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Arrancou esta segunda-feira a segunda e última semana da COP30, Cimeira das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que decorre em Belém do Pará, Brasil, em plena Amazónia. Miguel de Barros, director da ONG guineense Tiniguena, sublinha que “apesar de 26% do território guineense serem áreas protegidas", o país "continua sem mecanismos de detecção, sem tecnologia para mitigação ou adaptação e altamente vulnerável”.
Arrancou esta segunda-feira a segunda e última semana da COP30, Cimeira das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que decorre em Belém do Pará, Brasil, em plena Amazónia. Em cima da mesa, continua a falta de ambição das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) e o financiamento climático. Entre os participantes, e longe da campanha eleitoral para as eleições gerais da Guiné-Bissau, está Miguel de Barros, director da ONG guineense Tiniguena, que sublinha que “apesar de 26% do território guineense serem áreas protegidas, [o país] continua sem mecanismos de detecção, sem tecnologia para mitigação ou adaptação e altamente vulnerável” às consequências do aquecimento global do planeta.
Segundo Miguel de Barros, a primeira semana da COP30 foi marcada por “forte expectativa” após o discurso de Lula da Silva, que anunciou um novo mecanismo de financiamento directo para comunidades que preservam florestas tropicais. Uma “grande novidade”, afirma, por permitir que o acesso aos fundos seja feito pelos próprios beneficiários, e não apenas por doadores.
O sociólogo sublinhou, ainda, que os protestos dos povos indígenas, junto à Zona Azul, onde decorrem as negociações oficiais, que reclamavam mais representatividade no processo, acabou por alertar para os “riscos de falta de legitimidade” das decisões. Esta contestação, veio somar-se à Marcha da Cúpula dos Povos, que reuniu milhares de pessoas e entregou à presidência da COP30 uma declaração com críticas mas também propostas de transição justa, solidária e sustentável.
Ao entrar na segunda semana, Miguel de Barros identifica dois grandes impasses nesta COP30: o financiamento climático e os indicadores que deverão sustentar novos compromissos. Países africanos exigem metas claras e mecanismos de verificação, enquanto países desenvolvidos afirmam não haver tempo para tal nível de detalhe. Há, inclusive, quem interprete a posição africana como uma estratégia para adiar a implementação de compromissos até à COP32, marcada para a Etiópia.
Questionado sobre o contexto nacional, Miguel de Barros é claro: apesar de 26% do território guineense serem áreas protegidas e das culturas locais favorecerem a preservação da natureza, o país continua sem mecanismos de detecção das mudanças climáticas, sem tecnologia para mitigação ou adaptação e altamente vulnerável.
Ainda assim, Barros recusa o pessimismo. O activista lembra que, em 1992, após a Cimeira do Rio, as autoridades nem queriam ouvir falar de áreas protegidas, hoje fundamentais para a biodiversidade e segurança alimentar do país. A mudança, defende, virá do investimento contínuo em educação ambiental, do fortalecimento das capacidades comunitárias e da pressão civil para políticas e leis mais robustas.
“Se conseguirmos avançar nestes três níveis, podemos ter um quadro muito mais favorável em 2030 do que o que temos agora”, conclui.
By RFI PortuguêsArrancou esta segunda-feira a segunda e última semana da COP30, Cimeira das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que decorre em Belém do Pará, Brasil, em plena Amazónia. Miguel de Barros, director da ONG guineense Tiniguena, sublinha que “apesar de 26% do território guineense serem áreas protegidas", o país "continua sem mecanismos de detecção, sem tecnologia para mitigação ou adaptação e altamente vulnerável”.
Arrancou esta segunda-feira a segunda e última semana da COP30, Cimeira das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, que decorre em Belém do Pará, Brasil, em plena Amazónia. Em cima da mesa, continua a falta de ambição das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) e o financiamento climático. Entre os participantes, e longe da campanha eleitoral para as eleições gerais da Guiné-Bissau, está Miguel de Barros, director da ONG guineense Tiniguena, que sublinha que “apesar de 26% do território guineense serem áreas protegidas, [o país] continua sem mecanismos de detecção, sem tecnologia para mitigação ou adaptação e altamente vulnerável” às consequências do aquecimento global do planeta.
Segundo Miguel de Barros, a primeira semana da COP30 foi marcada por “forte expectativa” após o discurso de Lula da Silva, que anunciou um novo mecanismo de financiamento directo para comunidades que preservam florestas tropicais. Uma “grande novidade”, afirma, por permitir que o acesso aos fundos seja feito pelos próprios beneficiários, e não apenas por doadores.
O sociólogo sublinhou, ainda, que os protestos dos povos indígenas, junto à Zona Azul, onde decorrem as negociações oficiais, que reclamavam mais representatividade no processo, acabou por alertar para os “riscos de falta de legitimidade” das decisões. Esta contestação, veio somar-se à Marcha da Cúpula dos Povos, que reuniu milhares de pessoas e entregou à presidência da COP30 uma declaração com críticas mas também propostas de transição justa, solidária e sustentável.
Ao entrar na segunda semana, Miguel de Barros identifica dois grandes impasses nesta COP30: o financiamento climático e os indicadores que deverão sustentar novos compromissos. Países africanos exigem metas claras e mecanismos de verificação, enquanto países desenvolvidos afirmam não haver tempo para tal nível de detalhe. Há, inclusive, quem interprete a posição africana como uma estratégia para adiar a implementação de compromissos até à COP32, marcada para a Etiópia.
Questionado sobre o contexto nacional, Miguel de Barros é claro: apesar de 26% do território guineense serem áreas protegidas e das culturas locais favorecerem a preservação da natureza, o país continua sem mecanismos de detecção das mudanças climáticas, sem tecnologia para mitigação ou adaptação e altamente vulnerável.
Ainda assim, Barros recusa o pessimismo. O activista lembra que, em 1992, após a Cimeira do Rio, as autoridades nem queriam ouvir falar de áreas protegidas, hoje fundamentais para a biodiversidade e segurança alimentar do país. A mudança, defende, virá do investimento contínuo em educação ambiental, do fortalecimento das capacidades comunitárias e da pressão civil para políticas e leis mais robustas.
“Se conseguirmos avançar nestes três níveis, podemos ter um quadro muito mais favorável em 2030 do que o que temos agora”, conclui.

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