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Após dois dias consecutivos de ataques a aparelhos electrónicos por parte de Israel ao Hezbollah, organização terrorista que actua no Sul do Líbano, a guerra no Médio Oriente parece estar a expandir-se abertamente a outros movimentos que apoiam o Hamas, podendo chegar rapidamente ao Irão.
Pagers, walkie-talkies e outros aparalhos electrónicos foram esta semana alvo de ataques não reivindicados por parte de Israel no Líbano, visando especialmente o Hezbollah, uma das maiores fontes de apoio ao Hamas, na Faixa de Gaza. Para Ivo Sobral, coordenador de mestrado de Relações Internacionais na Universidade de Abu Dhabi, está é uma declaração de guerra de Israel a este movimento terrorista.
"É um ataque em larga escala, com uma grande complexidade que não sabemos há quanto tempo estaria a ser preparado, mas seguramente terá demorado bastantes meses ou até anos para Israel preparar este ataque. Neste momento ainda não sabemos os números exactos de vítimas no Líbano. O Hezbollah está a ser fortemente atacado por Israel com um ataque completamente surpresa e que causa um mal estar óbvio no Líbano. Não é só uma questão do Hezbollah ser atacado, é um pouco a sociedade libanesa que é de novo o alvo deste ataque. Israel aqui também arriscou. Obviamente, a maioria destes sistemas estão nas mãos de membros do Hezbollah, uma organização terrorista. Mas um ataque com esta escala poderá ter outro tipo de consequências para civis inocentes que estejam no Líbano. É uma guerra. Israel declara guerra ao Hezbollah neste momento", disse o académico em entrevista à RFI.
No entanto, o Hezbollah é muito diferente do Hamas. Desde logo pelo tamanho das suas forças, pelo menos 100 mil homens treinados e com formação militar, mas também com acesso há várias décadas a material bélico de ponta fornecido pelo Irão, como explicou Ivo Sobral, coordenador de mestrado de Relações Internacionais na Universidade de Abu Dhabi, em entrevista à RFI.
"O Hezbollah é um exército bem treinado, com as suas fontes próprias de armamento, com uma ligação muito forte com o Irão, assim como a presença internacional muito vasta. É uma organização que tem muitas unidades convencionais e não convencionais. Tem um sistema de informação complexo, tem uma série de outras capacidades logísticas que o Hamas nunca poderá sequer sonhar. Como é óbvio, o Hezbollah mostrou em todas as guerras do passado que conseguiu sempre infligir perdas bastante grandes a Israel. O Hezbollah teve sempre esta capacidade de se adaptar às ameaças de Israel e às várias medidas e contra medidas militares internas que Israel foi fazendo e sempre conseguiu contornar estas defesas. E o Hezbollah é respeitado pelos próprios israelitas como um inimigo particularmente difícil e bastante enraizado no sul do Líbano. São décadas de preparação e a escala física do Hezbollah é muito maior que o Hamas. O Hezbollah poderá ter talvez 500.000 membros e falamos provalemente um exército de 100.000 pessoa, embora não se saiba ao certo o número", estimou Ivo Sobral.
Mexer com o Hezbollah é também tocar no Irão, esperando-se agora uma tomada de posição firme por parte de Teerão, que pode acontecer em forma de ataque a Israel. Dependente desta resposta está a fidelidade do Hezbollah ao Irão e o próprio posicionamento do Irão no tabuleiro geopolítico do Médio Oriente.
"O Hezbollah é, digamos, a coisa mais importante que existe no arsenal iraniano. Não existe nenhum míssil, nenhuma força tão importante como Hezbollah. Isto faz parte do sistema de leadership interno do próprio Irão e, digamos, não há aqui mais nenhum tampão entre os dois. Portanto o Irão está a acabar com os proxys. Israel está a atacar cada um dos proxys que existem do Irão e o Hezbollah é o mais importante. Quando não existe nenhum barulho, nenhum sintoma que o Irão vai fazer alguma coisa, significa que o Irão está realmente a planificar alguma coisa neste momento e muito provavelmente iremos ter uma resposta do Irão desta vez. Parece-me quase inevitável que isso não aconteça. Seria basicamente o fim desta aliança entre o Irão e o Hezbollah", concluiu.
