Habituámo-nos a ouvi-lo na rádio, todas as manhãs, reflectir sobre o mundo à nossa volta, o que vem e não vem nas notícias.
Fernando Alves, 70 aos, começou por escutar a
“magia da rádio” ainda adolescente no Rádio Clube de Benguela, em Angola. Já em Portugal, esteve mais de uma década na RDP - Antena 1, antes de ajudar a fundar a cooperativa de onde haveria de nascer a TSF. Aos
microfones dessa rádio, e ao longo de 35 anos, fez tudo menos relatos de futebol. É dele a frase “até ao fim da rua, até ao fim do mundo", que encerra uma espécie de tratado sobre uma certa visão do jornalismo.
De regresso à Antena 1, assina agora uma crónica
diária, de segunda a sexta, chamada “Os Dias que Correm”.
Tem uma relação precoce com os livros iniciada ainda em Angola, quando era adolescente, e uma admiração por alguns autores que veio a conhecer já em Portugal nos muitos caminhos da rádio. Herberto Helder é um deles, mas também, por exemplo, Fernando Assis Pacheco ou António José Forte.
Nesta primeira parte do podcast, conversamos sobre alguns dos poemas de que mais gosta e sobre os poetas, os seus mestres.
Conta-nos que pode visitar de propósito um lugar por causa de um poema, ou até ler um livro de ficção nos locais onde a narrativa decorre.
Para Fernando Alves, que não sabe poemas de cor mas tem inúmeros versos que o acompanham pelos dias, os poetas são uma espécie de feiticeiros e "a poesia é como comer um cacho de uvas todos os dias, vais ali depenicar. Deixa-me ir ali depenicar um poema".
Nesta primeira parte, depenicamos 5 poemas:
Herberto Helder – Fonte – No sorriso louco das mães
Daniel Faria – Sabes, leitor, que estamos ambos na mesma
António José Forte – Dia a Dia Amante do Poeta
Jorge de Sena – Soneto do Envelhecer