Uma história de resultados positivos, negativos e inconclusivos, ilustra bem a saga da maioria dos cientistas desse mundo. Uma tônica comum dos ganhadores de prêmios Nobel é de como um fracasso, um resultado negativo ou um experimento que não deu certo, abriu caminho para os achados realmente importantes e quebras de paradigmas que resultaram nas suas premiações. Nem é preciso dizer que raramente temos a mesma sorte destes ilustres e brilhantes premiados, mas conto aqui um pouco da minha vivência quando iniciamos a busca de genes que pudessem explicar por que, de uma população acometida da doença de Chagas, em torno de 1/3 progride para uma cardiomiopatia crônica do tipo dilatada, enquanto a maioria dos demais permanece assintomático por toda a vida. Encabeçados por Edécio Cunha-Neto e com a estreita colaboração de Barbara Ianni e Charles Mady e outros médicos do InCor, iniciamos os estudos.