Jeremias, um gato, personagem de um novo texto de uma amiga minha, observa com sarcasmo o quotidiano empobrecido dis seus tutores. Interroga-se por que raio nao sonham estes humanos, nem brincam, nem dormem sestas gigantes. Um olhar que, por distante e plástico ser, nos convida a questionar as zonas de conforto em que nos escondemos diariamente.

Quanto tempo demoramos, nós as mulheres, para sair de casa? Sim, a sentir que estamos bem, haja o que houver, como dizia a canção? Muito, pouco ou...assim, assim?

A adolescência dos filhos é um período longo, complexo, de mudanças gigantescas para uma nova construção interna.

É uma fase de inúmeros desafios para todos, mães, pais e filhos, há algumas "chaves-mestras" que podem facilitar a vida de todos. É importante refletir sobre elas, até porque, elas prometem auxiliar muito o desenvolvimento dos jovens em saúde mental e psicológica.

Na rapidez dos dias, a procura de soluções para os nossos mal-estares acompanha a pressa. Uma pressa que visa cada vez mais o alcance do "alivio". Mas, aliviar e curar, são a mesma coisa? Aliviar e aprender a sentir a dor, o que será mais e melhor saudável?

Desuso ou fora de moda?

Falar, escrever, contar que "já me aconteceu", sobre saúde mental, afinal ajuda ou normaliza algumas categorias do adoecer?

Até que ponto, visamos hoje, apenas, expulsar de nós, mal-estares insuportáveis que moravam cá dentro, envergonhados, escondidos, impossíveis de confessar?

Até que ponto estamos a tornarnos verborreicos sobre saúde mental?

Nem sempre as relações amorosas que vivemos se podem adjetivar de qualidade plena.

No mundo atual em que, cada vez mais, as relações sao superficiais e descartáveis, vale a pena repensar alguns dos critérios que andamos a deixar cair em desuso.

Abracemos num silêncio criativo a nossa finitude. Revisitem-se em memórias vivas, todos os que perdemos e aprendamos a cada 1 de Novembro que o medo é um móbil da vida.

Será Normal legitimar um discurso geral em que todo e qualquer um de nós, se tenha de mascarar desde cedo - alerto!, desde cedo - antes de sair à rua?

Qual é o espaço para se crescer em tranquilidade e apreço pessoal, na autenticidade de nós?

O que nos fará aceitar que as nossas crianças e jovens se comecem a maquilhar e a disfarçar, como se fossem todas imperfeitas?

Momentos curtos, partilhados ao ritmo da vida e da clínica psicológica para alimentar o sentido crítico e reflexivo sobre as coisas que vivemos.