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O primeiro-ministro francês recebeu esta segunda-feira, 23 de Setembro, os 39 novos ministros e secretários de Estado que compõem o novo executivo. Durante o “pequeno-almoço governamental”, Michel Barnier pediu aos membros do executivo que sejam “irrepreensíveis e que respeitem todos os partidos políticos”. Rafael Lucas, professor universitário em Bordéus, considera que o objectivo do primeiro-ministro francês é "manter-se no poder até às próximas eleições".
O primeiro-ministro francês recebeu esta manhã no palácio de Matignon os 39 novos ministros e secretários de Estado que compõem o novo executivo. Durante o “pequeno-almoço governamental”, Michel Barnier pediu aos membros do executivo que sejam “irrepreensíveis e que respeitem todos os partidos políticos”. O novo chefe do executivo francês convidou os ministros e secretários de Estado a “agir mais do que comunicar” e a “agir antes de comunicar”, prometendo um Governo “republicano, progressista e europeu”.
Em entrevista à RFI, Rafael Lucas, analista político e professor universitário em Bordéus considera que o objectivo do primeiro-ministro Michel Barnier é concentra-se nas necessidades do eleitorado francês.
RFI: O primeiro-ministro Michel Barnier pediu aos membros do executivo para serem irrepreensíveis e a trabalharem mais e a comunicarem mais. Que mensagem quis enviar Michel Barnier aos membros do executivo e à população francesa?
Rafael Lucas, analista político e professor universitário em Bordéus: a mensagem foi de privilegiar o enfoque técnico e evitar, por enquanto, as declarações que seriam de tipo ideológico ou partidário, optando por se concentrar no aspecto técnico. Desde o início, a mensagem de Michel Barnier foi a de privilegiar as preocupações quotidianas do eleitorado francês.
O Presidente Emmanuel Macron disse que queria um Governo de união nacional. Considera que este objectivo foi atingido?
Não, esse objectivo não foi atingido. Os partidos de esquerda que formam a Nova Frente Popular, sentem-se defraudados por não terem o número de ministros que corresponde aos resultados que obtiveram nas urnas. Quanto ao Partido Republicano , podemos afirmar que vários ministros foram favorecidos na composição deste executivo.
O Governo não reflecte o resultado das urnas?
O Presidente tinha duas opções. A primeira passaria por respeitar os resultados das urnas, nomeando os ministros da esquerda A segunda passaria por ter em conta a possibilidade do bloqueio que representa o partido de extrema-direita- União Nacional. O partido de Marine le Pen pode, a qualquer momento, bloquear o executivo na Assembleia Nacional. [Emmanuel Macron] optou por privilegiar a segunda opção.
O novo ministro francês do Interior, Bruno Retailleau, disse que a prioridade é restabelecer a ordem no país. Pode-se esperar um reforço das políticas de imigração?
O Governo de Michel Barnier vai ter de dar garantias na política da imigração e mostrar que dá provas de firmeza e de autoridade, tentado racionalizar mais a política de imigração para evitar ser derrubado pela União Nacional.
Michel Barnier prometeu que não vai aumentar os impostos da classe média, daqueles que trabalham em França. Onde irá então buscar dinheiro para nivelar as contas do país?
Ele não pode mexer nos impostos. Nem a classe média, nem as classes populares aceitariam [uma nova subida de impostos]. Desta forma, Michel Barnier vai tentar [buscar esse dinheiro] às empresas multinacionais, como a petrolífera Total, ou nas grandes empresas comerciais, o caso das redes de supermercado- como o Casino. Esta ideia pode ter algumas vantagens, porque ninguém vai reclamar se aumentarem os impostos dos mais ricos.
O grande desafio deste executivo é manter-se no poder?
Acho que é um Governo que não está programada para durar mas, no melhor dos casos, vai até às próximas eleições. É preciso lembrar que os franceses não têm a cultura dos Governos de coligação- como é o caso da Alemanha.
Qual será o papel dos partidos de oposição?
O papel da oposição, principalmente da esquerda, deveria ser uma aposta numa maior organização -acabar com a fragmentação- e preparar-se para as próximas eleições. Penso que devem organizar-se e acabar com o aspecto polémico. Mas isso é o que eu penso que os partidos de esquerda deveriam fazer. Todavia, não tenho a certeza de que é isso que vai acontecer. É preciso lembrar que estes partidos têm uma cultura da polémica e da provocação….
Este executivo está “seguro por pinças” na Assembleia Nacional pelo partido de extrema-direita – a União Nacional. Marine Le Pen que se referiu a este executivo como um Governo de transição. Michel Barnier vai ser obrigado a ceder às exigências de Marine Le Pen?
Ele não pode ceder a todas muitas exigências da Marine Le Pen, isso seria uma situação de chantagem. A própria União Nacional não tem a certeza de que -num cenário de queda do Governo- seria reeleita nas mesmas proporções. Para eles, a queda do Governo também representa um risco. A incógnita é enorme.
A Presidente do partido União Nacional vai começar a ser ouvida no caso dos empregos fictícios. Este julgamento poderá, de certa forma, afectar a imagem de Marine Le Pen?
Não acho que vá afectar a imagem de Marine le Pen. No passado, já houve imensos dirigentes políticos- Donald Trump e Nicolas Sarkozy, com casos em tribunal e isso não teve qualquer efeito. Acredito que possa ter algum efeito, mas não ao ponto de enfraquecer o movimento político.
