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As pessoas com deficiência representam 16% da população mundial e cerca de 80% vivem em países do Sul Global, com maior vulnerabilidade aos efeitos das alterações climáticas. O presidente da Associação cabo-verdiana de Deficientes, Bernardino Gonçalves, defende a necessidade de incluir as pessoas com deficiência nestas negociações e lembra que a questão da paz também deveria estar em cima da mesa.
As pessoas com deficiência representam 16% da população mundial e cerca de 80% vivem em países do Sul Global, com maior vulnerabilidade aos efeitos das alterações climáticas. Estas pessoas são frequentemente as mais afectadas pelos desastres climáticos. Todavia apenas 8% dos planos de resposta a catástrofes, em todo o mundo, evocam explicitamente as necessidades das pessoas com deficiência, incluindo os planos de evacuação.
Diz o Inquérito Global de 2023 sobre Pessoas com Deficiência e Desastres, conduzido pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), que o mundo deve agir face às falhas inaceitáveis na protecção das pessoas com deficiência contra desastres.
Os resultados do estudo mostram progressos limitados na inclusão de pessoas com deficiência nos últimos 10 anos, sem diferenças significativas entre regiões.
A participar pela primeira vez numa Cimeira das Nações Unidas sobre alterações climáticas está o presidente da Associação cabo-verdiana de Deficientes, Bernardino Gonçalves. Em entrevista à RFI, o dirigente associativo falou na importância das organizações não-governamentais nos avanços das acções climáticas e também da necessidade de incluir as pessoas com deficiência nestas negociações:
As pessoas com deficiência pagam um preço mais elevado [nos efeitos das alterações climáticas]. Desde logo na evacuação, por exemplo, quando se diz que tem de ser rápido, temos essas limitações, somos afectados de maneira mais severa.
Daí que haja a necessidade de participarmos de forma efectiva, desde a tomada de decisão até à implementação, porque muitas vezes há o risco de trazerem políticas prontas para serem implementados, mas que na prática são de difícil implementação porque não foram pensadas connosco.
Em Baku, as partes retomaram esta segunda-feira, 18 de Novembro, as negociações "num momento crítico" da conferência sobre o clima da ONU. Os resultados da primeira semana de negociações na COP29 foram praticamente nulos, segundo a opinião geral. O objectivo é estabelecer no quadro das Nações Unidas um financiamento anual de cerca de 1.000 mil milhões de dólares em ajuda climática para os países em desenvolvimento.
Bernardino Gonçalves lembra que a questão do financiamento é muito importante, nomeadamente para os países em desenvolvimento, mas sublinha que a paz também deveria estar em cima da mesa. “Até que ponto a paz que não temos contribui negativamente para as respostas às alterações climáticas?”, questiona.
Há muita coisa a correr. Não pude acompanhar tudo, mas a minha sensação é que estamos numa “COP do financiamento”, está a falar-se do financiamento, mas parece-me que há um assunto que está a passar ao lado: até que ponto a paz, que não temos, neste momento no mundo, contribui negativamente para as respostas às alterações climáticas?
Que fundos estão a ser alocados para esta terceira guerra mundial em pedaços?
Até que ponto isto está a desviar atenção, energia e recursos que poderíamos estar a concentrar na crise climática?”.
O presidente da Associação cabo-verdiana de Deficientes apela por fim à “rebeldia da esperança” para ajudar a lidar com as mudanças climáticas.
As pessoas com deficiência representam 16% da população mundial e cerca de 80% vivem em países do Sul Global, com maior vulnerabilidade aos efeitos das alterações climáticas. O presidente da Associação cabo-verdiana de Deficientes, Bernardino Gonçalves, defende a necessidade de incluir as pessoas com deficiência nestas negociações e lembra que a questão da paz também deveria estar em cima da mesa.
As pessoas com deficiência representam 16% da população mundial e cerca de 80% vivem em países do Sul Global, com maior vulnerabilidade aos efeitos das alterações climáticas. Estas pessoas são frequentemente as mais afectadas pelos desastres climáticos. Todavia apenas 8% dos planos de resposta a catástrofes, em todo o mundo, evocam explicitamente as necessidades das pessoas com deficiência, incluindo os planos de evacuação.
Diz o Inquérito Global de 2023 sobre Pessoas com Deficiência e Desastres, conduzido pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres (UNDRR), que o mundo deve agir face às falhas inaceitáveis na protecção das pessoas com deficiência contra desastres.
Os resultados do estudo mostram progressos limitados na inclusão de pessoas com deficiência nos últimos 10 anos, sem diferenças significativas entre regiões.
A participar pela primeira vez numa Cimeira das Nações Unidas sobre alterações climáticas está o presidente da Associação cabo-verdiana de Deficientes, Bernardino Gonçalves. Em entrevista à RFI, o dirigente associativo falou na importância das organizações não-governamentais nos avanços das acções climáticas e também da necessidade de incluir as pessoas com deficiência nestas negociações:
As pessoas com deficiência pagam um preço mais elevado [nos efeitos das alterações climáticas]. Desde logo na evacuação, por exemplo, quando se diz que tem de ser rápido, temos essas limitações, somos afectados de maneira mais severa.
Daí que haja a necessidade de participarmos de forma efectiva, desde a tomada de decisão até à implementação, porque muitas vezes há o risco de trazerem políticas prontas para serem implementados, mas que na prática são de difícil implementação porque não foram pensadas connosco.
Em Baku, as partes retomaram esta segunda-feira, 18 de Novembro, as negociações "num momento crítico" da conferência sobre o clima da ONU. Os resultados da primeira semana de negociações na COP29 foram praticamente nulos, segundo a opinião geral. O objectivo é estabelecer no quadro das Nações Unidas um financiamento anual de cerca de 1.000 mil milhões de dólares em ajuda climática para os países em desenvolvimento.
Bernardino Gonçalves lembra que a questão do financiamento é muito importante, nomeadamente para os países em desenvolvimento, mas sublinha que a paz também deveria estar em cima da mesa. “Até que ponto a paz que não temos contribui negativamente para as respostas às alterações climáticas?”, questiona.
Há muita coisa a correr. Não pude acompanhar tudo, mas a minha sensação é que estamos numa “COP do financiamento”, está a falar-se do financiamento, mas parece-me que há um assunto que está a passar ao lado: até que ponto a paz, que não temos, neste momento no mundo, contribui negativamente para as respostas às alterações climáticas?
Que fundos estão a ser alocados para esta terceira guerra mundial em pedaços?
Até que ponto isto está a desviar atenção, energia e recursos que poderíamos estar a concentrar na crise climática?”.
O presidente da Associação cabo-verdiana de Deficientes apela por fim à “rebeldia da esperança” para ajudar a lidar com as mudanças climáticas.
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