José Godoy fala sobre a obra do escritor maranhense Astolfo Marques, que era negro e viveu na passagem do século XIX para o XX. No livro 'A nova aurora', Astolfo relata um massacre de manifestantes negros ocorrido em São Luís dois dias após a proclamação da República. Para Godoy, Astolfo aborda questões sociais presentes até hoje e faz importante trabalho ao retratar os negros da época como cidadãos politicamente ativos.

José Godoy fala sobre o livro 'A pediatra', da escritora brasileira Andrea del Fuego. Cecília, a personagem principal, é uma médica pediatra que não gosta de crianças e vive os dilemas da vida contemporânea em São Paulo. Para o comentarista, livro é um dos melhores da 'safra pandêmica'. A história, em breve, também será adaptada para o cinema.

José Godoy fala sobre 'Salvatierra', romance do argentino Pedro Mairal, que também é autor de 'A uruguaia', obra que acaba de sair no Brasil. O comentarista também anuncia o livro do mês: 'Em um quarto estranho', do sul-africano Damon Galgut.

José Godoy comenta o romance 'Pessach: a Travessia', de Carlos Heitor Cony, escrito e ambientado nos anos 1960. O livro conta a história de Paulo Simões, uma espécie alter ego do autor, que vive suas questões pessoais num momento de ditadura.

José Godoy fala sobre o romance 'Kentukis', da escritora argentina Samanta Schweblin. No livro, robôs de pelúcia com câmeras possibilitam uma estranha relação entre o dono do brinquedo e a pessoa que assiste às imagens. Godoy destaca que há passagens engraçadas, mas que também provocam reflexões sobre temas como a solidão e o avanço tecnológico.

José Godoy comenta o livro assinado por por José Agudo, um pseudônimo para o português José da Costa Sampaio. Ele retrata a história e a sociedade paulistana do século XX, período da Belle Époque literária, com um quê de sátira. O contexto é de transição na cidade de São Paulo e no país, que está começando a se desvencilhar da República Velha. 'É um bom retrato da elite nesse período de transição da cidade', diz.

Era 1850 quando Dom Pedro II queria mapear o Brasil e criar uma ideia de nação mais clara ao exterior. 'É muito no contexto do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, que é, provavelmente, o grande órgão científico de pesquisa do século XIX no Brasil', destaca Zé Godoy. Os camelos foram escolhidos por serem capazes de percorrer longas distâncias e carregar peso. Em 1995, a história virou tema de carnaval da Imperatriz Leopoldinense.

A morte - que tocou profundamente a vida da autora - é tema recorrente em seu trabalho, perpassado pela guerra. Por isso, suas poesias também são documentos importante sobre a história norte-americana, destaca José Godoy. A obra completa de Dickinson chega ao Brasil pela primeira vez, com tradução de Adalberto Müller, em trabalho conjunto das editoras da UnB e da Unicamp.

Zé Godoy comenta o romance da escritora argentina, que ele define como umas das principais vozes literárias do país. 'Não são homens urbanos, como a gente muitas vezes vê na literatura contemporânea, são homens de outra região', conta o comentarista. A história se passa na época da província da Argentina, 'com outros tipos de relações de afeto e outro tipo de homem ser humano, é invadido por uma natureza muito forte'.

Para 'combater a tristeza nacional', Zé Godoy traz ao Clube do Livro em setembro apenas indicações de poesia. O poeta da vez é Leonardo Fróes, escritor 'radicalmente atualizado', além de um dos principais tradutores do país. Segundo Godoy, o poeta transmite para o papel sua vida em meio à natureza, com pegada reflexiva e original. O livro mais recente de Fróes é 'Poesia Reunida (1968-2021)', da editora 34.