As ruínas de Miróbriga, perto de Santiago do Cacém, são motivo de curiosidade desde o Renascimento, mas só nos anos 1980 passaram a ser tratadas com métodos arqueológicos modernos. José Carlos Quaresma fala-nos sobre os trabalhos de campo com registos estratigráficos e publicações académicas dessa cidade romana e a sua importância na rede económica do sudoeste da Península Ibérica. Recorda também características especiais de Miróbriga, como a sua ligação ao mar e às áreas agrícolas, o seu bem preservado hipódromo e a ausência de muralhas. O professor e investigador do CHAM destaca as conclusões da análise dos estudos da cerâmica como a terra sigillata, mais rigorosa do que a técnica do carbono 14: Miróbriga acompanhou as dinâmicas e os ritmos económicos das cidades romanas da fase republicana, até deixar de ser habitada no século VI, durante o período visigótico. A entrevista é conduzida por Joana Rodrigues.
Coordenador do grupo de investigação «Representações, discursos, materialidades e usos do passado» do CHAM, José Carlos Quaresma é Professor Auxiliar com Agregação do Departamento de História da NOVA FCSH e o Investigador Principal do Projecto «TabMir. As áreas comerciais de Miróbriga (séculos I-VI)». A sua investigação tem-se centrado no estudo tipológico e estratigráfico de cerâmicas finas e ânforas do período imperial romano e da Antiguidade tardia, na área atlântica peninsular e no Mediterrâneo ocidental.
No próximo episódio, retomamos a rubrica «Breve introdução a…» com Rodrigo Banha da Silva. O investigador apresenta-nos a arqueologia da morte.
O indicativo sonoro de «CHAM Talks, um podcast para ouvir ciência» utiliza «Bike Sharing To Paradise», de Dan Bordan (sem direitos de autor).