Chama-se Basílio de Jesus Gonçalves Domingues, nasceu em 1934 em Travassos, Terras do Bouro, mas em 1953 tomou o nome de Frei Bento Domingues, quando entrou para Ordem dos Pregadores ou frades dominicanos. Estudou Filosofia em Fátima e Teologia em Salamanca, Toulouse e Roma. Na infância fazia sermões às ovelhas com quem partilhava os montes e o eco dos penedos. Disse em entrevistas anteriores que viveu sempre no espanto, e é muito bonita e poética uma pergunta que já fazia nos primeiros anos de vida: “como é que as pessoas ainda não tocaram o céu?”.
Aos 13 anos decidiu que o caminho seria o do serviço aos outros através da religião por causa de um padre brasileiro a viver em França que estava de férias em Portugal, e que fazia pregações cheias de parábolas sobre as pessoas do campo mas, sobretudo, cheias de alegria. Uma proposta diferente da que o nosso convidado conhecia, já que cresceu num ambiente em que predominava a religião do medo.
O medo é precisamente aquilo que Frei Bento Domingues recusa na relação de qualquer ser humano com Deus ou com a religião e será essa uma das suas bandeiras. Volto a citá-lo quando diz “eu não admito que se assuste ninguém. Para mim a religião é a alegria.”