Após dois dias consecutivos de ataques a aparelhos electrónicos por parte de Israel ao Hezbollah, organização terrorista que actua no Sul do Líbano, a guerra no Médio Oriente parece estar a expandir-se abertamente a outros movimentos que apoiam o Hamas, podendo chegar rapidamente ao Irão.
Pagers, walkie-talkies e outros aparalhos electrónicos foram esta semana alvo de ataques não reivindicados por parte de Israel no Líbano, visando especialmente o Hezbollah, uma das maiores fontes de apoio ao Hamas, na Faixa de Gaza. Para Ivo Sobral, coordenador de mestrado de Relações Internacionais na Universidade de Abu Dhabi, está é uma declaração de guerra de Israel a este movimento terrorista.
"É um ataque em larga escala, com uma grande complexidade que não sabemos há quanto tempo estaria a ser preparado, mas seguramente terá demorado bastantes meses ou até anos para Israel preparar este ataque. Neste momento ainda não sabemos os números exactos de vítimas no Líbano. O Hezbollah está a ser fortemente atacado por Israel com um ataque completamente surpresa e que causa um mal estar óbvio no Líbano. Não é só uma questão do Hezbollah ser atacado, é um pouco a sociedade libanesa que é de novo o alvo deste ataque. Israel aqui também arriscou. Obviamente, a maioria destes sistemas estão nas mãos de membros do Hezbollah, uma organização terrorista. Mas um ataque com esta escala poderá ter outro tipo de consequências para civis inocentes que estejam no Líbano. É uma guerra. Israel declara guerra ao Hezbollah neste momento", disse o académico em entrevista à RFI.
No entanto, o Hezbollah é muito diferente do Hamas. Desde logo pelo tamanho das suas forças, pelo menos 100 mil homens treinados e com formação militar, mas também com acesso há várias décadas a material bélico de ponta fornecido pelo Irão, como explicou Ivo Sobral, coordenador de mestrado de Relações Internacionais na Universidade de Abu Dhabi, em entrevista à RFI.
"O Hezbollah é um exército bem treinado, com as suas fontes próprias de armamento, com uma ligação muito forte com o Irão, assim como a presença internacional muito vasta. É uma organização que tem muitas unidades convencionais e não convencionais. Tem um sistema de informação complexo, tem uma série de outras capacidades logísticas que o Hamas nunca poderá sequer sonhar. Como é óbvio, o Hezbollah mostrou em todas as guerras do passado que conseguiu sempre infligir perdas bastante grandes a Israel. O Hezbollah teve sempre esta capacidade de se adaptar às ameaças de Israel e às várias medidas e contra medidas militares internas que Israel foi fazendo e sempre conseguiu contornar estas defesas. E o Hezbollah é respeitado pelos próprios israelitas como um inimigo particularmente difícil e bastante enraizado no sul do Líbano. São décadas de preparação e a escala física do Hezbollah é muito maior que o Hamas. O Hezbollah poderá ter talvez 500.000 membros e falamos provalemente um exército de 100.000 pessoa, embora não se saiba ao certo o número", estimou Ivo Sobral.
Mexer com o Hezbollah é também tocar no Irão, esperando-se agora uma tomada de posição firme por parte de Teerão, que pode acontecer em forma de ataque a Israel. Dependente desta resposta está a fidelidade do Hezbollah ao Irão e o próprio posicionamento do Irão no tabuleiro geopolítico do Médio Oriente.
"O Hezbollah é, digamos, a coisa mais importante que existe no arsenal iraniano. Não existe nenhum míssil, nenhuma força tão importante como Hezbollah. Isto faz parte do sistema de leadership interno do próprio Irão e, digamos, não há aqui mais nenhum tampão entre os dois. Portanto o Irão está a acabar com os proxys. Israel está a atacar cada um dos proxys que existem do Irão e o Hezbollah é o mais importante. Quando não existe nenhum barulho, nenhum sintoma que o Irão vai fazer alguma coisa, significa que o Irão está realmente a planificar alguma coisa neste momento e muito provavelmente iremos ter uma resposta do Irão desta vez. Parece-me quase inevitável que isso não aconteça. Seria basicamente o fim desta aliança entre o Irão e o Hezbollah", concluiu.
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