As primeiras páginas dos jornais franceses apresentam-se diversificadas tanto a nível nacional como internacional.
Casa Mélenchon fissurada à luz de todos, titula, LE MONDE. O partido França submissa atravessa há várias semanas tensões tendo como pano de fundo a formação de listas para as eleições europeias. Vários quadros denunciam falta de democracia interna, opacidade e dificuldade de exprimir divergências com a direcção do movimento.
O último episódio é a saída de Djordje Kuzmanovic, fiel de Mélenchon que defendia uma linha republicana e soberanista. Este ex-porta-voz critica violentamente a "exterma concentração" de poder à frente do partido, sentimento partilhado igualmente por outras figuras partidárias que não partilham as opções de Kuzmanovic, acrescenta LE MONDE.
Por seu lado, LIBÉRATION, titula sobre o negócio de apartamentos-espeluncas em Marselha. O desmoronamento de dois prédios a 5 de novembro, seguido de numerosas evacuações, veio questionar a ausência de escrúpulos de proprietários que tiram proveito da procura dessas habitações. Entre os proprietários, figuram eleitos locais, a dirigente de uma cadeia de salões de beleza, médicos, joalheiros, advogados e patrões de bares.
Quando os mídias se tornam alvos, titula, LA CROIX. Cada vez mais, dirigentes políticos e manifestantes atacam jornalistas, algumas vezes, mesmo fisicamente. Vários jornalistas foram confrontados com uma violência inédita nas manifestações dos coletes amarelos.
Este clima de hostilidade em relação aos meios de comunicação social é amplificada por ataques verbais nas redes sociais. Há iniciativas lançadas aqui e acolá para o reatamento do diálogo e a profissão lançou um apelo à responsabilização, nota LA CROIX.
Mudando de assunto, LE FIGARO, titula, migrantes: o projecto da ONU, que divide a Europa. O pacto mundial sobre as migrações, que deve ser submetido à aprovação por ocasião da cimeira de 10 e 11 de dezembro, em Marraqueche, exacerba as tensões.
O pacto que deve ser assinado numa cimeira de Marrocos, desencadeou fortes paixões e suscita debandadas nomeadamente na Europa. Os governos da Europa central começam a dessolidarizar-se, a começar pela Hungria. A polémica ganha terreno noutras democracias ocidentais, refletindo o estado de febrilidade de opiniões sobre a questão migratória, acrescenta LE FIGARO.
Por seu lado, LE MONDE, destaca a Itália, onde a coligação só está unida em relação à Europa. Matteo Salvini e Luigi di Maio governam multiplicando fricções entre os seus dois partidos. 5 meses depois de terem chegado ao poder, o Movimento 5 estrelas de Luigi di Maio e a Liga de Matteo Salvini puseram de pé um modo de funcionamento inédito, feito de fricções permanentes, ameaças de tuptura e de reconciliações, a ponto de darem a impressão de que passam o tempo todo a guerrear-se ao invés de governarem o país.
Enfim, em relação à África, o mesmo vespertino, dá relevo ao debate sobre a devolução de obras de arte africanas ao continente africano. Um relatório preconiza o retorno do património cultural ao continente de origem. Mas a implementação jurídica deste princípio e o perímetro da restituição suscitam divergências.
Para a especialista de direito artístico, Corinne Hershkovith, já é tempo de as populações africanas terem acesso a essas obras de arte africanas. Por seu lado, o historiador de arte, Julien Volper, afirma que em nome do arrependimento colonial, os museus europeus, correm o risco de ficarem vazios, sublinha, LE MONDE.
L'HUMANITÉ, por sua vez, titula, biodiversidade ameaçada, urgência de um sobressalto. A luta contra a desflorestação e preservação de recursos haliêuticos estão no coração da COP14, organizada pela ONU. A conferência internacional consagrada à preservação do ser vivo termina no Egipto, abrindo a via para dois anos de negociações que desembocarão em 2020, num novo quadro de acção mundial para salvar espécies e ecossistemas.