ministro Gilmar Mendes fez uma declaração semelhante, ao identificar na República de Curitiba o “germe do fascismo”. Agora, com a operação sepultada e seus protagonistas desmoralizados, é fácil atirar pedras na Geni lavajatista. Quando Moro era incensado pela mídia como um herói nacional, a Suprema Corte estava “totalmente acovardada”, como disse Lula a Dilma Rousseff em março de 2016, às vésperas do impeachment fraudulento tramado por Eduardo Cunha, conforme uma interceptação telefônica divulgada ilegalmente pelo juiz que, dois anos e meio depois, acabou premiado com o cargo de ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Mendes e Toffoli ignoram, porém, que eles próprios alimentaram essa serpente e contrariaram decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU, para quem Lula teria o direito de disputar as eleições presidenciais de 2018.
O programa também aborda a visita de Lula à Índia para assumir a presidência rotativa do G20. Antes da viagem, o presidente tenta concluir a reforma ministerial para acomodar o Centrão em seu governo, tema da matéria de André Barrocal na edição semanal de CartaCapital. A reportagem de capa apresenta um estudo inédito do Monitor da Extrema Direita da Uerj, a mostrar como os bolsonaristas reagem à ruína de seu “Mito”. Mariana Serafini também comenta a controversa privatização da Corsan, a Companhia de Saneamento do Rio Grande do Sul, que corre sério risco de ser anulada pelo Tribunal de Contas do Estado.
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