O primeiro-ministro francês recebeu esta segunda-feira, 23 de Setembro, os 39 novos ministros e secretários de Estado que compõem o novo executivo. Durante o “pequeno-almoço governamental”, Michel Barnier pediu aos membros do executivo que sejam “irrepreensíveis e que respeitem todos os partidos políticos”. Rafael Lucas, professor universitário em Bordéus, considera que o objectivo do primeiro-ministro francês é "manter-se no poder até às próximas eleições".
O primeiro-ministro francês recebeu esta manhã no palácio de Matignon os 39 novos ministros e secretários de Estado que compõem o novo executivo. Durante o “pequeno-almoço governamental”, Michel Barnier pediu aos membros do executivo que sejam “irrepreensíveis e que respeitem todos os partidos políticos”. O novo chefe do executivo francês convidou os ministros e secretários de Estado a “agir mais do que comunicar” e a “agir antes de comunicar”, prometendo um Governo “republicano, progressista e europeu”.
Em entrevista à RFI, Rafael Lucas, analista político e professor universitário em Bordéus considera que o objectivo do primeiro-ministro Michel Barnier é concentra-se nas necessidades do eleitorado francês.
RFI: O primeiro-ministro Michel Barnier pediu aos membros do executivo para serem irrepreensíveis e a trabalharem mais e a comunicarem mais. Que mensagem quis enviar Michel Barnier aos membros do executivo e à população francesa?
Rafael Lucas, analista político e professor universitário em Bordéus: a mensagem foi de privilegiar o enfoque técnico e evitar, por enquanto, as declarações que seriam de tipo ideológico ou partidário, optando por se concentrar no aspecto técnico. Desde o início, a mensagem de Michel Barnier foi a de privilegiar as preocupações quotidianas do eleitorado francês.
O Presidente Emmanuel Macron disse que queria um Governo de união nacional. Considera que este objectivo foi atingido?
Não, esse objectivo não foi atingido. Os partidos de esquerda que formam a Nova Frente Popular, sentem-se defraudados por não terem o número de ministros que corresponde aos resultados que obtiveram nas urnas. Quanto ao Partido Republicano , podemos afirmar que vários ministros foram favorecidos na composição deste executivo.
O Governo não reflecte o resultado das urnas?
O Presidente tinha duas opções. A primeira passaria por respeitar os resultados das urnas, nomeando os ministros da esquerda A segunda passaria por ter em conta a possibilidade do bloqueio que representa o partido de extrema-direita- União Nacional. O partido de Marine le Pen pode, a qualquer momento, bloquear o executivo na Assembleia Nacional. [Emmanuel Macron] optou por privilegiar a segunda opção.
O novo ministro francês do Interior, Bruno Retailleau, disse que a prioridade é restabelecer a ordem no país. Pode-se esperar um reforço das políticas de imigração?
O Governo de Michel Barnier vai ter de dar garantias na política da imigração e mostrar que dá provas de firmeza e de autoridade, tentado racionalizar mais a política de imigração para evitar ser derrubado pela União Nacional.
Michel Barnier prometeu que não vai aumentar os impostos da classe média, daqueles que trabalham em França. Onde irá então buscar dinheiro para nivelar as contas do país?
Ele não pode mexer nos impostos. Nem a classe média, nem as classes populares aceitariam [uma nova subida de impostos]. Desta forma, Michel Barnier vai tentar [buscar esse dinheiro] às empresas multinacionais, como a petrolífera Total, ou nas grandes empresas comerciais, o caso das redes de supermercado- como o Casino. Esta ideia pode ter algumas vantagens, porque ninguém vai reclamar se aumentarem os impostos dos mais ricos.
O grande desafio deste executivo é manter-se no poder?
Acho que é um Governo que não está programada para durar mas, no melhor dos casos, vai até às próximas eleições. É preciso lembrar que os franceses não têm a cultura dos Governos de coligação- como é o caso da Alemanha.
Qual será o papel dos partidos de oposição?
O papel da oposição, principalmente da esquerda, deveria ser uma aposta numa maior organização -acabar com a fragmentação- e preparar-se para as próximas eleições. Penso que devem organizar-se e acabar com o aspecto polémico. Mas isso é o que eu penso que os partidos de esquerda deveriam fazer. Todavia, não tenho a certeza de que é isso que vai acontecer. É preciso lembrar que estes partidos têm uma cultura da polémica e da provocação….
Este executivo está “seguro por pinças” na Assembleia Nacional pelo partido de extrema-direita – a União Nacional. Marine Le Pen que se referiu a este executivo como um Governo de transição. Michel Barnier vai ser obrigado a ceder às exigências de Marine Le Pen?
Ele não pode ceder a todas muitas exigências da Marine Le Pen, isso seria uma situação de chantagem. A própria União Nacional não tem a certeza de que -num cenário de queda do Governo- seria reeleita nas mesmas proporções. Para eles, a queda do Governo também representa um risco. A incógnita é enorme.
A Presidente do partido União Nacional vai começar a ser ouvida no caso dos empregos fictícios. Este julgamento poderá, de certa forma, afectar a imagem de Marine Le Pen?
Não acho que vá afectar a imagem de Marine le Pen. No passado, já houve imensos dirigentes políticos- Donald Trump e Nicolas Sarkozy, com casos em tribunal e isso não teve qualquer efeito. Acredito que possa ter algum efeito, mas não ao ponto de enfraquecer o movimento político.
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